Capítulo 12

813 124 9
                                    

Boa leitura! 

.

.

.

.

.

.

.

Esse era o medo de manter proximidade com Luiza: Uma hora ela baixaria sua guarda e a mais nova perceberia algum deslize.

- O quê? - Valentina perguntou incrédula. - Você enlouqueceu?

- Como sabe sobre o meu pai? - Luiza voltou a perguntar com solenidade. Os olhos castanhos se fecharam para a maior enxaguar o condicionador de seus cabelos.

- Eu não colocaria uma estupradora ou serial killer dentro da minha cela, então pedi para Luana puxar sua ficha. - Falou e Luiza a olhou cética.

- Você viu o crime que fui acusada? - A morena perguntou incrédula.

- Vi. - Valentina disse naturalmente.

- E mesmo assim me mudou para sua cela? - Indagou surpresa.

- Não, você sonhou até agora e vai acordar ainda na cela de Gabriela. - Valentina disse seriamente, fechando o chuveiro antes de caminhar alguns passos e buscar com a guarda duas toalhas ainda embaladas, haviam esquecido de pegar.

- Por que eles teriam em minha ficha que meu pai está morto? - Luiza perguntou cética e Valentina bufou.

- É a porra da polícia federal. Eles sabem tudo sobre você. -  Luiza aceitou a resposta, desligando o chuveiro. Ela caminhou até Valentina e pegou a toalha de sua mão, vendo a mais velha desviar os olhos para outro lugar qualquer.

- Quantos anos você tem? - Luiza perguntou, abrindo a embalagem de sua toalha antes de começar a se enxugar.

- O suficiente.

- Você não sabe responder nenhuma pergunta direito? - Perguntou e Albuquerque suspirou.

- Não é nada pessoal, tudo bem? Eu só não quero amizades. - Luiza assentiu, vestindo sua roupa íntima antes de ir até a porta pegar um conjunto de uniforme limpo com uma das guardas e deixando o sujo.

- Sabe que eu saber sua idade não faz de você minha amiga, não é? - Perguntou, indo para o vestuário apenas para se vestir rapidamente.

- Mas seria um começo. - Alertou a outra.

- Então tenho um belo começo de amizade com meus atores preferidos de Hollywood, preciso que eles saibam. - Luiza disse sarcástica e Valentina revirou os olhos.

- Vinte e seis. - Valentina disse por fim e Luiza ergueu a vista, soltando a toalha para vestir a parte de cima do uniforme.

- Doeu? - A morena perguntou sorrindo e a menor franziu o cenho. - Dizer sua idade, doeu?

- Quase. Qual a sua? - Valentina pergunrtou.

- Não viu na minha ficha? - perguntou debochadamente e Valentina revirou os olhos, terminando de se vestir antes de marchar a passos duros para sua cela, deixando-a sozinha ali.

A mais alta riu para si mesma e terminou de se vestir, voltando sem resquício algum de pressa para a sua cela.

- Desculpe. - Luiza pediu ao ver a morena penteando seus cabelos com uma carranca. - Eu só acho engraçado suas caretas, mas não quis soar rude ou algo assim.

- Não soou. - Disse seriamente e Luiza assentiu.

- Tenho vinte e quatro anos. - Luiza mencionou, cruzando os braços e se sentando em sua cama. - O que mais viu em minha ficha? - Ela perguntou temerosa.

- Nada. Só o fato de saber seu crime.

- Não foi meu crime, mas entendi. - Luiza disse. - E sobre meu pai, certo? - perguntou e Valentina assentiu.

- Certo.

- Sabe o que é bem curioso? - Campos começou, pegando sua escova de dente em suas coisas. - Que de todos os fatos ali, você não gravou a minha idade, preferiu gravar que meu pai faleceu.

- O que está insinuando? - Valentina perguntou e Luiza meneou a cabeça, indo até o pequeno lavatório ali.

- Nada. Só que não acredito que você tenha visto minha ficha. - Disse, vendo Valentina terminar de pentear seus cabelos e prensá-la contra a parede antes que pudesse levar a escova de dentes até sua boca.

Os olhos castanhos enxergaram o músculo do maxilar de Valentina tensionado e os olhos verdes lhe fitarem solenemente. Seu olhar desceu para os lábios rosados da morena antes de ela sentir sua pulsação acelerar.

- Nunca duvide de mim. - Valentina disse firmemente e Luiza foi ousada em seu próximo ato, esticando o pescoço para ficar mais perto da mulher antes de fitá-la intensamente.

- Então me diz, Albuquerque... - Luiza começou, com a voz carregada de poder. - Se você realmente viu minha ficha... - Umedeceu seus lábios. - Qual foi meu crime?

Ela viu a hesitação invadir o olhar esverdeado e ali ela teve certeza; Valentina não havia visto sua ficha.

Seu raciocínio parou de funcionar corretamente quando um braço de Valentina rodeou sua cintura e grudou os corpos, causando uma leve falta de ar na morena.

- Você fica realmente abalada com toda essa proximidade, não é? -  Perguntou, sorrindo sugestiva. Seu rosto se aproximou mais alguns milímetros do de Luiza antes de roçar seus lábios nos dela. - Não é só proteção para você, eu vejo a forma como me olha... - Luiza engoliu em seco e se inclinou, dando um beijo suave no canto dos lábios de Valentina. Nas esferas verdes nasceu um brilho hipnotizante aos olhos de Luiza, mas ela se conteve.

- Não tente me persuadir a esquecer nossa conversa. - Disse, virando o rosto quando a mais velha sorriu vitoriosa e se inclinou. - Sem distrações. Quero que me responda! - Pediu com veemência e Valentina a soltou, chutando o lavatório antes de suspirar e se afastar, subindo em sua cama.

- Eu não sei a merda do seu crime, está bem? - Você me pegou. - Falou irritada. - Mas não me pergunte como sei sobre seu pai. Não irei te contar. - Deitou-se virando para a parede.

- Mas...

- Deixei algumas coisas para comer em sua cama, afinal você perdeu o horário da refeição com a médica gostosa. Boa noite!

Luiza sorriu sem perceber ao notar que Valentina continuava se preocupando com ela.

- Valentina? - Luiza chamou.

- Hm?

- Obrigada. - Agradeceu, começando a escovar seus dentes.

- Não há de quê. - Responde unicamente, tentando levantar a parede invisível que ela mesma criava entre elas sem saber que Luiza não aprendia a lição. Quanto mais misteriosa, mais atrativa aos seus olhos.

.

.

.

.

.

.

.

Até o próximo!














Presa Por Acaso (Valu)Onde histórias criam vida. Descubra agora