O dia em que a terra parou

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A verdade é que nunca estamos preparados para oque pode acontecer no dia seguinte, o futuro é vazio e incompleto, em um dia você está trabalhando tranquilamente e no outro o mundo em que você vive se torna um caos completo a onde tudo oque se passou na sua vida, tudo pelo qual você batalhou se transforma em nada além de sangue e caos.

O sol estava radiante naquele dia, o noticiário passava nas TV's e anunciava as desgraças diárias, faziam exatos 15º graus, não era um dia relativamente quente, mas não era frio como normalmente então fazia com que as pessoas andassem com roupas mais frescas, os casacos largos foram deixados de lado e a moda verão desse as caras pelas ruas de New Orleans. Não era um dia diferente para Cloe, ela também não esperava que fosse, como sempre ela deixou a irmã mais nova na escola, prometendo buscá-la mais tarde com um pedaço de torta sabor frutas vermelhas que a mais nova adorava, no fim um sorriso animado e um abraço foram a marca de despedida entre elas naquela manhã. Seu carro foi estacionado em frente ao hospital no qual trabalhava, um suspiro deixou os lábios pintados de um rosa fraco pois algo lhe dizia que seria um dia cheio pela frente, trancou o carro e guardou a chave na bolsa andando em direção ao hospital.

Geralmente era normal que houvesse tumulto no local, afinal as pessoas nem sempre compreendiam que os médicos fazem o seu máximo para ajudá-las e nem todos os médicos realmente fazem o seu máximo, então os conflitos acabam se tornando normais em um ambiente a onde deveria ser pacífico, então para Cloe não era muito anormal a pequena confusão em frente ao hospital, se ela tivesse se importado um pouco mais ela teria enxergado uma pessoa aparentando passar muito mal, a febra alta que pendurava desde a noite, o marido da mulher implorava por ajuda enquanto os médicos tentavam auxilia-lo da melhor forma para que não piorasse a situação, a alguns dias o governo havia emitido um alerta aos hospitais para pacientes com sintomas como esse então os médicos precisavam agir com cautela afinal não sabiam oque estava acontecendo no mundo atualmente e todo cuidado era pouco; Cloe adentrou seu ambiente de trabalho sorrindo para alguns colegas enquanto ia para o vestiário e mudava a blusa casual por uma camisa social leve coberta por um jaleco branco com seu nome bordado na lateral superior direita, o sobrenome Summer se destacava fazendo todos relembrarem de um dos acidentes mais chocantes e que perduraram na história, algumas pessoas ainda se lembravam dela e quando a questionavam a ferida quase cicatrizada se abria novamente e sangrava rudemente lhe causando falta de ar nos pulmões.

"O Dia já começou cansativo não acha?" Sua colega, Emma entrou no local e foi até o próprio armário desviando o olhar para Cloe que parecia um pouco Antônia. "Tá tudo bem?" Emma ergueu uma sobrancelha, porque a amiga não parecia estar em seus dias normais.

"Ah, nada de mais, Olívia está na fase de perguntar sobre tudo, então tem sido noites cansativas." Finalmente se deu conta de que não estava agindo como normalmente então decidiu empurrar aquela sensação de premonição e voltar ao seu estado normal de animação para o dia de trabalho, fechou seu armário e amarrou o cabelo em um rabo de cavalo, sorrindo para a amiga. "Dia cansativo? Nem me fale cuido de uma criança de 7 anos e trabalho em um hospital, você ainda acha que tenho psicológico?"

"Relaxa por enquanto ela está te perguntando porque o céu é azul algum dia ela vai te perguntar pra que serve uma camisinha e aí sim você vai entender oque é desespero, tenho uma filha de 15 anos, acredite sei oque é não ter psicológico, gata." As duas deram uma risada sincera na disputa para saber qual das duas tinha menos psicológico do que a outra, enquanto saiam do vestuário, davam risada enquanto iam para a recepção pegar seus prontuários do dia e checar por onde começariam.

"O paciente da ala 02 não demonstrou melhora nenhuma, deveríamos ligar para os familiares?" Cloe analisou o prontuário médico do paciente e as observações feitas pelas enfermeiras durante a noite e respirou fundo soltando a caderneta no balcão e olhando para Judith a enfermeira na recepção.

PentágonoOù les histoires vivent. Découvrez maintenant