Capítulo VII || Teacher's Pet

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Choro por uns cinco minutos ininterruptos, enquanto o Mestre me observa atentamente sem esboçar qualquer palavra ou expressão. Quando finalmente me acalmo, ainda um pouco soluçante, ele começa:

— Ao que tudo indica, minha cadela tem algo a dizer, agora que terminou com essa exibição patética de bebê chorona.

O que ele diz me magoa um pouco, mas me esforço para engolir o restante do choro e conseguir falar.

— Senhor, eu não quero ser exposta para outras pessoas como um animal, está no contrato...

— Aquele contrato não vale mais, estamos subindo de nível em nosso vínculo e quero saber se sua entrega a mim não tem restrições. — Ele corta a minha fala.

— Amo... Faço qualquer coisa pelo Senhor, mas por favor não me obrigue a isso. — Imploro.

— Se faz qualquer coisa, prove.

— Senhor... — Ainda tento argumentar.

Nesse momento ele claramente perde a paciência, enrola a guia na mão e me puxa para perto de si, enfiando o polegar inteiro em minha boca, abrindo-a, enquanto aperta forte meu queixo com a mão, levantando o meu rosto e me obrigando a olhar para ele.

— Isso aqui não são férias de verão, brincadeirinha de criança ou a porra de um relacionamento baunilha. Isso aqui é a minha vida, e se você quer fazer parte dela, tem que fazer tudo o que eu quero, do jeito que eu quero. E eu quero ir ao clube e mostrar para qualquer um que esteja lá a cachorra vermelha que possuo. Ou você está de acordo, ou diga a palavra de segurança, vista suas roupas, vá embora daqui e esqueça que já tivemos alguma coisa.

Engulo em seco. Ele me deu um ultimato, ou eu permito que faça o que quer ou está tudo acabado entre nós. Não poderia aguentar isso. Não consigo mais imaginar minha vida sem ele. Eu morreria.

— Eu aceito, Mestre. — Digo, forçando ao máximo a minha voz que quase não existe mais por conta do nó em minha garganta.

— Muito bem. Vire-se. — Ele ordena.

Eu me viro e ele se aproxima e mexe no meu cabelo, dividindo-o em quatro partes e começa a trançar. Sua destreza manual é impressionante e em segundos os fios estão todos presos. Ele arremata a ponta com um elástico de dinheiro que tira do bolso.

— Quero seu lindo rosto visível a todos. Seu nome de sub é rouxinol; será apresentada assim, caso eu deseje fazê-lo a alguém.

— Sim, Senhor. — Aquiesço, me sentindo destroçada.

— Você andará à minha esquerda, de quatro, um passo atrás de mim. Se eu te mandar sentar, você se sentará em seus calcanhares, mantendo a posição de submissão. Está proibida de falar a partir de agora.

Trêmula, balanço a cabeça para mostrar que entendi.

Ele dá um leve puxão na guia demonstrando que começaremos a andar. Deixamos o quarto, passamos pela sala e eu mantenho minha cabeça baixa quando saímos pela porta de metal da entrada. Agora não estou mais em segurança. Meu peito parece tão apertado que sinto que irei desmaiar a qualquer instante mas, ainda assim, sigo andando pelo corredor.

Homens cumprimentam respeitosamente o Mestre e noto seus olhares sobre o meu corpo. É horrível.

Finalmente percebo o chão de pedra da Masmorra debaixo de minhas mãos e joelhos. Uma música elegante de coquetel toca e não consigo deixar de reparar como ela se opõe à degradação pela qual estou passando.

— Quem é vivo sempre aparece... Como está, mestre Pierce? Há quanto tempo não o vejo por aqui... — Ouço o cumprimento na voz de um homem mais velho, e o Amo para, me obrigando a fazer o mesmo.

O MESTRE de marionetes Where stories live. Discover now