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Perseu parava de chorar aos poucos, se divertindo com o balançar, mas voltou a chorar quando Eris o tirou do carrinho para que pudessem descer as escadas.

Poucos minutos depois, os Vanserras estavam no jardim da frente da mansão, sentados em um banco de mármore. Eris balançava para frente e para trás suavemente o carrinho de bebê, e Theodosia mantinha os olhos focados no céu.

— Fiz a coisa certa, não fiz? Estou noiva do macho que está nos dando a melhor chance de vencer essa guerra — ela murmurava, baixinho para não incomodar Perseu.

Eris não respondeu, mas voltou o rosto para ela, seu olhar mostrando sua preocupação pela irmã.

— Se estou fazendo a coisa certa, por que dói tanto? — Theo se virou para o irmão, os olhos azuis brilhando com mais lágrimas que ela tentava segurar.

A alguns metros, haviam guardas patrulhando a frente da mansão, mas a distância era tanta que não podiam ouvir a conversa. E Theo não se importaria se ouvissem.

— Não é porque uma coisa é necessária, que é agradável de se fazer — Eris respondeu baixinho. — Se queremos ser governantes, precisamos carregar fardos para cuidar do nosso povo.

Theo assentiu, reprimindo os lábios em uma linha fina. Eris soltou um suspiro pesado.

— Theo, eu não sei o que dizer... não sei como posso fazê-la se sentir melhor com o que está acontecendo. Talvez Lucien tivesse sido uma opção melhor para te aconselhar, ou Nalu.

— E Kai? — ela arqueou levemente as sobrancelhas.

— Gosto dele, mas acho que Kai tem menos tato para esse tipo de conversa do que eu — Eris abriu um sorrisinho ao ouvir o riso fraco da irmã.

— Você não é tão ruim assim. E não te procurei para ser reconfortada. Te procurei porque você sempre foi o mais pragmático de todos os nossos irmãos. Lucien me diria para não me casar, e que tentaríamos encontrar outra solução. Mas você sabe que não temos tempo para isso, você sabe que se uma coisa tem que ser feita, não podemos hesitar.

Eris assentiu levemente, os olhos voltados para o filho adormecido.

— Beron sempre foi mais rígido com a minha criação, por ser seu filho mais velho. E ele pode ter ensinado muitas coisas horríveis, mas sempre fez o preciso para alcançar o que queria — Eris respondeu.

— É, como torturar seus filhos em experimentos para que virassem armas — Theodosia resmungou.

— Não estou dizendo que os métodos dele eram corretos — Eris explicou rapidamente. — O que quero dizer é que ele fazia o que era preciso. E infelizmente... não temos solução melhor para conseguir essa aliança que não seja pelo casamento.

Theodosia suspirou, puxando a capa contra si, agarrando-se ao tecido.

— Sabe que nunca obrigaria você a se casar, não sabe? — Eris a olhou com culpa. — Nunca quis passar essa impressão, Theo. Você pedia a minha opinião e eu respondia, aconselhava você a fazer o que eu faria no seu lugar, mas nunca...

— Eu sei — ela o interrompeu. — Eu sei disso, Eris. E ninguém precisaria me obrigar para que esse casamento acontecesse. É necessário.

 𝐅𝐈𝐑𝐄𝐁𝐈𝐑𝐃, acotar; azriel Where stories live. Discover now