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Com as mãos delicadamente enroscadas nos fios sedosos de seu cabelo, Blairys traçava uma coreografia de frustração, seus passos delineando o palco do descontentamento. Os olhos, faíscas de cólera, narravam uma saga de traição enquanto ela se movia de um lado para o outro. A atitude sagaz do seu tio custou-lhe aliados promissores, marcando um capítulo amargo em seu paladar.
Absorta em sua própria frustração, ela permaneceu alheia à figura sorridente, que se recostava descontraída na parede com os braços elegantemente cruzados.
— Parece que meu irmão trouxe à tona o seu lado sombrio, sobrinha. A continuar assim, incendiará o quarto apenas com pensamentos.
— Aegon... - Num murmúrio suave, ela desdenha suas piadas, revelando uma falta de interesse em saciar entretenimento alheio. — Não me recordo de tê-lo convidado a entrar.
— Não seja rude, sobrinha, isso realmente não a favorece. - Proclama ele, acomodando-se junto à lareira com as mãos casualmente apoiadas atrás de cabeça.
Seu olhar penetrante fixou-se no príncipe, enquanto a Targaryen, indignada, erguia as sobrancelhas com a audácia dele em invadir descaradamente seu espaço. Sua presença ali era indesejada, especialmente naquele instante carregado de estresse.
— Tio, caso não tenha algo a acrescentar, peço gentilmente que se retire. De modo algum, me ajoelharei perante a sua pessoa muito menos implorarei por uma resposta.
Num lampejo, um sorriso malicioso irradia o rosto do príncipe.
— Ajoelhar-se perante mim? - Pergunta com um tom sugestivo, provocando segundas intenções. — Bem, isso é algo que eu não recusaria, de forma alguma.
A expressão facial da princesa se transforma momentaneamente, moldando uma careta expressiva, ao seguir atentamente o olhar do homem que percorre detalhadamente cada centímetro de seu corpo.
— Aegon, a sua ignorância sobre o dever não lhe dá o direito de presumir que os outros possam escapar das responsabilidades como você faz.
Entre suspiros de frustração, o príncipe manifestou a sua insatisfação diante da resposta monótona. Ansiava por uma reação à altura ou até mesmo que ela se entregasse ao seu jogo, uma dinâmica que, claramente não se concretizou.
— E se dissesse que estou aqui para ajudar?
Num intrigante arquear de sobrancelhas, a princesa, imbuída de curiosidade, habilmente lançou suas dúvidas. — Ajudar? - E, entreabrindo os lábios, soltou uma risada nasal impregnada de sarcasmo. — Você realmente espera que eu acredite nisso? Aegon, caridade não faz o seu estilo, a menos que haja algum benefício pessoal em jogo.
Mordendo suavemente o lábio inferior, o príncipe a encarou com uma faísca de diversão enquanto saboreava a sua astúcia, como o mais desafiante deleite.
