𝓒𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 𝟔☄︎

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" Eu já não tenho mais ideias do que eu possa fazer para que ele se reconecte comigo" Desabafou com a cunhada, seu estado estava grave, seus cabelos castanhos desarrumados e maquiagem borrada, roupa de grife agora em trapos devido ao ataque de raiva que tivera mais cedo.

" Talvez seja hora de você o deixar ir" Sugeriu a caucasiana de cabelos negros e olhos azuis, assim como seu irmão gémeo.

"NÃO! Ele é meu! Você não entende?" Choramingou novamente mas desta vez mais irritada. Fizera um escândalo enorme para sua cunhada na noite passada pelo celular para que a mesma viesse a acudir, Deanna gostava bastante de sua cunhada mas quando ela conseguia,  a tirava do sério, qualquer conflito que a banqueira tivesse com Theodore, corria para a gêmea do noivo para relatar os acontecimentos e desabafar. Deanna sempre fora uma mulher solene e cheia de empáfia, julga todo o mundo e acha que é a melhor de todos, certamente não fácil de se conviver, mas com o irmão suas atitudes mudavam completamente. Automaticamente ficava alegre e cheia de vida.

" Olha, eu não posso controlar as acções do Adrian também, mas eu irei conversar com ele sobre isso. Fique descansada" Garantiu a mulher ignóbil terminando seu café amargo e sem gosto.

" Obrigada" Agradeceu a cunhada tentando abraçar a mais velha que recusou imediatamente.

" Sem afeto, por favor" Levantou-se dando uma leve arranjada em seus cabelos pretos e compridos, da cor da noite, um sorriso sarcástico  de lado e os seus olhos conspícuos mesmo de longe, azuis como o lago da Finlândia durante o inverno, tais como o de seu irmão. Angeline olhava a mulher de cima em admiração, perguntava-se como ela era tão forte e cheia de personalidade, ego nas alturas e super elegante, postura rondava á décadas na família. Deanna era literalmente uma cópia de seu irmão gêmeo, só que em versão feminina e bastante arrogante ao contrário de seu irmão, este que sempre soubera como tratar as pessoas educadamente.

    Angeline grata com a intervenção de sua cunhada, acompanha-a até a saída da mansão de seu noivo, com o sorriso largo no rosto.

" Voltarei assim que eu conversar com o Adrian. Até amanhã, talvez. Quero ir-me embora daqui o mais rápido possível" Reclamou a neurocirurgiã incomodada com o calor extremo de Alabama, odiava sair de seu conforto, sua terra Reino Unido, em sua mente questionava-se o porquê de seu irmão  ter aceitado participar do maldito programa intercambial.

" Tudo bem. Até" Despediu-se da cunhada que entrou no carro particular e foi-se, Angeline adentra em casa nervosa com a situação. Em sua mente já se programava uma possível discussão que teria com seu noivo, o físico odiava quando ela contava os problemas pessoais dos dois para qualquer outra pessoa em forma de conforto e ele estava certo, Angeline sempre amou vitimizar-se para que os outros cuidassem de si pois o vazio que sentia a consumia diariamente. Antes de mudarem-se para Alabama, ainda pelas redondezas da Inglaterra, seu noivo fez questão de a arranjar uma psiquiatra que passava-se por terapeuta para não assustar a ela com o grau de complexidade da situação.    Muitos sempre duvidaram da capacidade de percepção do físico, mas mesmo antes da psiquiatra da noiva o alertar, ele já notara que Angeline possuía TPB ( Transtorno de Personalidade Borderline).
   E cada dia que passa sente-se pressionado e forçado a carregar um peso, responsabilidade à dobrar, tudo por um casamento arranjado e sem sentimentos, isso pelo menos da parte do físico.


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    Durante o intervalo de 5min, Svetlana encontrava-se lendo um romance qualquer que pegara na biblioteca da cidade no dia anterior, estava viciada e pasma com oque o poder do amor era capaz. Odiava segundas-feiras, estava toda sonolenta e desanimada, passara todo o fim de semana acordada assistindo diversos filmes na televisão à antena, aproveitou bastante pois a rede estava boa, Svetlana não percebia a simplicidade que existia em si, era grata por tudo, por mais simples que a coisa fosse. Em torno de tanta solidão e carência durante o final de semana sozinha naquele bairro horrível, não aguentou e escreveu um poema sobre seu professor, todo rabiscado e desfigurado, mas perceptível para si, afinal apenas ela poderia lê-lo, aquilo era proíbido ninguém poderia ver.

 𝕾𝖗.𝕬𝖘𝖙𝖗𝖔𝖋𝖎𝖘𝖎𝖈𝖔©Where stories live. Discover now