O mal escondido

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Os dias se passaram, e cada vez mais, Bely e Dom se aproximavam.
As mensagens eram constantes e a paixão surgia simples e leve.

- Bely, quer vir ao futebol? Iremos jogar contra um time de outra cidade.

- É logico que vou, o Sam também
irá jogar.

- Te espero aqui, já estamos aquecendo, o jogo começará daqui trinta minutos.

- Daqui a pouco estarei aí.

- Estou com muita vontade de te abraçar.

- Eu também.

O frio na barriga, o telefonema carinhoso, o início de tudo sempre arrancava as melhores sensações. Bely chegou ao campo e acenou para os dois. É lógico que correram ao seu encontro.

- Oi, meninos, desejo muita sorte.

- Bely, fico feliz em vê-la aqui torcendo.
Vamos tomar um sorvete depois do jogo?

- Pode ser, Dom.

- Eu também vou!

- Você, Sam? Jamais!

- Quem é você, Dom? Eu vou e ponto.

- Meninos, concentrem-se, o jogo já
vai começar.

Os dois correram para o campo, nem pareciam do mesmo time, pois os olhares revelavam tudo.

- Você não vai, Sam!

- Vou sim! Quem vai me impedir?
Você? Seu frango abatido!

- Frango é você, olhos de luneta!

- Vou te dar um chute, nem vai
conseguir jogar.

- Vem, eu parto a tua cara.

Eles só escutaram o grito vindo da arquibancada.

- Meninos, parem!

Era Bely, que já estava brava ao vê-los brigando.

- Já paramos!

- Eu vou te acertar, se prepara.

- Somos do mesmo time, Sam!

- Se liga, o trem bala vai te derrubar.

E o jogo começou, parecia um campeonato de luta livre, onde Dom e Sam, só acertavam a canela do outro. A bola passava longe deles.

- Vai meninos, quero ver gols! - gritava Bely.

Mas ela só via quedas e carrinhos.

- Jesus, o que eles beberam? Ai, deve ter machucado bastante.

Quando o jogo acabou, os dois estavam cheios de hematomas, mal conseguiam andar.

- Meu Deus, que jogo horrível! O que deu em vocês?

- Esse frango que não sabe jogar.

- Cala a boca, Sam, eu vou me vingar!

- Que feio, eu vou para casa!

- E o nosso sorvete, Bely?

- Que sorvete, Dom? Vocês precisam de um médico.

- Bely, vim te buscar.

- Oi, Loran, estou indo.

- Vai nos deixar aqui? - perguntou Sam.

- Sim, seus ogros!

Ela entrou no carro e nem olhou para trás.

- Isso é culpa sua, Dom!

- Minha? Você quase me matou!

- Molenga! Agora a Bely foi embora com aquele cara, não gosto dele.

- Você não gosta de ninguém, seu quatro olhos.

- Vem, vamos comprar uns lanches, me deu fome.

- Você me quebra inteiro e tem a coragem de me chamar para comer?

- Comidas, comidas, a minha Bely, a parte.

- Patético!

No caminho para casa, Loran admirava a beleza de Bely, e a garota nem percebia nada.

- Quer comer alguma coisa ou tomar um suco?

- Pode ser, estou com fome.

- Onde quer ir?

- Vamos comer temaki?

- Nossa, eu adoro! Vamos sim.

Eles se sentaram no restaurante, pediram os temakis e ficaram conversando.

- Por que só vive com aqueles dois idiotas?

- Eles são meus amigos.

- Bely, você é tão linda, precisa de alguém que te mereça.

- Eu estou gostando do Dom.

- Vocês já se beijaram?

- Não! Ainda somos apenas amigos.

- Ele tem sorte.

- Os temakis aqui são ótimos!

- Realmente!

Depois de um tempo, ela pediu para que fossem embora, os seus olhares
intimidavam a garota.

- Loran, vou ao banheiro e podemos ir, me espera.

- Tudo bem, vou pagar a conta.

Quando Bely se levantou, ele colocou algumas gotas de um remédio em seu suco e ficou esperando ela voltar.

- Podemos ir.

- Bebe o seu suco, está tão gostoso!

- Estou satisfeita.

- Eu pedi esse de laranja, está geladinho.

- De laranja? Eu adoro!

Bely tomou a metade do suco e pediu novamente para irem embora.

- Agora vamos, quero ver um filme antes de dormir.

- Então, vamos.

Ele deu umas voltas pelas ruas e Bely já estava sonolenta. Após algum tempo, a garota dormia pesado.
Loran parou o carro em um hotel e pegou Bely em seus braços, deitou a garota na cama e a beijou. Ficou deitado ao seu lado passando as mãos em seus cabelos e sentindo o seu corpo. Depois de uns trinta minutos, ele colocou ela no carro e seguiu para casa. Conferiu se July já dormia e subiu com a garota. Viny ainda estava no posto trabalhando.
Nenhum tipo de relação íntima havia acontecido, ele só queria ficar perto dela.

- Foi lindo, tu és linda! Amo você.

Bely acordou no outro dia com muita dor de cabeça e vomitando.

- Meu amor, o que você comeu?

- Mamãe, comi uns temakis junto com o Loran, ele me pegou no jogo e saímos juntos.

- Eu vou pegar um remédio, fica deitadinha.

July nem imaginava o que a filha havia sofrido. Estavam hospedando alguém que jamais poderiam imaginar o caráter e a frieza.

Escolhas de uma vida Where stories live. Discover now