Eu sou a Rainha

Um reino cheio de histórias

Zuri era um reino localizado no Sul da África, regido pelo rei Taurus e com uma bela rainha, Angelus e sua filha, a princesa Tayra.
Um reino que enfrentava dificuldades, pois o seu povo era muito discriminado, a sua cultura não era aceita, e o rei já não conseguia fazer com que a auto estima do seu povo fosse renovada.

- Não sei mais o que fazer, Angelus, o nosso povo sofre consequências há anos pelo simples fato de uma cor. O que nos difere de outras pessoas?

- Como sempre, meu amor, o preconceito. Vivemos dessa forma há muitos séculos.

- É triste ver que as pessoas nos diminuem a cada dia.

- Pois é, papai, é por isso que eu me aceito como sou. O preconceito dói bastante, mas ninguém vai me deixar triste por isso.

- Filha, você é uma sonhadora, nós negros somos diferentes.

- Diferentes em quê? Me fala agora!

- Nossa cor, ela sempre foi motivo de discórdias e humilhações.

- E o senhor como rei deveria fazer o seu povo entender que é apenas uma simples cor, e não existem abismos entre os mundos.

- Tayra, meu amor, se todos aqui fossem iguais à você, esse preconceito todo já teria sido extinto.

- Papai, o povo negro se destaca em tudo. Olha o nosso cabelo, que luxo! E as nossas músicas, comidas, danças, a nossa expressão cultural, somos marcantes.

- Concordo, filha! Mas nós nunca seremos aceitos por uma sociedade que nos veem como serviçais, como escravos, ou simples mucamas.

- Infelizmente, papai! Cabeças pequenas e limitadas.

- Veja você, nunca irá namorar um rapaz de outra cor.

- E porquê não? Qual é o problema?

- Com ele, nenhum! Mas com a família, amigos e raízes, todos.

- Quem me amar, papai, vai ter que gostar de uma negrinha que peita tudo e todos. Eu sei o meu valor, e a minha cor é meramente um adicional ao sabor do tempero.

- Está bem, filha, você é maravilhosa mesmo.

Tayra sempre foi guerreira e defendia o seu povo com braço forte, perto dela o preconceito não tinha espaço.

- Eu vou é sair por aí, explorar novos mundos e culturas. Quero sentir na pele até onde esse preconceito pode me vencer, ou não.

Ela sempre quis deixar a África e ir viver como uma garota normal da cidade. Trabalhar, passear, ir à festas e quem sabe, viver um romance. E se não rolasse, homem era o que menos importava.
Já havia namorado, mas nenhum marcou o seu coração. O interesse dela era ser uma mulher poderosa e independente da sua condição de princesa.
Tayra era formada em publicidade, e sempre teve o sonho de se mudar para um país onde tivesse oportunidade para mostrar as suas habilidades e talento.

- Papai, estou decidida, arrumarei as malas e partirei ainda esta semana, vou viver o meu sonho.

- Filha, o mundo lá fora é difícil para pessoas como nós. O racismo chega a doer no coração.

- Vou vencer pelo que sei e pelo que sou. A minha cor, a minha raça, eles terão que aceitar.

- Eu te abençoo, filha, siga os seus sonhos.