Prólogo

4.4K 286 105
                                    

Quando Marcus Vinicius saiu pela porta, Fernanda teve certeza que precisava de um milagre para não ser a próxima a tomar o mesmo rumo. Pela lógica da coisa, ela não achava que Marcus saindo queria dizer que as fadas estavam fracas, tanto porque Alane e Beatriz já haviam voltado de paredões, como pelo discurso de Tadeu que deixou muito claro que o motivo de Marcus ter saído era o fato de Davi e Isabelle serem fortes juntos.

Nota: se impossível fugir do paredão, se certificar que não vai cair com Davi e Isabelle.

De qualquer forma, fazia três semanas que a sorte a livrava do paredão, e Fernanda não tinha outra opção sem ser acreditar que a sorte continuaria ao seu lado, porque se dependesse de outra coisa... os dez votos nela deixaram claro que ela tinha poucos aliados ali dentro.

Ainda assim, Fernanda não achava que seu jogo interno era dos piores, mas ela tinha certeza o externo não estava tão bem assim. Nesse ponto, nem ela mesma se entendia muito. Ela havia entrado para ganhar a qualquer custo, e qualquer um que entrasse no BBB atualmente sabia que isso significava criar um personagem. Mesmo assim, Fernanda apenas não conseguia! Ela sabia que Davi e Isabelle eram favoritos, sabia que Beatriz e Alane eram fortes, e mesmo assim, ela não conseguia se juntar a eles.

Com Isabelle ela havia tentado, mas cunhã não lhe deu muita abertura... o jogo dela confundia Fernanda, também. Com Davi era mais complicado, ao mesmo tempo em que ela não achava legal a forma como ele tratado na casa, ela entendia às vezes, porque conviver com Davi era muito difícil, era ela muito chato! Beatriz a irritava, mas como Fernanda mesmo já havia dito, a garota pra ela era um nada... Chata, mas não significava nada. Mas Alane a tirava do sério.

Fernanda não entendia porque aquela jovenzinha a irritava tanto! Claro, no Big Brother todo sentimento era intensificado; tinha momentos que Fernanda nem mesmo se reconhecia ali dentro. Ela não era tão facilmente irritável e fora de controle na vida real, mas aquilo não era a vida real. E estar fora da vida real queria dizer dormir e acordar com o inimigo, no caso, a inimiga.

Alane se achava dona da moral. Parecia, para Fernanda, que no auge de seus vinte quatro anos, a Madre Teresa de Belém do Pará achava que sabia tudo da vida. Alane era a líder do STF do BBB 24: a régua da moral estava nas mãos dela e só dela, e todo mundo que fosse contra, automaticamente “não era do bem”. Pro caralho com ser do bem! Alane nem lhe conhecia fora do Big Brother pra tomar tantas conclusões por causa de uma mentirinha nas primeiras semanas de um jogo que valia 3 milhões! Por 3 milhões? Fernanda mentiria para Alane, para sua mãe, para seus filhos, para o presidente, para o papa, para o próprio Deus!

"Eitcha, dona, tá tudo bem ai?" Pitel a tirou do transe, e Fernanda nem percebeu que estava calada há vários minutos planejando formas de matar Alane em sua mente, enquanto encarava a garota fixamente. Uma coisa ela tinha que admitir, apesar de tudo: Alane era uma das mulheres mais bonitas que Fernanda já havia visto. "Se olhar mais um pouco vai fazer um buraco na menina."

Fernanda riu, porque não tinha como não rir com Pitel. Das várias coisas boas que o Big Brother podia lhe proporcionar, uma irmã nunca havia passado pela sua mente. Mas ali estava Giovanna Pitel, em carne, osso, touca de cetim e uma língua afiadíssima. Fernanda a amava demais, era bizarro tudo que elas haviam construído em um mês; pareciam que eram irmãs a vida toda.

"Me distraí." Fernanda confessou. "Porra, Pitel, como é que eu vou sair do paredão essa semana, hein?"

"Com a sua meia da sorte." Pitel respondeu prontamente. As duas estavam sozinhas em um canto do gramado, já que desde que Davi havia voltado do paredão parecia que alguém havia cortado fora a língua de Rodrigo, que estava isolado em um canto (Fernanda agradecia, ela só conseguia com o cantor em doses homeopáticas).

Você Vai Me DestruirWhere stories live. Discover now