Capítulo 16

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Depois do ocorrido a aula continuou normalmente, entretanto, muitos ainda me olhavam. Principalmente a Alice que ficava ao meu lado me olhando com os seus olhos arregalados. No entanto, eu os ignoro e tento prestar atenção na aula. Internamente soltei um suspiro cansado, ainda era apenas o meu primeiro dia de aula e já estava me deixando irritada. Primeiro começou com os olhares das pessoas e agora um professor que queria pegar no meu pé.

Fazia tempo que isso não acontecia e eu não podia fazer nada, porque ainda sou apenas uma estranha aqui. Eu só queria ficar no meu canto, sem que ninguém me perturbasse. Principalmente agora, que achei ter encontrado o meu lugar. Neste lugar eu conheci pessoas incríveis e outras nem tanto, mas eu ainda me sentia bastante satisfeita. Apenas, parecia haver mais alguma coisa para que eu realmente me sentisse completa, só não sei o que poderia ser.

Eu sai dos meus pensamentos quando o sinal tocou, alertando que já estava na hora do intervalo. Saio da sala caminhando pelo o corredor a procura do refeitório. Neste instante, acabei sentindo um aperto no meu braço. Olho para ver quem era e encontrei a Alice com um sorriso no rosto. Quando eu ia falar algo ela me puxa para uma direção até que chegamos no refeitório que estava lotado de alunos. Eu a segui até na fila, que não estava tão grande. Acabei pegando o meu lanche e ela pegou a sua.

- Venha comigo, eu vou te apresentar o meus amigos. - falou alegremente e como eu não tinha outra escolha, acabei seguindo atrás dela.

Andamos até que ela parou em frente de uma mesa onde estava dois garotos e uma garota. Eles pararam de conversar quando nos viram chegar e começaram a me olhar fixamente, me deixando um pouco desconfortada.

- Pessoal, esta é Ana. E Ana, esses são Gabriela, Carlos e João. - falou enquanto sentava na mesa.

Gabriela, era uma garota morena de cabelos castanho escuro e olhos cor de terra. O Carlos já tem cabelos loiros escuro e olhos azuis claros. O João era negro de cabelos raspado e olhos da cor de mel.

- Oi... - cumprimentei um pouco tímida, me sentando ao lado de Alice.

- Olha, temos uma ruivinha no grupo. - falou João alegre. Como reposta só dei um sorriso fraco e comecei a comer o meu lanche.

- Uma ruiva brava. - falou a Gabriela rindo.

- Como assim? - perguntei confusa.

- Não foi você que brigou com o professor de história. - ela perguntou e eu a encarei.

- Como você sabe? – perguntei surpresa e ela abriu a boca para falar algo, mas a Alice acabou a interrompendo.

- Toda a escola já sabe, Ana. - falou e os meus olhos se arregalaram.

- Mas eu acho que você teve sorte. - falou pela primeira vez o Carlos.

- Por quê? - perguntei enquanto bebia o meu suco de caixinha, na tentativa de acalmar o meu coração com toda essa informação.

- No ano passado um garoto desafiou esse professor e acabou sendo arremessado de três metros contra a parede. No final, acabou quebrando um braço. - disse a Gabriela calma, enquanto eu acabei engasgando com o suco.

- Os professores podem fazer isso com os alunos?? - perguntei incrédula.

- Isso não é nada. Somos bastante resistentes e um machucado como esse cura rapidinho. - falou João achando engraçado.

Depois todo mundo ficou em silêncio para comer os seus lanches. Levantei a minha cabeça e olhei ao meu redor. Eu vi que ainda havia pessoas me olhando sem parar, tudo isso estava me deixando ainda mais incomodada e até um pouco irritada.

- Por quê eles não param de me olhar? _ perguntei sussurrando para a Alice, que depois de me ouvir, também começou a olhar ao nosso redor.

- Não se preocupe, muitos estão curiosos porque é raro o alfa ter aceitado um estranho entrar para a alcateia. - explicou. - Despois que nossa Luna morreu, que no caso era a esposa do alfa, ele acabou ficando bem mais cuidadoso com a alcateia. - ela deu um sorriso fraco.

- Como se chamava a esposa do alfa? - perguntei curiosa.

- Ela... - a Alice foi interrompida quando um grupo de três garotas pararam em frente da nossa mesa, nos encarando com um olhar de superioridade.

- O que vocês fazem aqui? - perguntou Alice irritada.

- Você é Ana não é mesmo? - perguntou a garota que parece ser a líder e ignorando a Alice. Eu não respondi, somente olhei para o meu lanche e voltando a comer.

- Eu me chamo Catarina, a líder do grupo de torcidas e essas são as minhas amigas. - sua voz era bem irritante então eu olhei pra cima e vi que ela tinha um sorriso forçado no rosto.

Catarina tinha cabelos ondulados e loiros. A cor dos seus olhos eram verdes e transbordavam a sua arrogância. Sua amiga a esquerda tinha uma aparência mediana. Mas acabei arregalando um pouco os meus olhos, quando vi que do lado direito estava a Roberta, que me olhava desconfortável. Não era nem necessário eu ter me surpreendido com isso. Assim, voltei o meu olhar para a Catarina.

- O que você quer aqui? - perguntei fria.

- Eu quero que você faça parte da nossa equipe. - falou olhando para o seu grupo.

- Por que eu aceitaria? - pergunto desconfiada.

- Eu acho que você não merece estar em um grupinho como esse. - falou apontando o dedo para a Alice que a olhava com raiva mas sem dizer nada.

- Pelo o que eu sei Catarina, você não é minha mãe para me dizer o que é melhor para mim. - falei irritada. Eu sentia que a Catarina tinha uma raiva e nojo do pessoal que estava comigo. Então provavelmente ela estava fazendo isso só para irritar eles. - Então vai cuidar da sua vida e deixa a nossa em paz. - ela me olhou com o rosto vermelho de raiva.

- Olha... - ela ia falar algo mais a interrompi.

- Vai embora agora, porque ninguém te chamou aqui. - falei e depois voltei a comer o meu lanche. Percebi que elas foram embora bufando e logo depois acabei ouvindo um risada abafada vindo da Alice, não demorou muito para que todos começassem a rir.

Depois do intervalo eu tive mais três aulas sozinha, porque as matérias da Alice não eram as mesma que as minhas. Felizmente, tudo foi bem tranquilo e logo as aulas acabaram e eu tive a liberdade de voltar para a cabana. No caminho da trilha que eu voltava, eu comecei a senti que eu estava sendo observada. Tive que parar e olhar por entre as árvores, para saber de onde vinha essa sensação. Mas não encontrei nada. Então voltei a andar, até que eu encontro a cabana já entrando, vendo a dona Sueli sentada no sofá lendo uma revista.

Eu não queria acabar com a sua concentração, então eu subi as escadas e fui para o quarto. Tiro os meus sapatos, colocando a minha mochila na parede, e me deito na cama, para descansar um pouco. Depois de alguns minutos, ouço uma batida da porta e vejo a dona Sueli entrando no quarto.

- Oi dona Sueli. - falei sorrindo.

- Oi querida, como foi o seu primeiro dia de aula? - perguntou carinhosa, sentando do meu lado.

- Agitado, e cansativo. - falei desanimada.

- Então pode descansar um pouco, logo irei preparar um lanchinho para você, que tal? – perguntou e eu dei um sorriso como agradecimento.

- Obrigada. - ela sorriu se levantando e indo na direção da porta. - Espere dona Sueli!! - chamei ela de volta.

- O que foi? - perguntou me olhando.

- Eu queria saber de algo que está martelando na minha cabeça. - falei envergonhada.

- Diga menina! - sorriu.

- Qual era o nome da esposa do alfa? – perguntei o que estava na minha mente, só que eu não esperava que o seu sorriso aos poucos diminuiria até que o seu rosto transformasse em um semblante mais sério.

- Mas por que dessa pergunta, Ana?- perguntou desviando o olhar.

- Só por curiosidade... Por favor dona Sueli, me conta vai. - pedi com carinho. Então ela me deu um sorriso de derrota e falou:

- Ela se chamava Kinbble.

Minha LobaWhere stories live. Discover now