Capítulo 8

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Oi para os meus leitores favoritos!

Boa leitura!

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Luiza estava deitada enquanto olhava quadradinhos imaginários na parede. Sim, o tédio a estava matando, porém, não mais do que a curiosidade sobre Valentina Albuquerque.

A garota era grosseira, seca, fria, contudo, se ofereceu em ajudá-la. Ela também já fora gentil, mesmo sem perceber. A mais nova só queria entender aquela mulher. Por que ela ajudaria alguém gratuitamente?

Valentina jamais se envolveu com alguém daquela cadeia, de acordo com Eduarda. Então por que diria a todas que estava com Luiza? Para sua única proteção? Muito estranho.

Valentina a havia beijado, um selinho na frente de todas. Aqueles lábios rosados e tão beijáveis, junto com aquele olhar intenso que derreteria qualquer iceberg... Não! Ela não deveria pensar nisso, se repreendeu.

O barulho de sua cela sendo aberta a fez respirar fundo. A merda aconteceria, se tivesse que acontecer.

- Olá, novata. - O sorriso rancoroso no rosto de Gabriela fez Luiza sentir um frio cortar toda a sua espinha.

- Luiza Campos. - A voz da guarda fez Luiza a olhar. Era Marques.

- Sim? - Luiza perguntou baixo antes de fitar Gabriela. Seus olhos a fitavam ansiosamente, à espera daquela guarda sair para acertar as contas. O nariz da garota estava enfaixado e ela tinha um olho roxo.

- Arrume seus pertences que em menos de dois minutos volto aqui. - Ela disse e Luiza assentiu confusa, apesar de não ter quase nada. Alguns itens de higiene pessoal e suas roupas íntimas.

- Quebraram meu nariz, sua vadia. - Gabriela disse irritada assim que Luana saiu. - Vou esperar Marques fazer seja lá o que for aqui nessa inspeção de cela e esta noite você me paga. Albuquerque verá quem manda nessa merda. - Luiza sequer a olhou, o medo circulava em cada canto de suas veias.

- Eu sinto muito por seu nariz. - Luiza disse baixo, se sentando e arrumando suas coisas no canto de sua cama.

- Ah, com certeza não sente, sua vadia. - Gabriela disse cruzando os braços. - Não mandei se sentar. Levanta! - Impôs e a carioca obedeceu. - Valentina deveria saber que você só está com ela por interesse, mas deveria ter escolhido melhor, boneca, sou eu quem tenho todas as guardas compradas.

- Nem todas. - A voz de Luana soou firme e Gabriela a olhou assustada. - Campos, pegue suas coisas e me acompanhe.

- Não quis dizer que as compro de verdade, senhora. São todas mulheres íntegras. - Gabriela disse colocando as mãos para trás e Luana manteve sua expressão imparcial quando Luiza saiu da cela.

- Eu sei bem o que você quis dizer e não se preocupe, porque cada mulher íntegra dessas que você citou terão sua vez na hora certa. - Falou, erguendo um braço, fazendo a policial que tinha os comandos a ver pela câmera de segurança e voltar a fechar a cela.

- Aonde ela vai? - Gabriela perguntou confusa.

- Não é da sua conta. Cuide de suas coisas. - Luana disse impassível. - Por aqui Campos.

Caminharam duas celas, até pararem de frente com a cela que Luiza conhecia muito bem.

- Espero que nessa você não arranje problemas. - Luana disse. - Elas duas sempre arranjam problemas uma com a outra e por isso foram colocadas em celas separadas. Com Gabriela você não vem dando certo, vejamos com Valentina. - Falou, abrindo a cela. Luiza entrou no ambiente antes da cela voltar a se fechar.

- Obrigada, Lu. - Valentina disse e Luana sorriu.

- Juízo, garotas. - Ela disse, se afastando dali.

Luiza olhou confusa para Valentina antes de colocar suas coisas em seus devidos lugares.

- Você... a subornou? - Luiza perguntou confusa e Valentina riu.

- Uma mulher nunca revela seus truques. - Falou e a outra assentiu.

- Eu posso... Me deitar? - Luiza perguntou e Albuquerque franziu o cenho.

- Não precisa de uma autorização minha para isso, Campos. - Luiza riu fraco.

- É que Gabriela às vezes....

- Não sou ela. - Disse seriamente e Luiza a fitou novamente.

- Claro, me desculpe. - Pediu, se deitando em sua cama. Seu cérebro voltou a divagar.

- Ela já estava na cela? - A voz de Valentina soou e alguns segundos depois as luzes se apagaram.

- Estava.

- Ela te machucou?

- Não.

- Hm. - Respondeu com frieza novamente, deixando o silêncio se instaurar no local.

- Por que ficava me olhando tanto quando cheguei? - Luiza perguntou. Droga! Era sempre tão estúpida? Pensou.

- Não te interessa, Campos. - Valentina disse e, para sua surpresa, Luiza riu.

- Por que é sempre tão rude comigo?

- Você é sempre tão idiota ao ponto de ficar insistindo em falar com alguém que claramente não quer conversar com você? - a morena perguntou, colocando a cabeça para fora do beliche, apenas para ver Luiza a fitar da cama de baixo.

- E você é sempre a protetora das novatas que claramente não pediram por sua ajuda? - rebateu e Valentina bufou.

- Eu sabia que isso seria um erro. - Albuquerque disse boquiaberta. - Amanhã pedirei à Luana que te mande de volta. Direi a todos que você está livre e você que se acerte com Gabriela. Já me meti em problemas demais pra ouvir esse tipo de coisa. - Valentina falou, se deitando bruscamente.

- Não, por favor... - Luiza pediu rapidamente, se levantando para poder ver o rosto da outra mulher. - Eu não quis dizer que não sou grata... - se corrigiu. - Só quis dizer que você começou a me ajudar do nada e nunca me disse o porquê, mas vive me tratando como se não gostasse de mim. - Ela disse e suspirou. - Isso só me deixa confusa.

Valentina a fitou antes de se apoiar em seu cotovelo e voltar a falar.

- Preste muita atenção no que vou dizer: Não somos amigas, não somos nada. Eu te ajudei e você deve ficar agradecida, nada mais. - Ela falou friamente. - Sem amizade, sem sorrisos, sem conversas sobre nossas vidas, sem perguntas. Ficou claro? - Luiza assentiu encolhendo seus ombros antes de voltar a se deitar.

- Claríssimo. - A mais nova respondeu. Pelo menos poderia dormir em paz, sabendo que não teria uma Gabriela para tentar pular em cima dela durante a noite. Seus olhos se fecharam, porém sua mente se concentrava em um único pensamento: 

Viveriam por um longo tempo sob o mesmo teto, no entanto, Valentina se negava a conversar com ela. Luiza não sabia o que era pior: Estar sozinha em uma cela, sem ninguém para conversar por meses ou anos, ou estar em uma cela com uma pessoa que gostaria muito de conversar, porém não podia.

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Até o próximo! 







Presa Por Acaso (Valu)Where stories live. Discover now