No dia seguinte, eu acordei um pouco cedo e fiquei lendo um livro que eu havia achado embaixo do sofá. Era um livro da Jane Austen, Razão e Sensibilidade à propósito. Ah como eu sentia falta da minha querida Jane Austen!
A história estava muito boa, quando às onze horas da tarde, vossa majestade acordou. Ele desceu as escadas com toda a sua grandeza, e me viu lendo o livro:- Lendo Jane Austen? Não acredito que esse livro está aí.
- Pois bem, está- respondi, agora pondo o livro contra o peito, já que eu sentia que ele iria retirar o livro de meus braços- E ele me distraiu muito bem, se quer saber.
- Nossa, mas eu nem ia criticá-la!- disse Dorian, em defesa de si mesmo. Ele sentou-se em um sofá a minha frente e cruzou as pernas:
- Sabe, Sophia, eu andei pensando sobre o que você disse ontem e eu vou pedir desculpas a Sybil.
- Boa ideia, tamburete de forró, assim nenhum desastre catastrófico acontece!- disse eu, com um ar de sarcasmo- Bem, você vai que horas lá?
- Acho que umas duas horas.
- Ótimo...- de repente, a bota da sala foi aberta, e Lord Henry entrou ofegante- Parece que o efeito do cigarro chegou no pulmão.
- Sophia!- repreendeu Dorian, agora olhando para Henry- O que aconteceu?
- Uma tragédia, algo horrível!- disse Lord Henry, eu logo percebi o que estava prestes a acontecer e logo me levantei.
Eu caminhei até a saída, nem avisei para onde iria.
Eu fiquei do lado de fora, no quintal e fiquei ouvindo a conversa, eu estava segurando o choro:
- Você não recebeu a minha carta?- perguntava Lord Henry, confuso- Você não leu?
- Não, eu acordei tarde- disse Dorian, agora relutante- Aliás, eu vou falar com Sybil hoje, vou pedir desculpas pelo que eu fiz.
- Tarde demais meu amigo, ela já não está mais entre nós.
E assim uma lágrima escorreu de meus olhos, que imediatamente eu enxuguei. Assim continuei ouvindo a conversa:
- O quê!? Como assim? Não pode ser eu...
- Não chore Dorian, atrizes são praticamente substituíveis!- disse Lord Henry, como é que alguém pode falar isso em meio a morte de alguém!? Ela se suicidou, ele poderia falar algo menos solene, falar algo como:
"A vida é assim mesmo" ou "Ela não gostaria que você chorasse!"
Mas ele fala isso!? Não, eu não posso mais viver nessa casa, não posso!
Imediatamente corri para o meu quarto e peguei todas as coisas que eram minhas, escrevi uma carta curta e fugi de lá.No meio das ruas eu corria o mais rápido que conseguia, mas chorava como uma mãe que havia acabado de perder o filho. As lágrimas não deixavam que eu enxergasse os arredores e o meu engasgo em meio ao choro me deixava cansada.
É então que eu parei em frente a uma igreja e me sentei. Eu então abaixei a cabeça e comecei a chorar mais um pouco.
De repente, senti uma mão tocar o meu ombro:
- Está tudo bem, minha filha?
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ASSOCIAÇÃO DOS CASOS LITERÁRIOS
Science FictionSophia Brooks, é uma jornalista investigativa que recebeu a oportunidade de fazer uma reportagem sobre uma máquina do tempo que pode te levar para dentro dos seus livros favoritos. Mas após um teste, as coisas acabam mudando para ela. Ela então rec...