Conta comigo

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Os dias se passavam e eles estavam cada dia mais ligados. O noivado com Sam havia acabado, mas a amizade prevalecia. Eles viviam o novo longe de todos, e ninguém sabia sobre o que acontecia naqueles corações, era algo apenas deles.

- Bely, olha o que comprei para o bebê.

- Que gracinha, uma boneca!

- Eu tenho certeza que será uma menina.

- O Sam também, ele comprou vários lacinhos.

- Ela vai ser linda como você.

- E carinhosa como esse tio lindo.

- Eu não sou tio, eu sou o pai dela.

- Pai?

- Sim, o pai! Aquele que vai amá-la incondicionalmente, que vai ler para ela, levá-la à escola, essas coisas.

- Que lindo, Loran!

- Eu amo muito vocês, chega a doer.

- Oi, e esse enxoval?

- Entra, tio Viny.

- Vocês sempre juntos, comprando roupinhas. Qual dos dois vai me falar algo?

Eles se olharam e não conseguiram mais esconder.

- Tio Viny, nós estamos juntos.

- Juntos, Loran?

- Sim! Eu, a Bely e a nossa filha.

- Sua filha? Não era do Sam? Espera, de quem é esse bebê, Bely?

- Tio Viny...

- Pode deixar, Bely, eu falo. O filho é meu, nós só ficamos com medo de assumir, mas agora isso passou. O
filho é meu e vou cuidar dele.

- Meu Deus, vocês estão juntos? Vão ter um filho? Não era do Dom, nem do Sam. Eu não tenho estruturas para essa história.

- Tio Viny, me perdoa por tantas falhas. - disse Bely.

- Não foi você que errou, Bely, fui eu.

- Loran...

- Tio Viny, eu vou assumir a minha família e cuidar da Bely.

- Eu nem sei o que falar, preciso de ar, depois conversamos.

Viny saiu do quarto e deixou os dois sozinhos em meio as dúvidas de Bely.

- Loran, porquê fez isso? O filho não é seu.

- Bely, eu vou cuidar de vocês, eu preciso de ti, eu preciso do meu filho.

- Assim eu vou te amar.

- Eu já amo você.

O abraço era aquela proteção, era tudo
que ela precisava.
Os meses passaram voando, Bely já estava com sete meses, era quase reta final da gestação. Sam, acompanhava tudo, e o coração só queria estar perto e cuidar de quem mais amava.

- Bely, o bebê está prestes a nascer.

- Sam, faltam apenas dois meses, estou nervosa.

- E o Loran, como vocês estão?

- Nunca pensei em viver algo tão diferente, mas ainda não tivemos nada mais sério.

- Vocês não dormem juntos?

- Só dormimos abraçados, mais nada.

- Apenas se beijam?

- Ele fica ao meu lago, nos beijamos, nos abraçamos, e só.

- Achei que já tinham se relacionado.

- Ele sempre está junto, me apoiando, é aquele companheiro de todos os momentos.

- Se apaixonou por ele?

- Sim!

- Só por mim que você nunca sentiu nada.

- Sam, sabe que eu sinto amor, você me acolheu quando mais precisei, mas não mandamos no coração e nem nos nossos sentimentos.

- Não vou ficar longe do bebê, já estou avisando.

- Claro que não, também é o pai dele.

- Eu sempre vou te amar, não esquece disso.

- Você é alguém que me ensinou sobre o amor, que ele vai além de contato físico, é sobre a nossa conexão.

- A casa que íamos morar ficou pronta, entrei lá e só conseguia ver você e o nosso filho correndo.

- Sam, sempre será o meu maior amor.

Os dois últimos meses da gestação passaram voando, Bely esperava pelo filho tão amado.

- Loran, completei nove meses, agora é só esperar.

- Eu quero tanto ver esse rostinho lindo.

- A mamãe foi para a choperia com o tio Viny.

- Sim, disseram para qualquer coisa ligar, que eles vinham correndo.

- Você aqui do meu lado afasta todos os medos.

- Amo ficar abraçado com esse barrigão lindo, vou sentir saudades dele.

- Agora você vai abraçar esse pacotinho aqui.

- Bely, me perdoa pelos erros, pelas coisas ruins.

- Que erros, Loran?

- Queria ter sido diferente, ter dito que te amava desde a primeira vez.

- Eu me apaixonei por você de uma forma tão verdadeira, não consigo me
ver longe de ti.

- Amo você de todas as formas, apenas
me perdoa.

- Eu te amo, Loran, fica ao meu lado, eu preciso de você.

Eles se beijaram e o amor era algo sem explicação, viviam aquilo que sentiam fazer bem ao coração.

- Meu amor, a chuva está muito forte.

- Você tem medo, Bely?

- Com você aqui nos protegendo, não!

- Dorme, precisa descansar, o nosso bebê pode nascer a qualquer momento.

Ela deitou em seus braços e descansou. Algumas horas depois, sentiu uma dor
aguda no pé da barriga.

- Ai!

- Bely, o que foi?

- Uma dor, meu amor.

- Meu Deus, sua bolsa estourou!

- Está chovendo muito!

- Como vamos sair?

- Liga para a mamãe.

- Não completa, deve estar sem rede.

- Loran, está doendo muito!

- O que eu faço, amor?

- Ai! - gritou Bely.

Ele apoiou a cabeça de Bely nos travesseiros, e observou que a criança já estava com a cabecinha quase para fora.

- Bely, tem uma cabecinha aqui, faz força!

Os trovões e relâmpagos trazendo ao mundo quem mais amavam.


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