CAPÍTULO 12 - QUANDO A TRAGÉDIA BATE A PORTA.

4 1 0
                                    

No dia seguinte, eu acordei um pouco cedo e fiquei lendo um livro que eu havia achado embaixo do sofá. Era um livro da Jane Austen, Razão e Sensibilidade à propósito. Ah como eu sentia falta da minha querida Jane Austen!
A história estava muito boa, quando às onze horas da tarde, vossa majestade acordou. Ele desceu as escadas com toda a sua grandeza, e me viu lendo o livro:

 Ele desceu as escadas com toda a sua grandeza, e me viu lendo o livro:

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

- Lendo Jane Austen? Não acredito que esse livro está aí.

- Pois bem, está- respondi, agora pondo o livro contra o peito, já que eu sentia que ele iria retirar o livro de meus braços- E ele me distraiu muito bem, se quer saber.

- Nossa, mas eu nem ia criticá-la!- disse Dorian, em defesa de si mesmo. Ele sentou-se em um sofá a minha frente e cruzou as pernas:

- Sabe, Sophia, eu andei pensando sobre o que você disse ontem e eu vou pedir desculpas a Sybil.

- Boa ideia, tamburete de forró, assim nenhum desastre catastrófico acontece!- disse eu, com um ar de sarcasmo- Bem, você vai que horas lá?

- Acho que umas duas horas.

- Ótimo...- de repente, a bota da sala foi aberta, e Lord Henry entrou ofegante- Parece que o efeito do cigarro chegou no pulmão.

- Sophia!- repreendeu Dorian, agora olhando para Henry- O que aconteceu?

- Uma tragédia, algo horrível!- disse Lord Henry, eu logo percebi o que estava prestes a acontecer e logo me levantei.

Eu caminhei até a saída, nem avisei para onde iria.

Eu fiquei do lado de fora, no quintal e fiquei ouvindo a conversa, eu estava segurando o choro:

- Você não recebeu a minha carta?- perguntava Lord Henry, confuso- Você não leu?

- Não, eu acordei tarde- disse Dorian, agora relutante- Aliás, eu vou falar com Sybil hoje, vou pedir desculpas pelo que eu fiz.

- Tarde demais meu amigo, ela já não está mais entre nós.

E assim uma lágrima escorreu de meus olhos, que imediatamente eu enxuguei. Assim continuei ouvindo a conversa:

- O quê!? Como assim? Não pode ser eu

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

- O quê!? Como assim? Não pode ser eu...

- Não chore Dorian, atrizes são praticamente substituíveis!- disse Lord Henry, como é que alguém pode falar isso em meio a morte de alguém!? Ela se suicidou, ele poderia falar algo menos solene, falar algo como:

"A vida é assim mesmo" ou "Ela não gostaria que você chorasse!"

Mas ele fala isso!? Não, eu não posso mais viver nessa casa, não posso!
Imediatamente corri para o meu quarto e peguei todas as coisas que eram minhas, escrevi uma carta curta e fugi de lá.

No meio das ruas eu corria o mais rápido que conseguia, mas chorava como uma mãe que havia acabado de perder o filho. As lágrimas não deixavam que eu enxergasse os arredores e o meu engasgo em meio ao choro me deixava cansada.

É então que eu parei em frente a uma igreja e me sentei. Eu então abaixei a cabeça e comecei a chorar mais um pouco.

De repente, senti uma mão tocar o meu ombro:

- Está tudo bem, minha filha?

ASSOCIAÇÃO DOS CASOS LITERÁRIOSWhere stories live. Discover now