‧₊˚ 𝐏𝐀́𝐒𝐒𝐀𝐑𝐎 𝐃𝐄 𝐅𝐎𝐆𝐎 ‧₊˚
Azriel levou duzentos anos para esquecer Theodosia. Ao menos, tinha convencido a si mesmo de que tinha conseguido. Mas precisou ir em busca da princesa há muito desaparecida da Corte Outonal porque ela era a úni...
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Apesar do caos ao redor dela, Theodosia não conseguia ouvir nada. Ela não ouvia os gritos de desespero dos feéricos, não ouvia o choro, não ouvia o tilintar das espadas.
Tudo o que ela ouvia era o estalar de carne e ossos quando Finnick explodiu em chamas e sangue diante de seus olhos. Tudo o que ela sentia era o sangue por baixo de suas unhas, o sangue em seu rosto.
Ela e Lucien defendiam os cidadãos, atacavam os soldados que os arrastavam para as carroças, tentando ser rápidos o bastante para que não percebessem quem a fêmea era.
Dois machos além de Finnick já haviam explodido em menos de dez minutos.
Mas Theodosia se mantinha firme, se mantinha lutando. Se mantinha defendendo aqueles feéricos inocentes que tentavam escapar das garras podres de Beron.
— Princesa! — um soldado gritou atrás dela, finalmente fazendo-a voltar a ouvir os sons daquela batalha.
— Não olhe, vamos seguir em frente — Lucien avisou, enlaçando Theodosia pelo quadril e empurrando-a para frente.
Os outros soldados olharam ao redor, acompanhando aquele que havia gritado por ela.
De repente, todos aqueles quinze machos pararam o que estavam fazendo, todos tremendo dos pés a cabeça, sofrendo e chorando conforme se aproximavam de Theodosia e Lucien.
Lucien tentou puxar a irmã para longe, mas era tarde, todos aqueles quinze soldados já tinham formado um círculo ao redor deles.
— Eu sinto muito... — um macho soluçou para ela, seu nariz parecia ter sido quebrado inúmeras vezes, seus olhos estavam manchados de vermelho.
E então, todos aqueles machos explodiram, criando uma bola de fogo que cobriria Lucien e Theodosia.
Mas a fêmea foi mais rápida, circulando ela e o irmão com as próprias chamas, fazendo uma barreira que os protegeu da explosão.
Os feéricos inocentes ao redor não tiveram a mesma sorte.
Quando Theo olhou ao redor, viu que a explosão tinha atingido pelo menos uns dez metros de distância, e haviam corpos fumegantes por toda a parte, assim como lojas destruídas.
Mas ainda havia luta acontecendo em outras ruas. E, ao longe, ela ouviu alguém gritando seu nome com total desespero.
— Theodosia!
Parecia estar prestes a chorar, parecia gritar até a garganta doer.
E então, ela enxergou Azriel correndo em sua direção, os olhos de avelã desesperados e aterrorizados.
— Theodosia... Theo — o macho não parou até que estivesse próximo a ela, não parou até que estivesse envolvendo os braços fortes ao redor dela com firmeza.
Theo percebeu que Azriel estava tremendo, dos pés a cabeça. Ele ainda a envolvia, tamanha a força que quase a machucou. O illyriano apoiou o queixo contra o topo do cabelo dela.
