Dois mundos diferentes

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Endy sentia na pele o preconceito do povo de Zuri. Eles não aceitavam que um homem da sua cor, nascido em outro país, vivesse um romance com a rainha Tayra.
O seu povo esperava por um futuro rei que fosse negro, um africano para que os descendentes fossem da África.
Felizmente, o coração de Tayra não escolheu uma raça, e sim um grande amor. A felicidade do povo não era a da rainha.

- Tayra, como o preconceito dói, estou me sentindo mal por isso.

- Preconceito é algo inaceitável, triste e que trás sentimentos ruins.

- E nós dois, como vamos ficar?

- Nós dois? Nos amando, eu te amo, Endy.

- Você vai enfrentar o seu povo?

- Eles vão ter que aceitar, eu já fiz a minha escolha.

Os dois seguiram firmes e juntos, mesmo contra a vontade de um reino.
Tayra não tinha a noção do que iria enfrentar para viver o seu grande amor. Mesmo sendo a rainha, a vontade do seu povo contava nas suas decisões.

- Filha, você sabe que não será fácil viver esse amor, você é a rainha, e a opinião do seu povo deve ser ouvida.

- Eu sei, mamãe, mas não posso esquecer o que vivi e ainda vivo com o Endy, porquê ele não é africano. Acha isso justo?

- E como vocês irão fazer com essa distância?

- Isso ainda não pensamos, ele foi descansar da viagem, e falaremos sobre isso em outro momento.

- Espero que tudo acabe bem, filha. Vocês formam um casal perfeito, não deixem que o preconceito destrua tudo, lutem!

Sem saber o que se passava em outra parte do reino, o seu primo Zuriqui, filho de um tio já falecido, organizava uma reunião secreta para planejar a renúncia de Tayra ao reino, fazendo com que ele virasse o próximo rei de Zuri

- Queridos súditos de Zuri, venho através desta assembleia, declarar a minha consternação sobre esse namoro da minha prima, a rainha Tayra, o nosso reino não merece ter esse Endy como marido da nossa governante.

- Concordo Zuriqui, ele não é um dos nossos. Veio de Nova York, é um absurdo. - falou um dos seus apoiadores.

- Querer colocar um branco no meio do nosso povo, é uma afronta. - disse Zuriqui.

E absurdos eram proferidos contra ela. O povo de Zuri se reunia para pedir a abdicação do trono pela rainha Tayra.
Zuriqui sempre sentiu inveja de Tayra, por não entrar na linha de sucessão ao trono. Nunca aceitou que um dia ela iria comandar o reino.

- Não sei porquê ela voltou de Nova York. Deveria ter ficado ou renunciado, eu assumiria o trono.

- Vamos mandá-la de volta para Nova York, junto com aquele branco ridículo, não queremos eles aqui em Zuri.

- Eu serei o novo rei, um rei africano!

E todos gritaram, aplaudiram e pediram vida longa ao rei. O golpe estava arquitetado, Tayra jamais esperava a traição de seu povo, por uma rejeição que feria todos os princípios que ela sempre pregou junto com o pai.
Seria questão de dias para o golpe ser preparado.
Zuriqui reuniu assinaturas, a corte real, ministros, os demais povos da realeza e os plebeus, por quem tanto Tayra sempre lutou.
Todos a favor que ele tomasse o trono de Tayra, que assumiu após a morte de seu pai.

- Eu serei um rei africano que cuidará do nosso reino com amor, Zuri será governada pela nossa gente, um povo negro, e não por brancos de outros países.

Mal sabiam que Zuriqui era ambicioso, egoísta e que pouco se importava com as condições precárias vividas pelos povos africanos, e que Tayra sempre governou para que seu povo vivesse com dignidade.
Ela sempre cuidou de tudo, para que a fome, as doenças, e a pobreza não afetassem o seu povo. Era bondosa e sempre fazia questão de estar entre o seu povo, conversando e buscando a melhoria na vida de cada um.
Como esse golpe iria afetar o povo e que tipo de rei eles estariam tentando impor à Zuri?
Certo ou errado, tudo já estava planejado, a traição é algo que machuca e ela iria sentir na pele, pelo simples fato de querer viver um amor que era lindo.

Eu sou a RainhaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora