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Quinta-feira, 20 de Setembro - 09:58 AM

Ainda sonolenta e com os pensamentos sobre o chantagista martelando em minha mente, tento focar na aula de biologia. Os olhos cansados denunciam a noite pouco descansada, mas mantenho o esforço para anotar algumas informações importantes. Quando o sinal finalmente toca, começo a guardar minhas coisas, ansiosa para sair da sala.

Ao me deparar com os corredores movimentados, sou surpreendida por uma cena inusitada: papéis espalhados pelo chão. Curiosa, me aproximo e pego um deles, sem imaginar o conteúdo que mudaria o curso do dia.

Ao ler as palavras bombásticas, meu estômago se retorce em surpresa e incredulidade.

"Babado bombástico! Taylor, lá do 11º ano, tá dando para o bolsista da banda, Michael! E olha só, lembram do Chad, o boy do time de lacrosse? Levou chifre! Pois é, parece que Taylor ama um pobre na sua cola. Que comece a batalha pelo status de rainha da escola! As fofocas só estão começando, e Taylor, você é a primeira. Quem sou eu? Esse segredo não posso revelar. XOXO''

A confusão se instaura nos corredores enquanto Taylor foge em direção ao seu quarto, envergonhada diante das risadas dos colegas. Vi arregala os olhos, observando o tumulto que se forma com a notícia. Ela se aproxima, claramente surpresa, e trocamos olhares de preocupação.

— Conhecia o Michael? — pergunto, a voz trêmula.

— Sim, eu o conheço. Ele é um cara legal, não merecia ter sua vida exposta assim. Isso é um absurdo! — Vi responde, indignada, enquanto observamos Taylor fugir para seu quarto.

— E o Chad? Ele não vai gostar nada disso. — Comento, preocupada com a reação do namorado de Taylor.

Vi suspira, concordando. — Acho que teremos problemas sérios. Chad não é conhecido por lidar bem com situações assim.

Enquanto os corredores continuam agitados, sinto um aperto no peito, pensando nas possíveis repercussões dessa fofoca.

— E se eu for a próxima? Se isso vazar, estragaria tudo para mim. — Murmuro, sentindo o nervosismo começar a se instalar.

Vi coloca a mão em meu ombro, tentando me tranquilizar.

— Calma, Juniper. Você não pode se deixar levar por esse medo. Vamos resolver isso antes que chegue até você. — Ela tenta acalmar meus temores, mas os murmurinhos dos alunos ao redor só aumentam minha ansiedade.

O corredor está cheio de estudantes comentando sobre a fofoca, alguns rindo, outros chocados. As palavras escritas na folha de papel ecoam em minha mente, e o receio de ser a próxima vítima do fofoqueiro anônimo paira sobre mim como uma sombra ameaçadora. Vi tenta me guiar para longe da multidão.

— Vamos para a sala de pintura. Pode ser um refúgio temporário até que as coisas se acalmem. — Ela sugere, e eu assinto, agradecendo por ter alguém ao meu lado nesse momento conturbado.

O som dos passos apressados e os sussurros continuam enquanto nos afastamos, mas a promessa de um lugar mais tranquilo me traz algum alívio temporário.

[...]

Na sala de pintura, o cheiro de tinta impregna o ar, proporcionando um refúgio temporário do tumulto lá fora. Vi permanece ao meu lado por algum tempo, compartilhando a tranquilidade do ambiente. Enquanto ela se despede, sinto a necessidade de me afundar nas cores e texturas da pintura para acalmar minha mente conturbada.

— Preciso ir resolver algumas coisas da banda, você fica bem? — Vi pergunta, mostrando preocupação em seus olhos.

— Fico. Estou mais calma agora. Acho que vou pintar. — Respondo, buscando uma escapada artística.

Tons de Silêncio, Juniper [HISTÓRIA ORIGINAL]Where stories live. Discover now