16° Cap- O homem de duas caras.

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Audrey esperou calmamente, ciente de que era Harry quem deveria resolver tudo, com o apoio dos amigos. No entanto, começou a desconfiar que a sorte não estava ao lado dele. Pelo que ouvia, deduziu que a Pedra estava, de alguma forma mágica, com Harry.

"Ele realmente preciso aprender a mentir", pensou ela, revirando os olhos ao ouvi-lo mentir sobre o que viu no espelho. Silenciosamente, Audrey se aproximou e, finalmente, vislumbrou a sala onde Harry estava, encontrando-o amarrado por cordas mágicas nos pulsos e tornozelos.

Uma voz alta e fria ecoou pelo lugar, fazendo Audrey recuar. Ela já sabia o que fazer. Ao chegar à entrada da sala, deparou-se com o rosto de Voldemort, pálido como giz, com olhos vermelhos intensos e sem expressão, fendas nas narinas como uma cobra, emergindo da parte de trás da cabeça de Quirrell. O rosto de Harry refletia terror, ao contrário dela.

— Está vendo no que me tornei? — disse o rosto. — Sou apenas uma sombra vaporosa... Só tenho forma quando compartilho o corpo de alguém... — Uma risada gélida escapou dos lábios de Audrey, ecoando pela câmara enquanto ela descia as pequenas escadas em direção aos dois homens.

— Compartilha? — ela debochou. — Por favor, sejamos sinceros, você abusa de Quirrell — disse, olhando-o de cima a baixo, julgando-o. — E realmente... — Fez uma pausa dramática. — É o que ele merece. Os três ficaram surpresos. — Ele não serve nem para servir uma xicara de chá – ela fala friamente, encarando os olhos gélidos de Voldemort.

Harry estava perplexo, incapaz de entender a súbita mudança na personalidade de Audrey. A confusão dominava seus pensamentos enquanto ele observava a cena se desenrolar diante de seus olhos. Mas algo em seu íntimo lhe dizia que tudo fazia parte de um plano meticulosamente elaborado. Audrey virou-se de costas para Voldemort, seu corpo tenso denotando determinação. Seus olhos, intensos e penetrantes, encontraram os de Harry, que a encarava com uma mistura de choque e admiração. Em um momento de cumplicidade silenciosa, Audrey riu e piscou para ele, seus lábios formando um sorriso misterioso. E então, como se um véu tivesse sido retirado de sua mente, Harry compreendeu. Era como se um feitiço tivesse sido quebrado, e ele percebeu que Audrey estava apenas fingindo.

— Ele e o seu fiel comensal que abriga a sua forma vaporosa, e bebe do sangue do unicórnio para que você sobreviva? — ela gargalhou. — Ai, isso é patético.

O rosto de Voldemort ficou em silêncio, observando atentamente a menina. Ele tentava se lembrar de onde conhecia sua expressão fria e olhar sério. Até que finalmente se lembrou e abriu um sorriso amarelo.

— Ah... me lembro de você — o rosto falou, seu tom de voz carregado de malícia. — A garota da floresta, uma Sonserina, certo?

— Sim — ela respondeu com desdém, mantendo-se firme sob o olhar penetrante de Voldemort. — E você não tinha um servo melhor? Ou todos os outros se voltaram contra você?

Quirrell soltou um suspiro indignado, mas antes que pudesse protestar, foi prontamente interrompido.

— Calado — Audrey e Voldemort o cortaram simultaneamente, suas vozes ecoando com uma autoridade assustadora.

— Diga-me, realmente teme que esse garoto magricelo, lerdo e sem noção do perigo possa te derrotar? — ela desafiou, encarando os olhos mortos de Voldemort com uma mistura de desprezo e coragem.

— Você sabe com quem está falando? — Voldemort respondeu com uma voz carregada de irritação, mas também de um certo fascínio pelo desafio que Audrey representava.

— Sei sim, Lord Voldemort, o maior bruxo das trevas em décadas, e também o homem que não conseguiu matar um bebê. Você não me assusta, não passa de um ser desesperado. Diga-me, o que faria se eu quebrasse a pedra? Me mataria? Acabaria com a minha vida assim, em vez de me fazer sofrer? Saiba que viver é pior do que morrer.

𝓐𝓾𝓭𝓻𝓮𝔂  𝓢𝓷𝓪𝓹𝓮  𝓪𝓷𝓭  𝓽𝓱𝓮  𝓹𝓱𝓲𝓵𝓸𝓼𝓸𝓹𝓱𝓮𝓻'𝓼  𝓼𝓽𝓸𝓷𝓮.Where stories live. Discover now