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Como eu poderia ser amado sendo assim? horrível, um monstro, uma besta... eu me odeio por essa deformidade, na verdade a repulsa das pessoas por mim se tornou minha auto aversão, tudo isso antes dela... antes de conhecer ela... minha, pra sempre...
-Amanhã. -Eu disse e só naquele momento que a ficha caiu.
-Fica calma, vai dar tudo certo! -Falou.
-Você me leva amanhã? Eu preciso de apoio psicológico e você é a pessoa mais calma que eu conheço. -Eu ri.
-Claro que sim. -Sorriu.
Charles se mostrava sempre disponível pra mim e embora eu sabendo que isso fazia parte do seu amor por mim, eu tinha medo de estar abusando da sua humilde.
-Se você não tiver nenhum compromisso aqui em casa claro. -Justifiquei.
-Imagina Catarina. -Ele riu.
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2009 PRESENTE
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Eu sai do carro que tinha vidros escurecidos, não gostava de ser observado pelas pessoas e isso me deixava mais confortável de sair de casa. Os olhares foram em minha direção, era como se vissem um fantasma, uma lenda ou um mito. Eu olhei pra cima e vi o letreiro da empresa, GMedic.
Eu entrei no lugar e logo vi as recepcionista me olhando com um certo horror, eu era esse e eles teriam que me aceitar. Entrei no elevador e nem fiz questão de dar bom dia as pessoasque via no caminho. Eu estava sozinho no elevador, fechei meus olhos e imaginei eu e Catarina em nossa casa e a felicidade que vai ser quando tivermos nosso primeiro filho. Voltei a realidade com o barulho da porta se abrindo fui em direção a minha sala, fazia tempo que eu não entrava aqui, da última vez eu trabalhava na área contábil e também de associações. Ao entrar naquela sala fui atingido por lembranças passadas, Daisy sempre vinha me visitar, as vezes só pra almoçarmos juntos ou me dar um beijo. Eu ficava triste com essaa lembranças, mas isso era passado e eu tinha que seguir em frente e pensar que Catarina era meu futuro.
Minha sala já estava toda organizada, estava mais moderna do que a época que eu trabalhava aqui, tinha uns quadros bem interessantes nas paredes e uma mesa de carvalho escuro no centro da sala. Atrás da mesa podia se ver uma parede de vidro que dava em direção a cidade e a movimentação das pessoas nas ruas. Coloquei meu notebook na mesa e iniciei meu trabalho, eu tinha planejado fazer uma associação com outras empresas da área da saúde e era impressionante a quantidade de CEOs que marcaram reuniões. Isso era bom, eu já conseguiria uma boa renda pra iniciar o projeto da minha casa com Catarina e ela até poderia decorar do jeito que quisesse com sua visão de ex-arquiteta, até porque ela não irá precisar trabalhar e nem estudar depois que se casar comigo.
