Eu sou a Rainha

Que homem apaixonante!

Endy era um executivo bem sucedido, rico, famoso e desejado por todas. Sempre gostou de se isolar, não gostava de intimidades com ninguém.
Não tinha amigos, apenas funcionários. Era um chefe exigente e fechado, nunca dava nenhuma espécie de atenção a quem quer que seja, a não ser que fosse relacionado ao trabalho.
Chegava na sua moto, que era uma grande paixão, entrava na sua sala, delegava algumas ordens e ponto, pouquíssimo papo, preferia se manter afastado de qualquer conversa paralela.
Nunca foi visto com nenhuma garota, era muitíssimo reservado, adorava os sucos do barzinho da esquina, mas detestava compainhas, estava sempre sozinho.
A moto era a paixão da sua vida, andava sempre com ela, raríssimas vezes era visto de carro, apenas em dias chuvosos.
Um perfeito cavalheiro, porém misterioso. Por que um homem tão lindo e desejado se isolava desse jeito?

- Meu amor, queria ficar aqui para sempre.

- Tayra, você me deu os dias mais felizes da minha vida, foi tudo como sempre desejei.

- Iremos voltar?

- Quantas vezes você desejar, meu amor.

- Agora é voltar à realidade, ao trabalho e a correria de Nova York.

Subiram no jatinho e retornaram, aquele fim de semana foi inesquecível.

- Prontinho, está em casa! Gostou da viagem?

- Amei! Mas eu amei você mais ainda.

- Amou, não ama mais?

- É lógico que amo, amo muito!

- E você, ainda ama?

Endy beijou Tayra ali mesmo, na porta do prédio, sob os olhares de todos que passavam na rua.

- Entendeu agora que eu te amo?

- Sim!

Tayra estava completamente apaixonada, as nuvens eram poucas para ela.

- Mais tarde te ligo, amo você.

- Também te amo, Endy.

Se despediram e já estavam com saudades, o fim de semana foi surpreendente.
Ao entrar no prédio, ela ouviu várias piadinhas.

- Imagina, uma negra e um homem tão sofisticado, nunca dará certo.

- Eu sabia que ela fazia programas.

- Ela é garota de programa?

- Deve ser! O que um homem desse quer com ela?

- Ridícula! Ela quer ser uma de nós?

O coração de Tayra ouvia aquilo e ficava indignado, mas não iria dar ouvidos, sabia que brigar não mudaria nada. Só ela entendia o que havia acontecido entre eles, e o nome disso era amor. Nenhum desses preconceitos jamais iria entender que uma cor não muda um sentimento.

- Preconceituosas, que nojo! Não vou me estressar com nada.

O telefone toca.

- Alô, liguei para dizer que te amo.

- Oi, meu amor, também te amo.

- Posso te visitar mais tarde?

- Claro que sim, vou fazer um jantarzinho para nós dois.

- Às oito estarei aí, já estou com saudades.

- Eu também.

- Te amo, Tayra, não esquece.

- Amo você também.

Tayra correu para preparar um jantarzinho gostoso, organizou tudo e arrumou a mesa do jeito que ele gostava, era um homem requintado, porém simples, igual à ele, muito poucos.
O interfone toca, era ele, pontual como sempre. Aquele beijo gostoso de saudades foi dado entre os dois.

- Que saudades, parecem que fazem anos que não te vejo.

- Seja bem vindo, meu amor, preparei algo especial para nós.

Antes do jantar eu quero você, vim aqui por ti.
Colocou a mão no seu ombro e foi tirando delicadamente a sua blusa, o desejo entre eles era inexplicável. Beijou o seu pescoço, enquanto a sua mão percorria seu corpo.

- Como te desejo, eu não consigo me controlar!

Se amaram mais uma vez, a paixão tem dessas coisas.
E o jantar ficou esperando só por um momento, e que viessem muitos iguais aquele.