Capítulo 1: Becca.

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Rebecca nunca teve problemas em sua casa ou em seu trabalho, por mais que fosse cansativo ter que voltar mais tarde em alguns dias, ainda assim ela não costumava reclamar.

Ela sabia que precisava do dinheiro, que precisava dele para pagar sua futura faculdade.

A garota amava música com todas as suas forças, não era atoa que voltava do trabalho enquanto dançava e cantarolava pela calçada.

Sua mãe sempre ficava preocupada, o chefe de sua filha havia lhe dado um horário ruim no final de semana para voltar para casa. Digamos que 23:00 da noite não seja um horário tão bom para mulheres voltarem sozinhas para casa.

《 🕯 》

— Está levando spray de pimenta na sua mochila? – Perguntou Agatha, mãe de Rebecca.

— Sim, mãe. – Sorriu enquanto colocava a mochila nas costas.

— E seu celular?

— Também. – Caminhou até a porta e se sentou no chão, calçando seus tênis.

— Hum... – Murmurou hesitante, se aproximando dela — Você tem certeza que-

Antes que pudesse terminar de falar, o som da televisão ficou alto. As duas se viraram e observaram Mike, o irmão mais novo sentado no sofá com o controle na mão.

— Ei, abaixe isso! – Agatha caminhou até o sofá vendo o garoto de recém dezoito anos suspirar e abaixar o som.

Quando os olhos da mais velha foram em direção a televisão, sentiu seu coração falhar uma batida.

Mais um desaparecimento sendo noticiado.

— Rebecca! – A chamou, sua voz preocupada — Venha aqui.

— Mãe, eu vou chegar atrasada desse jeito. – Resmungou enquanto se levantava do chão.

— Venha logo! – Agatha mandou.

A filha suspirou e andou até a mãe, parando atrás do sofá e apoiando as mãos no encosto dele.

— Olha ali... – Apontou para a televisão onde aparecia a foto de um homem — Esse não era o carteiro?

Rebecca desviou os olhos da mãe para a televisão e assim franziu o cenho. Era ele mesmo...

— Ah... – Murmurou e prestou atenção no que o jornalista dizia.

— "Luís Willer está desaparecido desde a noite anterior, os policiais já estão investigando o caso e mais alguns desaparecimentos também. Ninguém sabe dizer ao certo com que frequência isso vem acontecendo, não sabem o porquê de apenas homens estarem desaparecendo e também não há nada em comum entre eles, tudo o que sabem é que eles sempre passeavam pelas redondezas de uma avenida famosa."

— Deus nos proteja. – Agatha fez o sinal da cruz e em seguida foi correndo até uma gaveta, da onde tirou um cordão.

A mulher voltou até a filha e passou o cordão pelo seu pescoço.

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