Engoli a seco, realmente... Não sei o que Filipe viu em mim, porém, se fosse só sexo ele já teria isso a muito tempo. Ele podia simplesmente me obrigar como alguns fazem, porém, ele respeita meus limites e cuida de mim.

Então, não vou levar em consideração o que a Luisa disse.

Bella: Ai garota, já que o tiroteio já passou vai embora. Você só tá deixando a gente nervosa com esse seu coração de pedra. - Levantou a mão, apontando com o dedo indicador a porta.

Luisa fez pouco caso, saindo seguidamente da minha casa. Não sei se poderia, mas... era melhor.

Anna: Você acha que ela está certa? Deveríamos pensar em coisas positivas. Talvez estivéssemos pensando em coisas negativas, e as coisas só esteja complicadas pelas mortes dos vapores. - Respirei fundo, cansada. Cansada em pensar muito. Até demais.

Bella: Pode ser, mas não sei... Estou sentindo algo ruim, como se meu peito estivesse sendo esmagado. E isso não é ruim, certo? Eu só quero que as coisas esteja tudo bem.

Abracei ela, entendendo o que a Bella quis dizer, me lembro muito bem que naquele mesmo dia tive o mesmo pressentimento ruim. E acho que por isso estou tão aflita com a situação.

(...)

E talvez eu estivesse certa em pensar no pior, por um momento achei que era só coisa da minha cabeça e tudo ia ficar bem. Mas... Só foi eu dormir e acordar no outro dia que recebo a notícia.

Filipe havia sido baleado, e antes disso levou uma pancada tão forte na cabeça que o fez ficar em estado de coma. Os médicos não nos disseram tanta coisa, só falou o essencial e o que ocasionou isso.

Deco também se encontrava ferido, mas o estado dele não era tão grave.

Se não fosse pelo o Cabelinho e Cobra não sei o que teria acontecido com os meninos, mas, isso não muda o fato que as coisas ainda sim se complicou.

Filipe poderia ficar assim por dias, semanas, meses e anos... E não saberíamos se ele iria acordar, o que me deixou angustiada.

Não sabia que isso poderia acontecer para que eu pudesse enxergar o quanto ele é importante pra mim. Talvez, a minha terapeuta esteja certa.

Vanda: Eu tenho fé que ele vai acordar. - Fungou, abraçando o meu corpo.

Imagino a dor que ela esteja sentindo, afinal, sempre orava para que seu filho saísse bem de uma invasão ou de qualquer outra coisa que seja perigosa. Ela sabe o peso que deve ser carregar o título de dono do morro nas costas.

Anna: Por alguma razão eu senti que as coisas não iria ser como nas outras vezes. - Limpei meu rosto, olhando-o pelo lado de fora do quarto que Filipe se encontrava.

Ele estava todo coberto de aparelhos, o monitor do coração - ou monitor cardíaco - indicando que ele estava vivo. Ele teve que ser transferido para um hospital melhor, não poderia ficar em um postinho certo? O cobra deu um jeito que ninguém soubesse que Filipe foi transferido.

Lá no morro as pessoas acham que ele está bem e só está "aproveitando" a vida. Para os próximos eles sabem o real estado de Filipe.

Vanda: Entendo! As coisas já não estava fácil, e acho que aquele muralha usou essa ocasião para acabar de vez com essa guerra. - Sua voz se tornou raivosa a medida que pronunciava o nome do infeliz que fez isso com o Filipe.

Não a julgo, se eu não fosse uma mulher tão esperta sabendo que se provocar o mal com o mal, isso não iria trazer o Filipe de volta. Então, tudo está nas mãos do Cabelinho.

Crime perfeito - RetannaOnde histórias criam vida. Descubra agora