Fugindo do inimigo

17 4 0
                                    

Depois de horas a porta se abriu pela segunda vez, mas desta vez foi Riluri que entrou com comida e na mesma hora meu estômago reclamou tão alto que fiquei envergonhada.

- coma e se apronte, logo ele estará aqui.

- está louca...me liberte fique com ele pra você.

- oh não, ele prefere seres mais fracos colo humanos.

- eu nunca...

- é o corpo de Kunni...pra você será ele, fica mais fácil se pensar assim

- não sou tola para cair em Papinho - digo me colocando de costas para essa comida toda que faz minha boca salivar

- não vê oq tanto é sortuda.

- não vê o quanto você é burra ? - pergunto dando alguns passos em direção a cama.

  Tenho que sair daqui e para isso preciso agir enquanto a porta está aberta, mas como passar por Riluri ?

- tome, beba ao menos a água.

- como saberei se não está envenenada?

-  não queremos você morta e com isso pode beber tranquila.

  Fico a observar, está certa sei que não querem minha morte. Ando até Riluri e pego o copo de água e fico a observar enquanto levo o mesmo aos meus lábios. Já sei o que devo fazer com isso, bebo toda a água enquanto Riluri fica tagarela do sobre como seu amado rei demônio fará o mundo mudar para melhor e tal, com isso me aproximo de vagar da porta enquanto finjo que estou concordando com tudo.

    Vejo minha saída livre e sem pensar muito me atiro pelos corredores mal iluminados. Não olho para trás em nenhum momento isso acabaria me retardando ou me fazendo cair e isso seria meu fim, viro por alguns corredores e tudo parece ser igual até que visualizo a escada que leva para o andar de baixo , corro como se minha vida dependesse disso porque na verdade ela depende. Desço as escadas tropeçando mas consigo me manter de pé, atrás de mim escuto a música de guardas e Riluri gritando loucamente . Assim que chegou no andar de baixo passo pelas salas coloridas onde cada uma tem suas funções, não sei o que está havendo mas sinto meu corpo leve como se fosse possível voar, me apoio rapidamente em uma parede quando tudo parece girar a minha volta sinto os paços mais próximos então mesmo estando zonza uso a parede para me guiar e corro para a saída.
   Quando vejo a saída me sinto mais relaxada, respiro fundo e corro o mais rápido que posso e me atiro na noite fria. O ar gelado contra meu rosto faz arder minhas bochechas, ouço os gritos aumentarem conforme corro de encontro a floresta que começa a ficar cada vez mais longe, não entendo o que está acontecendo, meu corpo pende para o lado e o chão me abraça junto com a escuridão minha parceira de longa data.

*******

   O chão abaixo de mim está se movimentando lentamente, ou melhor eu estou me movimentando, consigo ver sobre meus cílios uma mão agarrada em meu tornozelo enquanto me puxa pela floresta, estou fraca de mais e não consigo me mover ou protestar então tudo que faço e voltar para a escuridão .

*******

  Abro meus olhos de vagar e me vejo rodeada de árvores, me levanto de vagar e vejo que estou em um acampamento improvisado, há uma fogueira onde uma pequena panela borbulha, olho mais ao longe e consigo ver uma menina. Seus cabelos são cacheados na cor verde enquanto sua pele é um belo tom de preto brilhante. Me arrasto até uma das árvores e sem querer acabou chamando atenção para mim.

- está acordada ?! - fala caminhando até mim.

- quem é você . Onde estamos ?

- eu sou Kiara, estamos na floresta.

Meu LordeOù les histoires vivent. Découvrez maintenant