Prólogo

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A vida é um experimento. Um teste real, no qual os resultados dependem de muitos fatores e variáveis. Cada escolha, cada decisão, traz consigo inúmeras novas possibilidades. Viver não é seguir em uma linha reta e esperar chegar ao final. A vida é feita de curvas, quedas, subidas e até platitudes. É impossível prever o futuro, porque o futuro só existe em um microssegundo, antes de ele se tornar presente e, enfim, passado. É infactível acreditar que temos o total controle sobre o que o tempo nos reserva. Destino, esse romantizado conceito de que temos um ponto final certo e imutável, é apenas isso, um conceito. Uma maneira hollywoodiana de nos fazer sentir como se não importa o que façamos, teremos direito ao nosso final feliz.

Como se todos tivessem um final feliz.

Todos temos um início, um meio e um fim. Essa é a única garantia que a vida nos dá. Destino? A sua vida é o que você faz dela. É o resultado final do emaranhado de oportunidades, desafios, e situações de merda.

Ninguém te garante um final feliz. Nessa vida, ou na outra. Ou na outra.

Você pode continuar tentando ou simplesmente desistir como eu fiz. Afinal do que adianta? Pessoas morrem, te enganam, te trocam. Cidades crescem, mudam. Países entram em guerra, pandemias atingem o mundo.

Não importa quantas vezes você tenha seu início, meio e fim, tudo isso se repete, de uma forma ou de outra. Eu já vivi muitas vidas, em muitos corpos, em muitas nações, em diferentes línguas. Já tive vários tipos de famílias, empregos e relações. Já servi em guerras, escrevi romances, ensinei crianças. Já cometi erros imperdoáveis e ações honrosas. Já me casei, já me divorciei e já desisti do amor. Já tive filhos, já os perdi e já os não desejei mais. Já fui feliz, e também muito triste. Já fui muitos e muitas, mas no final ainda não sei quem sou. Já tive vários relacionamentos, mas ainda me sinto sozinha.

No final de cada ciclo, um recomeço. Mas já não tenho mais esperanças. Já não sei o que busco. Me perdi no meio dos meus tantos inícios e fins. Me perdi em mim. Não entendo o motivo de eu continuar voltando. De eu continuar regressando para esse mundo, apenas para tudo recomeçar novamente. Nada faz sentido. Qual seria o meu real fim? Fazia algum tempo que eu já não mais desejava que ele fosse feliz, apenas que ele existisse. Viver sem um propósito não é viver. E fazia tempo que eu não vivia.

Até ela.

Talvez eu estivesse certa e o destino não fosse algo certo e imutável. Talvez o destino fosse algo que tivéssemos que escolher todas as vezes. Nessa vida, na outra vida e na outra. E em todas mais.

Notas da autora:

BUENAS NOCHES, BBS

Como estamos?

Tô com essa ideia, to animada. Preciso desse bust pra escrever, senão a criatividade desaparece.

Me digam o que acharam.

E até o pŕoximo!

Destiny SeekerOù les histoires vivent. Découvrez maintenant