✞︎33-Sangue e mentiras

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Binho.

Sábado.

Já passava das oito da noite quando Tai e eu decidimos sair e comer algo, fomos a uma lanchonete na saída da cidade, depois eu a levaria para casa comigo, já que agora praticamente morávamos juntos. Mantive a história de que visitava Tamar todos os dias a tarde e que meus pais vinham sempre que podiam (coincidemente quando ela não estava lá) consegui convencê-la facilmente.

Assim tínhamos liberdade.

— A noite está tão linda — Observei o céu estrelado e vasto acima de nós.

— Concordo — Respondeu, fechando o zíper da jaqueta jeans combinando com a calça escura do mesmo tecido e as botas coturno.

Algo parecia estranho quando vislumbrei com lentidão suas írises profundamente enfeitiçantes.

Eu morreria por ela e já não precisava de nada para ter certeza daquilo. Taissa Medeiros era a única coisa pela qual valia a pena viver naquele mundo.

O motivo pelo qual eu respirava.

— Amo você — Peguei sua mão e depositei um beijo.

Ela acariciou meu rosto com a palma quente, apesar do frio nos rodeando e me olhou como se procura-se algo.

— Vamos para casa, está tarde — Esbanjou um sorriso refreado e levantou.

Subi na sua moto, ela conduziu.

Havia coisas nas quais eu desfrutava bem no mundo humano, a sensação de liberdade por exemplo. Os pequenos detalhes como; tomar um bom café assim que acorda e ser agraciado pelo sol, ir à praia, dançar, ir ao cinema, jantar em família, ficar até de madrugada rindo com quem ama por coisas bobas, falar mal dos outros só por ser maldoso com Taissa. Parecia idiotice, mas eu realmente me acostumei com aquilo.

Para os humanos, era algo que já havia saturado, para mim, era sorte.

Eu vivi durante aqueles meses, vivi de verdade.

Entramos em casa, acendi a luz e me joguei no sofá, exausto

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Entramos em casa, acendi a luz e me joguei no sofá, exausto. O sinal da igreja tocava, podendo ser escutado por toda rua.

— Vou tomar banho e dormir, você vem? — Bocejei, indo pegar água na geladeira.

Taissa negou num gesto e se manteve em pé, ao lado de um vaso próximo à porta.

— O que você sente por mim? — A pergunta atravessou a sala.

Seu rosto fechou-se numa rigidez estranha.

— Eu amo você Taissa, amo mais que tudo na vida — Respondi, firme.

A única verdade que saiu da minha boca até aquele momento.

— Faria qualquer coisa por mim? — Abaixou a cabeça, contemplando os próprios pés por segundos.

Somos feitos de sangue e mentiras [Finalizada]Where stories live. Discover now