-Eu sei, eu sei querido. -Disse calma.

Suspirei.

-Vamos te esperar no escritório. -Falou e saiu.

Minha mãe me implorava por netos quando comecei a namorar Daisy, ela tinha apenas 19 na época mas queria ter muitos filhos, infelizmente nunca engravidou.

Me levantei da poltrona e fui em direção ao escritório do meu pai. Respirei fundo e entrei.
Ele estava sentado na sua cadeira com uma posse imponente e minha mãe estava em pé ao seu lado.

-Sente-se querido -Disse minha mãe

-William... -Meu pai começou.

-Você já tem 33 anos e estamos preocupados com você. Você não quer saber de administrar nossa empresa e nem fazer nada em relação ao seu futuro, até saiu da faculdade! -Ele disse.

-Pai, se eu me lembro bem, foram vocês que me pediram pra evitar o ambiente acadêmico e eu sinceramente não tenho nenhum interesse em ir pra sua empresa, até porque eu já faço isso aqui mesmo em casa pelo computador. Não sei porque vocês tem essa necessidade de me colocar em ambientes sociais.

-Querido, apenas queremos seu bem, você não come direito, não dorme direito e não tem mais animação pra nada, até deixou seu hobby preferido. -Falou minha mãe.

Eu gostava de caça no tempo livre, me acalmava, mesmo Daisy repreendendo essa prática, eu fazia escondido.

-William, você parece está até em uma depressão. -Meu pai disse.

Nesse momento eu me enchi de armagura e raiva, porque eles tentaram me "proteger" e me tornaram nisso, foi meu próprio pai que me deu essa maldita máscara, pra cobrir meu rosto deformado pelo fogo.

-Olha, pro meu rosto pai!OLHA PRA PORRA DA MINHA CARA! -Joguei a máscara no chão.

Eles desviaram o olhar, não conseguiam nem olhar diretamente pra minha face, o que esperar disso? Só conseguir lembrar do dia que eu decidir sair de casa e fui escorraçado pelo povo da cidade, e me chamava me monstro, desgraçado, cruel, demônio, que eu  deveria morrer, já tinha o peso de acharem que eu tinha matado Daisy de propósito e com meu rosto deformado eu não tinha nem chance de me redimir.

-Filho! -Minha mãe disse.

-WILLIAM!QUEREMOS TE AJUDAR, MAS SE VOCÊ QUER FICAR AÍ NESSE POÇO SEM FIM, QUE SEJA! AGORA, EU LAVO MINHAS MÃOS! -Gritou meu pai

Peguei minha máscara no chão e saí dali, minha mãe tentou vir atrás de mim, bati a porta forte. Bufei e resmunguei comigo mesmo.

Fui pro meu quarto, se eles queriam que eu saísse era isso que eu ia fazer, desci as escadas e fui até o portão pegar uma espingarda pra caçar depois de anos, fazia muito tempo que eu não saia de casa, via o mundo pela janela apenas.

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O Homem Da Floresta Where stories live. Discover now