HERMES DAUGTHER ||Clarisse La Rue

01. JUNINHO BELIBER

                        Rio de Janeiro-Brasil

Mais um dia normal no meu país, Rio de Janeiro (Eu sei que não é um país). Hoje é um dia como os outros, mas é o pior dia da semana: Segunda-feira. Nem acordei direito e a minha velha já está me gritando lá embaixo. Daria tudo para dormir mais um pouco, porém como a gente sabe, pobre não tem paz. Deixo de preguiça e finalmente saio da cama indo tomar um banho rápido, desço para tomar café e lá está queridona com uma carranca na cara.

— Come rápido para não se atrasar para a escola - Ela diz vendo o jornal da manhã

— Bom dia para você também, dona Denise - rio da cara que ela fez

Gosto muito da minha relação com a minha mãe, é como se ela fosse a minha amiga. Ela me teve aos vinte e cresceu aprendendo comigo. Ela se sente a última cola-cola do deserto quando falam que ela parece que é minha irmã, se bem que ela realmente parece. Na verdade eu sou a cara dela, tenho o tom marrom bombom igual a mesma,os olhos castanhos claros, o sorriso perfeito e o mesmo nariz (ela chama de nariz de batata). Nosso cabelos são quase parecidos, a diferença é que o meu é maior e mais volumoso.

— Já tá na minha hora,vou andar devagarinho para chegar na escola — beijo o alto da sua cabeça

— Tchau cabeçuda, juízo hein — pego a a chave de casa e saio

Ai como eu odeio segundas-feiras, tipo qual a necessidade de criar um dia nada produtivo?! Tudo de ruim a gente pode esperar de uma segunda-feira. Sem contar que está um calorão aqui na cidade maravilhosa, tô a ponto de cometer loucuras!! E o fato de ir apé até a escola é um dos motivos, mas você pode me perguntar "ain Dandara, você não tem um riocard?" Tenho mas a escola é literalmente um quarteirão da minha casa, e se eu pegasse um ônibus ele iria parar bem longe da escola e já não basta que eu já estou atrasada. E lá vem você me perguntar de novo "Ain Dandara, por que você não saiu mais cedo de casa?" Não tinha necessidade, a graça de morar perto da escola é chegar atrasado!! (Poucos entendem). Finalmente cheguei no portão entro e vejo o seu Zé, o guardinha que já não aguenta mais ver a minha cara

— Mais uma vez atrasada, né Dandara - ele sorri me comprimentando com a cabeça

— Acontece né seu Zé - sorrio de volta e vou correndo em direção a minha sala

O silêncio que estava os corredores era uma maravilha, me dava vontade de ficar por aqui mesmo e matar a aula, mas nada na vida é um mar de rosas. Entro na sala e ela está suave, adolescentes em cima da mesa, outros escrevendo no quadro, alguns fazendo dancinhas do tiktok, tudo que a gente sempre vê numa sala de aula. Avisto os meu amigos lá no fundão e vou na direção deles, de longe eu vejo o Juninho resmungar alguma coisa para a Giselle, e pelo visto parece ser um xingamento

—  Bom dia meus queridos — abraço a Giselle e o Juninho, que parecia indignado — que houve Juninho, bota pra fora

— A Giselle acabou de falar que o Justin Bieber é superestimado — ele diz apontando para a menina

Vou fingir que ninguém percebeu que o meu amigo é beliber, ele é desde que eu conheço ele por gente (isso não faz muito tempo). Esse surto aconteceu quando ele olhou para o Justin pela tela da tv, que naquela época usava aquele corte de cabelo que eu chamo de corte do Justin Bieber enquanto cantava baby e disse "absolute cinema". Depois disso não parou mais, para ter noção, ano passado eu e a Gigi fizemos uma festa de 15 anos surpresa e o tema foi quem? (Sim ele mesmo) Justin Bieber, chocando o total de zero pessoas. Praticamente a casa do Juninho toda estava com a cara do cantor,no bolo  de chocolate, no painel atrás da mesa (tinha uma foto grandona de JB fazendo coração), nos brigadeiros, bem casados e beijinhos, ATÉ A GENTE ESTAVA COM UMA BLUSA DO CANTOR. Quando o querido chegou em casa, eu pensei que ia alagar tudo como dilúvio de lágrimas que ele chorou, mas valeu totalmente a pena ver a minha praguinha todo felizinho com a festinha .

— Não acredito que você cometeu esse pecado contra o Jamal Bieber — digo juntando as mãos — Retire o que disse sobre o nosso JBzinho maioral

— Eu só disse que ele não era isso tudo que vocês tanto endeusam, ele é normal. O Juninho que está fazendo uma tempestade no copo d'água — ela revira os olhos

— Não esperava isso de você Gigi — Juninho diz alisando a capa do seu celular que continha a foto do Justin Bieber na era de Baby —  não ligue para ela Justin, ela não sabe o que diz

- Mais então,qual é a novidade da semana? Alguém foi corno ou alguma coisa do tipo? — pergunto me sentando em cima da mesa

— na minha vizinhança está tudo normal, nem a corna da Creuza está fazendo barraco —  Gigi coloca a mochila na cadeira

— Também com o calor que está fazendo, quem vai ter coragem de ficar fazendo arruaça com o sol que está fazendo?

—  Faz sentido, bem pensado Juju — saio de cima da mesa quando a capeta, digo , a professora entra na sala

  Eu sei que você está se perguntando "como eu conheci esses loucos" a resposta é simples, achei no lixão e trouxe eles para a minha vida. Brincadeira, conheci o Juninho no jardim de infância e logo de cara ele virou o meu amigo e por causa da nossa amizade, a minha mãe e os pais dele viram amigos ( o que foi importante para eles). Os pais do Juninho são coreanos, eles se mudaram para cá um ano antes do Junior nascer, vou contar uma observação: o Juninho não se chama exatamente Juninho, o nome dele é Rafael Junior Han. O tio Rafa não sabia muitos nomes brasileiros e colocou o nome do Juninho de Rafael para combinar com ele (se você chamar o Junin de Rafael ele fica puto, eu sei por experiência própria).
Já a Gigi, nos conhecemos no terceiro ano do fundamental,ela era aluna nova da escola e ficava meio isolada no canto dela. E aconteceu como todos esperavam, eu e o Juninho como somos duas gralhas que não falam a boca, adotamos a Gigi (que na época era introvertida e foi convertida pelas duas gralhas falantes e agora fala até pelos cotovelos). E desde então somos inseparáveis.

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✨Gostaram dos amigos da Dandara? Eles são uma figura

✨O Juninho beliber é a minha religião