ASSOCIAÇÃO DOS CASOS LITERÁRIOS

CAPÍTULO 16 - O NOVO AMOR DE DORIAN.

O Cangaceiro tinha uma aparência muito estranha. Ele tinha a pele bronzeada por causa do sol, olhos castanhos, e dentes um pouco tortos.
O nome dele...bom, eu não sabia. Eles me puseram em uma carroça e taparam meus olhos com uma venda.
Quando nós chegamos, eles retiraram a minha venda e eu estava na casa de Dorian novamente:

- Conhece esse lugar? Tem uma pessoa que quer te ver.

- Eu imagino- eu respondi, meio sarcástica- E quanto é que está custando isso tudo?

- Uma vida- respondeu o Cangaceiro- Aliás, meu nome é Juvencio de Pernambuco.

- Rapaz, eu já Severino de Aracaju, mas Juvencio de Pernambuco é novo.

- Obrigado, dona!- disse Juvencio, agora dando um beijo em minha mão- Agora vamos deixar de papo furado, e vamos pegar nossa recompensa!

Assim, Juvencio arrombou a porta e logo vimos Dorian sozinho com um copo de whisky:

- Ora, Juvencio, precisa dessa violência toda?- questionou Dorian, com um tom de irônia na voz- E aí? Onde está a minha encomenda.

- Valha, virei pedido da Amazon, foi?- exclamei, Juvencio olhou para Dorian e me empurrou para frente. Eu quase cai ao chão:

- Está aí, agora cadê o meu dinheiro?- questionou Juvencio, estendendo a mão, Dorian caminhou até uma mesa e pegou uma mala:

- Está aí! Faça bom proveito!- ele jogou a mala, e Juvencio pegou a mala, assim indo embora.

Eu então olhei para Dorian, com o cenho franzido e fazendo bico. Como ele pôde causar essa confusão toda na cidade só pra me pegar:

- Querida Sophia, que bom revê-la!- disse Dorian, agora se aproximando de mim e me dando um abraço- Eu precisava vê-la novamente, queria saber como você estava.

- Mais mentiroso que você, só Judas- respondi, com desprezo- Você não quer nada comigo, aposto que está querendo se vingar de mim!

- Me vingar de você? Querida Sophia, claro que...

- Não me chama de querida, que eu não tenho nada pra ser tão querida por você.

- Ah tem sim!- disse Dorian, agora entrelaçando um braço na minha cintura- Você toda é o que eu quero.

- Vai pra baixa da égua!- disse eu, rangendo o dentes, eu então tentei me afastar dele.

É então que Dorian me empurrou, e eu caí ao chão:

- Você não compreende!?- questionou Dorian, aos berros- Sou eu quem deve amar você!

- Desde quando você sente alguma coisa por mim!?- questionei, também gritando.

- Desde aquela discussão na frente da igreja- disse Dorian, agora se ajoelhando perto de mim- Desde que eu vi você de pijama na sua casa, lá no século XXI, eu fiquei louco por você.

Dorian então começou a engatinhar para perto de mim, e foi ficando sob o meu corpo:

- O que você sabe de mim? Você nunca se interessou por mim, eu sei que isso é passageiro- disse eu, enquanto tentava me afastar dele- Quando você conseguir o que quer, logo vai me descartar, assim como fez com as outras!

- Não, meu amor, eu nunca descartaria você- disse Dorian, enquanto me olhava de cima abaixo- Você é única, e insubstituível.

- Mas eu gosto de outro!- assim eu cuspi na cara dele, e ele se levantou para limpar o rosto.

Nisso, eu aproveitei para correr até o quarto:

- VOLTA AQUI!- gritou Dorian, enfurecido- VITOR, PEGUE ELA!

Vitor apareceu e começou a correr atrás de mim, imediatamente eu joguei um móvel no chão, fazendo Vitor ficar confuso em como iria passar.

Eu então entrei no meu antigo quarto, e tranquei a porta. Assim eu fiquei contra a porta, para de repente, sentir um baque enorme:

- Sophia!- gritava Dorian, batendo na porta- Abra essa porta!

- Não!- respondi, com um grito- Eu não saio daqui nem morta!

- Se você não sair daí, eu vou...

- Vai fazer o quê!? Me matar como matou Basil!?- respondi, assim um silêncio insurdecedor governou o lugar- É isso?

Dorian não me respondeu, provavelmente havia ficado transtornado e não tinha coragem de olhar naquela porta:

- Tudo bem, que seja assim, mas você vai ter que sair para comer.

- Que assim seja!- disse eu, agora ouvindo os passos de Vitor e Dorian se afastarem.

Eu agora estava encurralada, eu teria que achar uma forma de sobreviver nas mãos de Dorian.