⇢🥀 Fɪᴠᴇ; Tʜᴇ ɢɪʀʟ ɪɴ ᴍʏ ʀᴏᴏᴍ

Depuis le début
                                    

— Não, ele era pianista.  

Era? Se aposentou?  

Mal estamos a dois dias juntos e uma coisa sobre ela é explícita, sua curiosidade. Já perguntou mais coisas do que eu a minha vida inteira. Admiro isso nela, parece alguém que tem diversos amigos, uma pessoa carismática, alegre, sociável, tudo o que não sou e nunca serei. Graças a minha vida anti social e personalidade introvertida. 

— Ele tocou até o último dia de vida, era o que mais amava fazer. — suspiro, lembrando do quanto os olhos dele transmitiam toda a paixão que sentia. Fora dele que herdei o amor pelos instrumentos musicais, mesmo o meu preferido sendo o violão. 

— Ah, sinto muito mesmo, me desculpe se eu estiver sendo muito invasiva. — seu olhar transmite verdade. — As vezes eu posso ser muito curiosa e...

— Não tem problema, uma ou outra temos que expor coisas assim. Ele gostava de cozinhar para minha mãe, os dois morreram juntos em um acidente. — desvio meu rosto para a escuridão através da janela. 

Pelo canto do olho percebo ela sorrir, não é um sorriso feliz. Talvez tenha se lembrado de algo ruim. — Quantos anos você tem? Parece novo para perder os pais...quer dizer, não que eles tenham que morrer em algum momento...mas...você parece ter quase a minha idade e...

— Tudo bem, eu entendi o que quis dizer. — balanço a cabeça sorrindo discretamente. Suas bochechas estão vermelhas, adoráveis, ela está envergonhada. — Tenho 24 anos. — bebo um pouco da água no copo. — E você? 

— Vou completar 21 mês que vem. — diz sorrindo.

Aceno. — Me dê, pode deixar que eu lavo. — peço quando percebo ela se levantando com o prato.

 — peço quando percebo ela se levantando com o prato

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Seis e trinta e cinco, estou na hora. Borrifo o perfume no meu pescoço e devolvo para o armário. Saio do banheiro e bato na porta do quarto, a maçaneta se move e Madeleine aparece. 

— Vou sair agora, por volta das dez e meia estou aqui. Estou levando a chave comigo, mas tem uma atrás do quadro na entrada, caso precise. — vejo-a concordar com a cabeça. 

— Tchau, tome cuidado. — diz surpreendendo-me com um abraço, não sou acostumado com toques físicos, retribuo, mesmo o meu não sendo tão acolhedor quanto o dela. 

Aceno e saiu da casa, deixando a porta trancada. Olho para a lua no topo do céu, ela está solitária, longe de todas as estrelas que não estão presentes nessa noite escura. Um vento leve balança meu cabelo, ajeito a mochila do violão nas minhas costas. As ruas quase vazias, uma das coisas que me fizeram vir morar neste bairro foi justamente a calmaria e paz que ele transmite. Combina comigo. Os vizinhos, na maior parte, são pessoas da terceira idade, cansados de tantos problemas que a vida dá, dos momentos difíceis que já passaram. É o que eu imagino. 

— Boa noite. — um casal me cumprimenta quando passa por mim. 

As noites sempre são mais movimentadas que durante o dia, mais ainda sendo sexta à noite. Algumas lanchonetes ainda estão abertas, poucas sendo fechadas. Vejo que do outro lado da rua um barzinho está sendo aberto, algumas pessoas entram e saem dos restaurantes. É tudo muito bonito, mas essa alegria toda não combina comigo. Em algum momento do passado eu devo ter sido mais animado, mais agitado. Mas não agora, é possível listar em uma linha as coisas realmente interessantes que acontecem na minha vida.

𝐄𝐧𝐭𝐫𝐞 𝐨 𝐃𝐞𝐯𝐞𝐫 𝐞 𝐨 𝐀𝐦𝐨𝐫Où les histoires vivent. Découvrez maintenant