Encarar as consequências?

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Dahyun viu o dia clarear, de repente uma faxina em sua casa as três da manhã pareceu prudente. A verdade é que ela sempre lidou com o fato de ser sem importância, ser apenas mais alguém, se tornando muito produtiva, depois que se formou logo foi contratada e foi galgando cargos até a gerência de vendas, devido ao fato de trabalhar bastante.

Era a forma de se sentir importante, se fizesse um trabalho bem feito, seria reconhecida, até era, mas nunca da forma que desejava. Agora que não tinha mais um trabalho para se dedicar, ela se ocuparia de outras formas. Ela limpou tudo de cima a baixo, já era umas 6h30 da manhã quando acabou, apenas tomou um banho e foi fazer café da manhã, ela sabia que se parasse iria chorar.

Já Momo, também não dormiu, passou o resto da madrugada abraçada ao travesseiro que Dahyun dormiu, o cheiro dela ainda estava lá. Assim que levantou e arrumou a cama encontrou o sutiã de Dahyun, ela com certeza não teria como o encontrar já que estava por baixo de Momo, o primeiro impulso foi ir imediatamente devolver, mas não era nem de longe uma boa ideia. Então o guardou cuidadosamente em sua gaveta.

Sua filha logo chegaria para passar o dia com ela, seus pais iriam para a cidade vizinha para um encontro de amigos como tradicionalmente faziam naquele feriado. Mesmo não se sentindo preparada ela tinha que assumir sua própria responsabilidade e dar o seu melhor para a filha.

Dois anos depois do casamento Jisoo tentou engravidar através de inseminação, mas descobriu que não poderia, Momo não queria passar pelo procedimento e nem ter a gravidez, sua esposa não a forçou, Momo nunca pensou em ter filhos e principalmente acreditava que se tivesse seriam igual a ela, uma pessoa que tem dificuldade de lidar com o mundo.

A ideia da adoção também partiu de Jisoo, Momo apenas aceitou, ela era complementa louca por sua filha, a amava mais que tudo, mas criá-la sozinha era algo que ela não podia fazer no começo.

- Mamãe, você fez suco? - Chaeryoung disse assim que entrou na cozinha, tinha acabado de chegar.

- Sim, manga. - Momo falou sorrindo, ela de verdade se sentia feliz com a presença de sua filha, mas o acontecimento da madrugada ainda estava em sua mente.

- Filha, trouxe algumas frutas e esse biscoito que você sabe que ela adora. Qualquer coisa me ligue tá? Tenha um bom feriado. E você mocinha, se comporta também tá, cuida da sua mãe. - A Sra. Hirai disse, ela apareceu na cozinha vindo logo atrás da neta.

- Pode deixar, eu tenho tudo sobre controle. Eu fiz nosso cronograma, primeiro café, depois assistir TV... temos várias atividades para hoje. - Chaeryoung falou muito orgulhosa de sua organização.

- Esta menina é muito avançada para sua idade. Enfim eu tenho que ir, seu pai tá esperando no carro daqui a pouco vai buzinar feito um desesperado. Hahaha tchau para vocês meus amores, até amanhã. - A Sra. Hirai se despediu e saiu.

- Eu sou quase uma mocinha, por que todo mundo ainda me ver como criança? - Chaeryoung resmungou.

- Porque você ainda é uma criança. É uma fase muito boa, vai sentir saudade quando crescer mais. - Momo falou enquanto já começava a servir o café de sua filha.

Dahyun preparou tudo, mas não comeu nada, era como ainda sentir aquele nó em sua garganta. Ela não queria voltar a chorar e se sentir fraca. Aquele seria um longo feriado para ela, ou até mesmo o resto de sua vida, mudar de cidade não mudou a si própria, não tinha como esperar ser tratada diferente se ainda era a mesma pessoa sem importância de sempre.

Quando seu celular tocou avisando o recebimento de uma mensagem, ela correu feito uma tola. Ela estava magoada e com raiva? Sim, mas de um jeito masoquista queria que Momo fosse falar com ela. Se desanimou quando viu que a mensagem era de Ryujin.

Loteria - Dahmo - Twice. Where stories live. Discover now