Capítulo 12

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Esse café da manhã, foi o mais silencioso de todos. Todo mundo comia a sua comida em silêncio e de cabeça baixa. Eu podia até ouvir os cantos dos pássaros e o barulho das folhas das árvores por causa do vento lá fora. Eu me enganei quando pensei que as crianças iriam ficar mais alegres com a chegada da sua irmã que estava fora por alguns dias. Seus olhares que antes transbordavam alegria, se tornaram tristes. Eu não sei o que eles passaram para que estivessem tão distantes da sua própria irmã Roberta.

Eu sei que isso não é da minha conta, mas eu estou um pouco triste vendo aquelas crianças comendo daquele jeito e parecendo que estão com medo de encarar a sua própria irmã. Eu queria poder fazer alguma coisa para tirar esse clima pesado do ambiente, mas eu não estava tendo nenhuma ideia.

Olho para o meu prato e vejo a comida que eu quase nem mexi direito. No entanto, quando prendi o meu olhar para o churro do prato, acabei tendo uma grande ideia. Chamo a atenção somente das crianças, que estavam sentados na minha frente e eles me olham sem entender. Sorrio e faço um sinal para eles continuarem em silêncio. Na mesma hora pego o churro que estava no meu prato e o coloco em baixo do meu nariz, fazendo um bigode de churro e comecei fazer algumas caretas.

Podia ser uma ideia ridícula, mas eles eram apenas crianças. Logo um largo sorriso voltaram para os seus rostos. Ouvindo as suas risadas abafadas, pensei que essa ideia não era tão ruim assim. As crianças tentaram abafar ainda mais as suas risadas, quando comecei a imitar a irmã deles comendo. Eu imitava os seus gestos e fazia careta. As crianças acabaram não diminuindo o som e isso fez com que chamasse a atenção da Roberta.

Ela parou de comer e olhou na direção das crianças que estavam com as suas mãos contra a boca. Depois ela me encarou, felizmente deu tempo para que eu virasse o meu rosto para o lado e evitando de ser pega. As crianças não aguentaram quando viram a cara de confusa da Roberta e acabaram dando altas gargalhadas. Eu sorrio por ter conseguido fazer com que aquele silêncio de antes, agora se tornassem sons de risos.

Quando o café da manhã finalmente terminou, Roberta saiu imediatamente da cozinha e eu comecei a ajudar a dona Sueli a arrumar a bagunça. Depois de tudo organizado, a Sueli me avisou para eu me arrumar para poder conhecer o tal alfa. Eu não estava muito animada com isso, mas havia um pingo de curiosidade em mim. Depois que cheguei no quarto, pego algumas peças de roupas que a dona Sueli me entregou e vou ao banheiro.

Tomo um banho um pouco demorado e saio do chuveiro enrolada na toalha. Eu me visto com uma blusa regata branca, um short jeans e coloco uma rasteirinha branca. Penteio o meu cabelo, fazendo uma trança e fico sem maquiagem. Me olho no espelho do quarto e me sinto apresentável.

Sai do quarto e vou na direção da sala e fico a espera da dona Sueli. Ela não demora muito para chegar, ela se despede das crianças e logo em seguida saímos da cabana. Caminhamos na direção da pequena trilha que tinha na mata. Andávamos em silêncio, até que eu a pergunto sobre o que era ser um alfa.

Com um pequeno resumo, entendi que ele era o líder deste lugar. Alfa era o líder e o mais poderoso. Betas são os lobos comuns como a gente e os Ômegas são os lobos sem alcateia. Depois dessa explicação eu fiquei com os meus próprios pensamentos e ouvindo os sons dos vários animais que habitavam naquela floresta.

- Obrigada. - falou a dona Sueli de repente e eu a olhei sem entender.

- Como assim? - acabei perguntando.

- Obrigada por fazer com que as crianças distraíssem na hora do café da manhã. - falou dando um sorriso carinhoso.

- E-eu não fiz nada... - gaguejei corando de vergonha.

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