2009
PRESENTEDepois que Margareth me ajudou, eu adormeci por algumas horas, até porque chá de camomila é muito calmante. Eu me levantei da cama e fui em direção ao escritório do meu pai, achei esquisito aquelas perguntas que Margareth fez a mim e provavelmente isso era obra do meu pai. Pude ouvir sua voz grave em seu telefone, ele parecia estressado. Meu pai era do tipo calmo, as vezes calmo até demais e ver ele daquele jeito era porque algo sério tinha acontecido. Abri a porta disfarçadamente e sua voz ficou mais evidente para meus ouvidos, pude ouvir também parte de sua conversa.
-Não!Não...eu não quero saber! Eu tenho um contrato, um contrato caramba! Sei... ahram... eu não tô nem aí! vocês são um bando de incompetentes! -Bateu forte o telefone e suspirou com uma mão na testa, seus olhos estavam fechados.
-Pai? - Eu disse suavemente.
Até agora ele estava com a cabeça baixa.
-Ah! Oi filha! Não tinha te visto aí. -Sorriu amarelo me olhando.
-Tá tudo bem pai? você parece estressado. -Eu falei.
-Não querida, não é nada é só que... -Ele respirou fundo se levantando.
-Pai... -Falei como uma forma de incentivar-lo a prosseguir o assunto.
-Eu estou com problemas com a clinica de procedimentos estéticos, eles querem cancelar meu contrato... o que é muito estranho afinal, eu não fiz nada que justificasse essa ação. -Falou ele.
-Nesse caso não seria errado demissão sem justa causa? você tem um contrato pai, isso é um ultraje. -Falei indignada com tamanho absurdo.
-Sim, eu sei... mas não sei o que fazer, eu não posso ir a justiça afinal eu pensei que tinha um emprego garantido, gastei boa parte da minha renda pra reformar essa casa, a decoração, os encanamentos novos, a parte elétrica e você sabe como esses processos são demorados e caros. -Ele estava cansado de tudo isso.
-Tudo bem pai, nós podemos dar um jeito nisso... eu posso pedir James um estágio remunerado, procurar trabalho aqui perto. -Lhe dei opções.
-Obrigado querida, você é um amor. -Sorriu meio cabisbaixo se aproximando de mim e me abraçou, me aconcheguei nele.
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O Homem Da Floresta
Horror... Como eu poderia ser amado sendo assim? horrível, um monstro, uma besta... eu me odeio por essa deformidade, na verdade a repulsa das pessoas por mim se tornou minha auto aversão, tudo isso antes dela... antes de conhecer ela... minha, pra sempre...