4-As flores de Orion

13 1 2
                                    

Capítulo 4: As flores de Orion

Em uma tarde tranquila para Luísa, envolvida em seus numerosos afazeres, sempre reservando um tempo para visitar a floricultura. Seus estudos a levavam a fazer visitas rápidas nos poucos lugares que gostava, e logo após sair da universidade, ela seguia direto para a floricultura da senhora que cuidava com amor das flores, que exalavam os melhores cheiros no ar.

O som do sino da porta da floricultura ecoava nos ouvidos da dona, que percebia sua chegada, mas não tirava os olhares do seu trabalho. A senhora, baixinha, com cabelos brancos como a neve, curtos e pele caída como todo idoso, demonstrava energia para fazer o que amava. Luísa cheirava a primeira flor ao lado da senhora, concentrada, ouvindo o barulho das tesouras finas, já esperando o que ela iria dizer. "Ah, vamos lá, diga o que tem de dizer", a pressa já tomava conta de Luísa, que queria se retirar, e nem esperava uma resposta tão direta. "Então, você não mudou nada, minha filha, desde que seu pai se foi", disse a senhora.

Luísa respira fundo enquanto as palavras da senhora Hana ecoam em seus ouvidos. Seus olhos, cheios de determinação, contrastam com a expressão aborrecida em seu rosto. A senhora Hana, por sua vez, permanece focada em seu trabalho com as flores, um sorriso sutil traçando seus lábios enrugados.

- Não fale dele! Ele era um homem esforçado, mas errou nos deixar para seguir aqueles sonhos idiotas - desabafa Luísa, suas palavras carregadas de ressentimento.

A senhora Hana, continuando seu trabalho com as flores, responde com sabedoria:
- O que esperar de um homem que quer ter o mundo em suas mãos, ao invés de sua família? Talvez ele já tenha conseguido o que queria e não tenha vontade de voltar.

Luísa, agora irritada, rebate:
- Ele vai voltar, senhora "Hana". Olhe só para você, mãe, passaram-se anos e ainda está neste lugar. Eu sei que é importante, mas precisa esquecer. Tudo o que precisa é descansar.

A senhora Hana, olhando fixamente para Luísa, conclui:

- Ainda tenho que cuidar das flores, Luísa Han. Preciso focar no projeto das "flores dos sentimentos". Milhares de turistas acompanham e purificam seus estados emocionais. Foi a única coisa que seu pai deixou como lembrança e sustento.

Luísa, aborrecida, sai da floricultura da senhora Hana. Enquanto isso, a senhora Hana a observa com um misto de compreensão e preocupação, ciente de que Luísa voltará todos os dias, mesmo que isso a leve para lugares de falsos relaxamentos e falsa esperança.

Ao caminhar pelas calçadas, ouvindo os carros passarem, Luísa sentia que precisava fugir de seu problema emocional, entrando em um bar que ela era bem conhecida pelo dono, chamado: Drinks Paul Ringo. Seu bar era calmo, relaxante, aconchegante e o cheiro bem neutro mostrava o respeito pelo lugar. Os assentos mais procurados eram os da frente do bartender, que muitas vezes servia como apoio psicológico. Paul não era apenas um bartender, mas também um pai com quem Luísa se sentia à vontade. "A sua presença é sempre esperada por mim, Luísa", disse Paul.

 "A sua presença é sempre esperada por mim, Luísa", disse Paul

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.
Dimensão Ondulada Onde as histórias ganham vida. Descobre agora