Boa leitura!
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Esse era o medo de manter proximidade com Luiza: Uma hora ela baixaria sua guarda e a mais nova perceberia algum deslize.
- O quê? - Valentina perguntou incrédula. - Você enlouqueceu?
- Como sabe sobre o meu pai? - Luiza voltou a perguntar com solenidade. Os olhos castanhos se fecharam para a maior enxaguar o condicionador de seus cabelos.
- Eu não colocaria uma estupradora ou serial killer dentro da minha cela, então pedi para Luana puxar sua ficha. - Falou e Luiza a olhou cética.
- Você viu o crime que fui acusada? - A morena perguntou incrédula.
- Vi. - Valentina disse naturalmente.
- E mesmo assim me mudou para sua cela? - Indagou surpresa.
- Não, você sonhou até agora e vai acordar ainda na cela de Gabriela. - Valentina disse seriamente, fechando o chuveiro antes de caminhar alguns passos e buscar com a guarda duas toalhas ainda embaladas, haviam esquecido de pegar.
- Por que eles teriam em minha ficha que meu pai está morto? - Luiza perguntou cética e Valentina bufou.
- É a porra da polícia federal. Eles sabem tudo sobre você. - Luiza aceitou a resposta, desligando o chuveiro. Ela caminhou até Valentina e pegou a toalha de sua mão, vendo a mais velha desviar os olhos para outro lugar qualquer.
- Quantos anos você tem? - Luiza perguntou, abrindo a embalagem de sua toalha antes de começar a se enxugar.
- O suficiente.
- Você não sabe responder nenhuma pergunta direito? - Perguntou e Albuquerque suspirou.
- Não é nada pessoal, tudo bem? Eu só não quero amizades. - Luiza assentiu, vestindo sua roupa íntima antes de ir até a porta pegar um conjunto de uniforme limpo com uma das guardas e deixando o sujo.
- Sabe que eu saber sua idade não faz de você minha amiga, não é? - Perguntou, indo para o vestuário apenas para se vestir rapidamente.
- Mas seria um começo. - Alertou a outra.
- Então tenho um belo começo de amizade com meus atores preferidos de Hollywood, preciso que eles saibam. - Luiza disse sarcástica e Valentina revirou os olhos.
- Vinte e seis. - Valentina disse por fim e Luiza ergueu a vista, soltando a toalha para vestir a parte de cima do uniforme.
- Doeu? - A morena perguntou sorrindo e a menor franziu o cenho. - Dizer sua idade, doeu?
- Quase. Qual a sua? - Valentina pergunrtou.
- Não viu na minha ficha? - perguntou debochadamente e Valentina revirou os olhos, terminando de se vestir antes de marchar a passos duros para sua cela, deixando-a sozinha ali.
A mais alta riu para si mesma e terminou de se vestir, voltando sem resquício algum de pressa para a sua cela.
- Desculpe. - Luiza pediu ao ver a morena penteando seus cabelos com uma carranca. - Eu só acho engraçado suas caretas, mas não quis soar rude ou algo assim.
- Não soou. - Disse seriamente e Luiza assentiu.
- Tenho vinte e quatro anos. - Luiza mencionou, cruzando os braços e se sentando em sua cama. - O que mais viu em minha ficha? - Ela perguntou temerosa.
- Nada. Só o fato de saber seu crime.
- Não foi meu crime, mas entendi. - Luiza disse. - E sobre meu pai, certo? - perguntou e Valentina assentiu.
- Certo.
- Sabe o que é bem curioso? - Campos começou, pegando sua escova de dente em suas coisas. - Que de todos os fatos ali, você não gravou a minha idade, preferiu gravar que meu pai faleceu.
- O que está insinuando? - Valentina perguntou e Luiza meneou a cabeça, indo até o pequeno lavatório ali.
- Nada. Só que não acredito que você tenha visto minha ficha. - Disse, vendo Valentina terminar de pentear seus cabelos e prensá-la contra a parede antes que pudesse levar a escova de dentes até sua boca.
Os olhos castanhos enxergaram o músculo do maxilar de Valentina tensionado e os olhos verdes lhe fitarem solenemente. Seu olhar desceu para os lábios rosados da morena antes de ela sentir sua pulsação acelerar.
- Nunca duvide de mim. - Valentina disse firmemente e Luiza foi ousada em seu próximo ato, esticando o pescoço para ficar mais perto da mulher antes de fitá-la intensamente.
- Então me diz, Albuquerque... - Luiza começou, com a voz carregada de poder. - Se você realmente viu minha ficha... - Umedeceu seus lábios. - Qual foi meu crime?
Ela viu a hesitação invadir o olhar esverdeado e ali ela teve certeza; Valentina não havia visto sua ficha.
Seu raciocínio parou de funcionar corretamente quando um braço de Valentina rodeou sua cintura e grudou os corpos, causando uma leve falta de ar na morena.
- Você fica realmente abalada com toda essa proximidade, não é? - Perguntou, sorrindo sugestiva. Seu rosto se aproximou mais alguns milímetros do de Luiza antes de roçar seus lábios nos dela. - Não é só proteção para você, eu vejo a forma como me olha... - Luiza engoliu em seco e se inclinou, dando um beijo suave no canto dos lábios de Valentina. Nas esferas verdes nasceu um brilho hipnotizante aos olhos de Luiza, mas ela se conteve.
- Não tente me persuadir a esquecer nossa conversa. - Disse, virando o rosto quando a mais velha sorriu vitoriosa e se inclinou. - Sem distrações. Quero que me responda! - Pediu com veemência e Valentina a soltou, chutando o lavatório antes de suspirar e se afastar, subindo em sua cama.
- Eu não sei a merda do seu crime, está bem? - Você me pegou. - Falou irritada. - Mas não me pergunte como sei sobre seu pai. Não irei te contar. - Deitou-se virando para a parede.
- Mas...
- Deixei algumas coisas para comer em sua cama, afinal você perdeu o horário da refeição com a médica gostosa. Boa noite!
Luiza sorriu sem perceber ao notar que Valentina continuava se preocupando com ela.
- Valentina? - Luiza chamou.
- Hm?
- Obrigada. - Agradeceu, começando a escovar seus dentes.
- Não há de quê. - Responde unicamente, tentando levantar a parede invisível que ela mesma criava entre elas sem saber que Luiza não aprendia a lição. Quanto mais misteriosa, mais atrativa aos seus olhos.
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Até o próximo!
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Presa Por Acaso (Valu)
FanfictionO que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Luiza Campos não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente para pagar o mel...