— Foi um prazer te ver, meu amigo! — Ele diz quando o seu voo é anunciado, deixando um abraço bem apertado. — Vê se não some, Murat, mamãe está louca de saudades suas.

— É claro, mande um abraço para ela.

— Pode deixar.

Enfim, seja lá o que ele esteja escondendo ficará no passado e de qualquer forma eu tenho apenas um objetivo com esse casamento: manter o poder da minha empresa em minhas mãos. No mais, o meu coração jamais será tocado por outra mulher e com um tempo a Sila irá descobrir isso.

***

... NÃO, POR FAVOR! Por favor não faça!

Os seus gritos ainda ecoam alto dentro dos meus ouvidos, enquanto estingo o cavalo correr cada vez mais veloz pelo extenso campo. O vento frio da noite não é capaz de aplacar o fogo ardendo dentro do meu peito e em algum momento o faço parar.

... Eu não sou a sua prisioneira!

— Aaaaaah!! — grito várias vezes, o mais alto que consigo, tentando pôr toda a minha fúria para fora.

Ela é afrontosa, não sabe se calar, não sabe aceitar a sua realidade e ainda provoca o animal enfurecido dentro de mim. Eu quis mostrá-la o seu lugar. Queria que ela visse quem mandava ali, mas ela não parou, simplesmente me enfrentou e eu me vi perdendo o meu controle.

Eu odeio perder o controle!

Respiro fundo algumas vezes.

... O que você está fazendo?!

... Tomando a minha esposa!

Merda, Murat! Rosno mentalmente.

Você não pode me contestar assim outra vez, Sila ou terei que pôr-a no seu devido lugar. Penso, voltando a montar no cavalo e cavalgo de volta para casa. Assim que adentro a mansão percebo a sua quietude e caminho apressado para as escadarias. Contudo, antes de adentrar o corredor da ala sul, me viro para olhar para trás. Suspiro olhando para dentro do corredor norte e me pego caminhando para lá. Entretanto, paro em frente a porta do seu quarto e me aproximo para ouvir algum som lá de dentro.

O seu silêncio me faz levar uma mão para a maçaneta e à medida que adentro o quarto semiescuro, me livro das luvas de montaria. Sila está dormindo, mas existe alguns vestígios de lágrimas no seu rosto. Trinco o maxilar. No entanto, vou para uma janela que fica de frente para a cama e fico parado lá apenas a observando dormir por um longo tempo.

***

— O café da manhã já está servido, Senhor Arslan.

— Certo. A Senhora Arslan já desceu?

— Ainda não, Senhor.

— Vá até o quarto e peça para ela... — Paro de falar quando a vejo no topo da escadaria. — Vá lá para dentro! — ordeno com um tom baixo e firme, e a mulher sai da sala no mesmo instante.

Entretando, observo a minha esposa descer o primeiro degrau sem me olhar nos olhos e quando ela caminha para a varanda, sigo logo atrás dela. Silenciosamente Sila puxa uma cadeira para se sentar e eu faço o mesmo, sentando-me de frente para ela. É inevitável observá-la enquanto ela fixa o seu olhar na mesa farta, porém, ela não mexe em nada.

— Bom dia! — falo com o meu habitual tom, porém, levemente rude.

— Bom dia! — Ela diz baixo demais.

— Sila, sobre ontem à noite...

— A culpa foi minha. — Ela me interrompe para a minha surpresa. Continuo a fitá-la e ela continua olhando para a mesa. — Eu o provoquei.

Casada com o TurcoWhere stories live. Discover now