era unicamente culpa deles

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ATENÇAO!! esse capitulo contém gatilho de suicidio explicito. se voce acha que esse eh um tema sensivel para voce, nao leia ou leia com cuidado. sua saude eh mais importante!'

 sua saude eh mais importante!'

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[🥀]

eu não quis ver o resultado das eleições.

de verdade, eu não queria saber se ele seria eleito ou não. eu queria falar com o jun. queria saber como ele estava, mas acontece que ele não me passou o número dele porque o pai dele vê seu celular ás vezes.

eu tinha o endereço de sua casa, porque ele disse que caso eu precisasse algum dia, era bom eu ter. mas eu não queria ir lá porque eu sequer sabia se ele estava lá, e eu também não queria me encontrar com o pai dele.

quando eram seis horas da tarde e a apuração dos votos começaram, eu cai no sono. eu passei o dia me sentindo ansioso e eu não sabia mais se era eu ou o jun, mas quando chegou o fim da tarde, eu simplesmente me sentia exausto, e então eu me perguntei se o jun se dopou e eu estava sentindo o resultado.

eu não sei, mas de certa forma isso também foi bom para mim.

o sentimento de que algo ruim aconteceria não passou pelo resto da semana, mas hoje o sentimento foi substituído por ansiedade e tranquilidade ao mesmo tempo, e isso era confuso.

quando eu acordei novamente já de madrugada, eu sentia a pior coisa da minha vida.

mas deixando a fraqueza ou dor física que eu sentia, eu me sentia tão desesperado que mal conseguia respirar. eu acordei meus pais e os puxei até o carro sem conseguir dizer uma palavra. os dois estavam confusos, preocupados e sonolentos, e eu tremia tanto que papai pediu para que eu me acalmasse para que eu não acabasse tendo um ataque cardíaco.

eu ignorei, e com as mãos trêmulas, consegui escrever no gps o endereço de jun. mamãe quem dirigia e eu me sentia mais desesperado e ansioso a cada sinal vermelho que ela parava. pela rádio, eu pude escutar o talvez motivo do meu desespero.

eleito.

papai estava no banco de trás comigo, e ele pareceu entender porque quando ouvimos a notícia na rádio, ele começou a mexer no meu cabelo e dizer que o jun estava bem.

ele não estava. eu sabia que não. ele estava morrendo, isso não é estar bem.

ele morava em um condomínio, e o porteiro perguntou nossos nomes. mamãe disse apenas o meu, e estava prestes a começar a explicar que era uma urgência e eu sou a alma gêmea do jun, mas o porteiro apenas abriu o portão após ouvir que eu era "xu minghao". talvez o jun já tenha liberado minha entrada antes. eu não sei, mas eu me senti um pouco mais aliviado em não ter problemas com isso.

quando paramos na frente da mansão, eu fui o primeiro a sair do carro, tocando a campainha sem parar até alguém abrir a porta.

quem abriu foi uma senhora que parecia uma funcionária da casa. ela não tinha uma expressão simpática, mas pareceu se suavizar depois de me ver. eu não reparei muito, porque corri para dentro da casa no segundo que a porta se abriu.

eu me sentia como se estivesse prestes a desmaiar, como se uma parte de mim estivesse morrido.

quando eu estava no meio da escada, eu ouvi algo caindo e de repente, eu estava me sentindo sufocado, difícil demais respirar. eu parei por alguns segundos e apertei o corrimão. isso não podia acontecer.

quando eu cheguei no andar de cima e tentei abrir a maçaneta, estava trancada. eu não ouvia nenhum barulho ali dentro e eu não tinha nenhum confirmação de que aquele era o seu quarto. eu só sabia.

eu tentei chamar o seu nome e me sentia mais desesperado a cada segundo que se passava. eu sabia o que estava acontecendo, só não admitiria.

eu não sei quanto tempo se passou, mas a mulher que abriu a porta subiu as escadas. eu pensei que ela fosse me tirar dali, mas ao invés disso, ela me jogou uma chave.

papai estava nas escadas e ele disse algo sobre, por precaução, ser melhor ele abrir a porta ao invés de mim, mas não o ouvi.

e senti como se fosse vomitar depois de virar a maçaneta.

uma cadeira estava jogada ao chão, e ele estava ali, preso por uma corda enquanto seu corpo parecia já sem vida.

eu não queria ter visto aquilo. ninguém merece ver algo assim.

e eu não lembro de muito mais depois disso. eu sei que eu cortei a corda com um estilete, e chorei compulsivamente no chão enquanto segurava-o com força.

eu sei que mamãe ligou para a ambulância.

eu sei que os pais do jun acordaram e vieram ver o que acontecia, e eu sei que eu soltei jun pela primeira vez apenas para gritar com eles como aquilo era unicamente culpa deles. que o jun tentou se matar por culpa deles.

eu sei que mamãe e papai ficaram desesperados por eu estar gritando coisas desconexas com o atual presidente, e ficaram irritados quando eu o empurrei e ele respondeu me segurando pelo pescoço.

eu acho que apaguei por alguns segundos, mas quando eu acordei, eu podia ouvir as sirenes lá fora. a mãe do jun queria ir com ele na ambulância, mas eu me recusei a soltá-lo até mesmo para que os médicos pudessem colocá-lo na maca.

minha mente estava confusa, e eu acho que os pais e irmãos do jun estavam gritando comigo, mas eu não conseguia os entender.

no fim, eu fui junto com o jun na ambulância. eu acho que os médicos tentaram reanimá-lo, e eu acho que em algum momento um paramédico colocou uma máscara de oxigênio em mim.

mas eu não lembro mais, eu só sinto como se também estivesse morrendo.

flor esqueleto; junhaoWhere stories live. Discover now