Capítulo 15

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Do lado de fora da escola parecia mais normal do que eu imaginava. Havia muitos alunos e a maioria estavam separados em grupos de jogadores, populares, nerds, nada muito diferente. Na minha antiga escola eu era tratada como algo invisível que ninguém se importava, mas desde o momento que entrei, havia diversos olhares nada discretos em minha direção. Além dos olhares de curiosidade, ainda havia pessoas que cochichavam e apontavam para mim.

Um pouco incomodada, evitei o contato visual e caminhei apressada até que entrei para dentro. O corredor da escola não estava tão lotado quanto o lado de fora, mesmo assim tinha alguns alunos que me observavam. Eu ignoro essas pessoas e pego o meu horário e o número do meu armário na minha mochila. O número do meu armário era 186 e da minha sala era 12°. A minha primeira aula seria de matemática. Com um pouco de desânimo vou andando pelo o corredor a procura do meu armário, até que sem querer acabo esbarrando com alguém e fazendo com que as coisas que estava com a pessoa caísse no chão.

- Desculpa... - pedi enquanto ajudava a recolher os livros caídos.

- N-não tem problema, eu também estava distraída. - quando olho em seu rosto, vejo uma garota branca de cabelos pretos e de olhos verdes. Ela é bem bonita e parecia ser uma garota legal.

Eu acabei de pegar os seus livros e a entreguei depois de me levantar. Mas ela continuou observando o meu rosto, até que começou a falar:

- Você é uma novata, não é? - eu não falei nada, mas concordei com a cabeça e ela sorriu. - Olá! eu me chamo Alice. - disse animada e estendendo a sua mão, da qual eu peguei depois de hesitar.

- Oi, eu me chamo Ana. – falei e logo depois eu retirei a minha mão da sua. - Você sabe onde fica o armário número 186? - perguntei porque eu iria perder bastante tempo se eu fosse procurar sozinha. Mas como reposta ela deu um gritinho histérico, me assustando um pouco.

- Claro que eu sei!! É do mesmo lado que o meu. - disse já me puxando pelo o braço, me arrastando pelo corredor. Chegamos até no meu armário que ela me mostrou. Coloquei o meus materiais e eu só peguei o necessário. - Que sala você está Ana? - perguntou ela me olhando alegremente.

- Sala 12°, você sabe onde fica? - perguntei.

- Sim! eu sei, mas é uma pena que não é a mesma que a minha. - falou um pouco triste e eu não mostrei nenhum emoção. Quando eu ia falar algo, ouço o barulho do sinal da escola, me chamando a atenção. - Vem eu te mostro a sua sala. - ela começou a andar e eu a segui. Paramos em frente de uma porta e logo após acabamos nos despedindo. Respirei fundo, bati na porta e abro logo em seguida.

- Com licença professor. - falei quando encontrei um homem, alto, um pouco magro, de cabelos castanho e com roupa formal. Depois de ouvir a minha voz, ele virou na minha direção e parou de escrever na lousa, fazendo um sinal para que eu entrasse.

- Olha o que temos aqui, uma nova integrante do bando. - falou sorrindo e eu corei um pouco sem olhar para todos que estavam na sala. - Eu me chamo Fernando, e pode se sentar em qualquer cadeira vaga. - eu o agradecei e comecei a caminhar pela sala. Ignorei os olhares e os cochichos, me sentando na última carteira do lado da janela. Acabei me animando um pouco por ser o meu lugar favorito.

Eu acabei dormindo um pouco na aula de matemática. Nunca gostei muito dessa matéria, principalmente agora, quando não consegui acompanhar muito bem o que ele estava explicando. A segunda aula era de espanhol, com a professora Miriam. Ela era morena de longos cabelos castanhos e de olhos claros. Ela era uma professora muito simpática e bonita. Alguns dos garotos babavam enquanto as garotas ficavam irritadas.

Mas eu não consegui acompanhar a aula. Na minha antiga escola não tinha aula de espanhol e agora estava difícil de entender. Entretanto, a terceira aula era de história. Quando eu estava distraída com os meus materiais, ouço alguém chamando pelo meu nome. Olho para aonde que vinha a voz e vejo a menina que eu encontrei no corredor caminhando em minha direção.

- Ana!! - gritou ela se aproximando mais, até chegar na minha frente com a respiração acelerada. - Quem bom que teremos a mesma aula. - falou sorrindo.

- Oi Alice. - falei enquanto acabava de guardar os meus materiais.

- Pelo jeito, você não é de falar muito. - falou me observando. - Vem, temos que entrar antes que aquele professor rabugento nos deixa para fora da sala. – logo em seguida me puxou para andar junta a ela.

Conseguimos chegar antes do professor, me sentei com a Alice ao meu lado. Quando o professor entrou, ele observou a sala toda, até que os seus olhos pararam em mim.

- Pelo jeito, era verdade que temos uma aluna nova. - falou o professor vindo em minha direção, chamando mais atenção de outros alunos, mas não me importei. Com a proximidade do professor, tive uma impressão que ele parecia ser bem diferente do que todos pensavam, me deixando intrigada.

Eu nunca duvidei da minha intuição e agora a minha intuição dizia que aquele homem de cabelos loiros, olhos verdes, alto, de porte físico forte e que tinha um sorriso sério mas encantador. Era na verdade, um homem triste, cheio de dor, ódio e mentira. - É muito raro ter uma pessoa nova no bando. - sorriu forçado. Só agora que percebi que ele já estava na minha frente.

- Como você pode ver, aqui estou eu. - falei o encarando. Eu não queria ser rude tão rapidamente, mas o seu olhar mostrava algo que eu não gostava.

- Estou impressionado um ômega estar aqui. - falou com um olhar de ódio e raiva. Só pode ser brincadeira, em meu primeiro dia de aula e já tem um professor que me odeia! Acabei revirando os olhos. - Eu não sei como o alfa pode ter aceitado alguém como você. - falou com desgosto e convencido, fazendo com que eu ficasse irritada.

- Eu acho que o motivo do alfa ter me aceitado é problema dele e não seu. - falei tentando permanecer calma, enquanto a sala ficou em um completo silêncio. Mas eu não deixei olhar para aquele professor nem por um momento, que me olhava com os olhos arregalados. - Mas professor eu não sou um ômega. - o seu olhar permanecia o mesmo, mas acabou tendo um pingo de curiosidade.

- Se você não é um ômega, então o que você é? - perguntou sorrindo.

- Eu acho que isso é algo que nem eu mesma sei. - falei olhando em seus olhos, que logo foram desviados. O professor começou a se afastar indo para sua mesa, mas ele sussurrou algo que consegui compreender como: interessante.

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