𝐓𝐡𝐫𝐞𝐞; 𝐫𝐢𝐝𝐢𝐜𝐮𝐥𝐨𝐮𝐬.

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No mesmo instante arregalei meus olhos e senti a raiva incendiando o meu corpo.

— Não apaga essa porra em você mesmo! Apaga em mim, mas não apaga em você — praticamente gritei.

Blaze criou esse vício de merda há um ano. Ele tem uma necessidade descontrolada de fumar pelo menos um pouco de um cigarro por dia e sempre que tem oportunidade está com cigarro de maconha entre os lábios. Eu, entre todas as pessoas, acredito que fui o que mais sofreu vendo o processo gradual de vício do meu amigo. A cada vez que eu encontrava o loiro com uma merda desta na boca eu sentia que uma parte de mim estava queimando junto a ponta de seu cigarro. Com o tempo eu não serei nada mais do que cinzas.

Eu não faço a mínima ideia de quando Blaze começou a se queimar com cigarro, mas creio que foi há um pouco mais de seis meses, quando ele apareceu com as primeiras marcas e se recusou a me contar o que eram. Ele se recusa a falar qualquer coisa relacionada a se queimar com os cigarros desde esse ocorrido. Nunca consegui fazer ele dizer a verdade, mas já consegui fazer ele chorar — o que fez com que eu me sentisse mal para caralho. Há alguns meses o questionei sobre isso, tudo que o loiro fez foi me abraçar como uma criança precisando do colo da mãe e chorar por longos minutos.

Pessoas que precisam de ajuda nunca percebem que precisam de ajuda. Blaze acredita fielmente de que o que ele está fazendo é o certo e quer continuar com essa rotina fodida de suicídio ao seu pulmão.

— Vai se foder, Zion — ele resmunga, descendo do carro no momento em que estacionei na porta do prédio escolar.

Assisti meu amigo arrumando a mochila nas costas e se sentando no capô para me esperar. Um pequeno sorriso escapou de meus lábios.

Sai do carro, batendo a porta com mais força do que deveria, e joguei a mochila nas minhas costas.

Blaze está com uma calça preta larga, camisa social branca e sobretudo preto. O uniforme da escola.

— Parece que alguém não vive sem mim — dei leves batidas nas costas do loiro para que ele se levantasse.

Faltam apenas 4 minutos para o início das aulas, o que significa que os corredores estão relativamente cheios de alunos. Talvez não tenha sido uma das melhores ideias sair de casa tarde, já que agora todos os alunos presentes no corredor estão nos encarando e cochichando enquanto apontam.

Blaze se agarrou ao meu braço como se fosse uma criança tímida se escondendo nas asas da mãe. A cada instante o loiro vira minimamente o rosto em direções diferentes e sempre que nota alguém diferente nos olhando o seu aperto em meu abraço apenas aumenta.

Tentei o máximo possível ir para a sala da diretora o mais depressa, mas sempre havia um ou dois alunos esbarrando em nós, já que o corredor estava lotadon o que impossibilitava a passagem. Blaze parecia estar apavorado com toda a atenção voltada para nós e por estarmos em um corredor lotado, mas tentava ao máximo não demonstrar.

Quando finalmente chegamos na sala da diretora, o loiro praticamente arrombou a porta ao empurrá-la e começou a ofegar, tentando recuperar o ar que não havia em abundância nos corredores.

A sala é média. A cor predominante é preto que está presente na estante de livros, poltronas, cadeira, mesa e cortinas, mas também há muito marrom nos livros, tapete e objetos. Definitivamente um lugar péssimo para se ficar o dia inteiro.

— Zion Grey e Blaze Cox... — ela varreu o olhar em nossos rosto meticulosamente. — Fico feliz em tê-los novamente em nossa instituição. Espero que não causem nenhum transtorno esse ano igual os que causaram no oitavo ano.

— Não causamos nada no oitavo ano — Blaze disse, sorrindo docemente.

— Tudo que fizemos foi irrelevante — concordei com ele, sorrindo largo.

EnemiesOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz