Capítulo 41 - Bônus Alfa Jorge/final

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Eu tremia de medo de encontrar a minha esposa no meio daqueles corpos e cada vez que eu retirava um corpo em cima de outro, parecia que minha alma ia sair do meu corpo. Entretanto, ela não apareceu. Um suspiro de alívio acabou saindo e me culpei por momento por causa das outras vítimas. No entanto, eu não poderia negar que fiquei mais aliviado por não ter encontrado a Kinbble naquele lugar, pois, isso poderia indicar que ela ainda poderia estar viva. Mas onde ela estava?

Olhando mais ao redor, percebi que ainda estava faltando um certo número de pessoas, incluindo crianças. Tudo indicava, que eles poderiam ter escapado pelas saídas dos fundos. Com isso em mente, comecei a seguir pelo mesmo caminho. Até que cheguei em uma estrada que me levaria para a floresta. Segui em frente, até que encontrei a cabana da curandeira. Ainda longe, consegui visualizar aquelas pessoas que tinham escapados no esconderijo. Automaticamente, apressei ainda mais os meus passos e me aproximei daquelas pessoas que estavam sendo atendidos pela curandeira. Quando eles me viram, a maioria me cercou e começaram para dizer tudo o que tinha acontecido. Ainda assim, eram várias pessoas falando em simultâneo, o que dificultou a minha compreensão. Além disso, eu ainda não estava consegui encontrar a minha esposa, o que piorou a minha ansiedade.

Como eu percebi que eles não iriam se acalmar em pouco tempo, eu não tive uma outra opção a não ser cortar as suas falas para perguntar sobre a minha esposa. No entanto, para a minha desesperança, descobri que foi a Kinbble que lutou contra os inimigos mesmo com a sua gravidez em risco e atraiu os inimigos para longe para evitar mais mortes. Todos começaram a chorar, dizendo que a Luna tinha se sacrificado para salvar as suas vidas. Entretanto, eu não ouvia os seus choros, tudo o que eu ouvia era um alto zumbido que perturbava a minha mente. Minha visão embaçada e meu corpo fraco. Mas eu ainda não podia desmoronar naquele momento, nem perder as esperanças. Eu ainda precisava encontra-la, não podia deixar que tudo terminasse assim. Arranjei as minhas últimas forças e sai de lá e fui em direção da floresta a sua procura.

Corri por toda a floresta, mas ainda estava sendo difícil de encontrar qualquer sinal da sua localização. No entanto, eu ainda não podia desistir, assim, aprofundei ainda mais naquela densa floresta e fui em alguns lugares que eu não tinha tido a chance de ir ainda. Para a minha surpresa, acabei encontrando uma pequena tilha. O melhor disso tudo, foi que comecei a sentir o cheiro da minha companheira. Estava fraco, mas foi o suficiente para que a chama da esperança queimasse por dentro de mim. O caminho escuro por conta da noite nem era mais um obstaculo. Além de que, o céu estava brilhando pela grande lua de sangue. Era o reflexo daquela guerra.

Corri como nunca, apenas me concentrando no seu fraco cheiro. Até que, finalmente cheguei em uma pequena cabana velha. Entrei pela porta sem pensar duas vezes e fui subindo pelas escadas enquanto eu chamava pelo nome. No entanto, o meu chamado não foi respondido e a cabana estava em completo silêncio. Apesar disso, ainda continuei a sua procura, até que no final, a encontrei caída no chão dentro de um quarto. Aquela cena foi a pior coisa que eu poderia ter imaginado. Apesar de todos os sinais, eu ainda recusava em acreditar que poderia ser isso.

Caí de joelhos em frente do seu corpo gelado não me importando com as lágrimas que escorriam livremente pelo o meu rosto. Balancei a cabeça em negação desesperado não querendo acreditar que aquilo pode era real. Não pode ser! Um grito saiu da minha garganta, era um grito de dor. Peguei na sua mão fria e sem vida e encostei na minha testa, tremendo enquanto chorava igual uma criança. Fui fraco novamente. Minha promessa foi um fracasso. Eu não consegui proteger ela. O bebê... Com a mão trêmula, toquei na sua barriga que estaria a nossa criança. Mas eu não consegui sentir nada. Nenhum sinal de vida. Tinha muito sangue no corpo de Kinbble, principalmente embaixo das suas pernas. Com as marcas do seu corpo, tudo indicava que ela sofreu um grande golpe na sua barriga e por conta disso, acabou sofrendo um aborto. O corpo do bebê não poderia estar por perto, mas era impossível ter sobrevivido com aquele golpe. A minha criança... Eu a perdi... Só de pensar na morte da minha criança que nem teve a chance de crescer, me fez ficar destruído.

Minha LobaWhere stories live. Discover now