Quando eu abri os olhos, eu quase fui atropelada por uma carruagem. Eu corri até a calçada e ofegante eu apoiei a minha mão nos joelhos e recuperei o fôlego:
- Que reveladora!- disse uma voz masculina, imediatamente eu me levantei e corri para o lado, mas eu acabei esbarrando em alguém:
- Ei! Cuidado!- dessa vez era uma voz feminina- Você está bem?
- E-eu não estou!- respondi, a garota parecia ter a minha idade, tinha cabelos dourados, olhos castanhos e estava usando um casaco rosa- Por favor, me ajuda!
- É...- de repente, a garota teve que ir embora, já que a multidão acabou a levando para outra direção:
- Ei! Espera!- eu gritei, então tentei passar pela multidão para chegar até ela- Licença! Com licença!
Mas ninguém me dava ouvidos, e arrasada eu fiquei caminhando pelas ruas da Londres vitoriana.
Durante a minha caminhada, muitas pessoas me olhavam com curiosidade, admiração ou interesse. Mas eu só queria ir para casa, estar na minha cama e vivendo a minha vida.
É então que eu havia chegado a parte mais pobre da cidade, eu nunca havia chegado lá antes, mas o desespero e o medo me fizeram fazer isso. É então que eu vi um restaurante ou bar, não sei, e resolvi entrar lá. Quando eu entrei, vi que muitos estavam jantando, alguns conversando, e alguns...é...acho melhor não comentar.
Caminhei até uma mesa distante, e eu retirei meu casaco laranja. Assim, eu descansei a cabeça na mesa:
- Aonde é que eu fui me meter? Culpa daquele ladrão de leite- disse eu, completamente chateada. De repente, eu ouvi alguém cuspir uma bebida. Eu levantei o rosto, e em duas mesas a frente, eu vi Dorian Gray limpando os lábios e seus dois amigos:
- Cuidado Dorian!- disse a voz de Basil, eu então tentei me esconder, já que o meu cabelo podia chamar a atenção dele- Que cara é essa?
- Eu acho que encontrei ela- disse Dorian, eu então fingi estar dormindo- Sophia!
- Por favor diz que foi engano, diz que foi engano!- implorei, é então que ele retirou meu casaco da cabeça- Não foi engano!
- Senhorita Brooks, você por aqui!- disse Dorian, com um sorriso, Jesus me ajuda!- Você voltou pra mim?
- Por incrível que pareça não- respondi, agora ficando vermelha, mas não era de vergonha- Eu entrei na máquina do tempo sem querer.
Eu então abaixei a cabeça e comecei a batê-la na mesa:
- Senhorita Brooks, desse jeito você pode quebrar a cabeça!- disse Dorian, agora segurando meus ombros com preocupação- Você não tem pra onde ir?
- Não, minha casa já tem dono nessa...
- Sem palavrões!- ele interrompeu, agora passando a mão pelos meus cabelos- Você pode ficar na minha casa durante esse meio tempo.
- É...eu posso- disse eu, ainda chorosa- Mas por favor...não conte comigo pra nada!
Eu estava segurando os braços de Dorian, o que fez ele ficar chocado, já que naquela época esse tipo de toque físico era meio errado ou considerado inadequado:
- Tudo bem, não irei contar contigo pra nada.
- Ótimo, você é um...querido- disse eu, depois de tentar encontrar uma palavra boa pra descrevê-lo- Agora vai lá com seus amigos que eu vou atrás.
- Não, não posso deixar uma dama como você sozinha.
- Olha Dorian, eu já fiquei muitas vezes sozinha nessa vida, não é só porque eu estou no século XIX que eu vou seguir as regras desse século!
Eu paguei com a língua, lá estava eu, sentada ao lado do preconceituoso Lord Henry e de Basil Hallward, bom...eu não sei o que dizer sobre ele, mas ele é o único que tinha um cérebro ao redor de dois jegues como Dorian e Henry.
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ASSOCIAÇÃO DOS CASOS LITERÁRIOS
Science FictionSophia Brooks, é uma jornalista investigativa que recebeu a oportunidade de fazer uma reportagem sobre uma máquina do tempo que pode te levar para dentro dos seus livros favoritos. Mas após um teste, as coisas acabam mudando para ela. Ela então rec...