Capítulo 20.

492 52 0
                                    


{...}

-Eu só não te mato porque o fantasma daquela puta da Jina vive atormentando a Jennie, caso o contrário eu mesmo te mandaria fazer visita pra ela!

Usei o meu tom de alfa com ela e a vi se contorcer no chão tampando os ouvidos, meu sangue fervia só de lembrar dela agarrando Jennie pelos cabelos e a arrastando para fora de casa como se fosse um saco de lixo.

-Não vou te matar porque eu sei como é sentir a dor de ter um filho arrancado de você, aquela defunta moribunda mesmo morta atormenta a Jennie e sabe no que resultou? Em um aborto!

-Aborto?

Jennie perguntou e bati na minha testa vendo que havia falado demais.

-Eu ia ter um bebê?

-Calma, Jennie..

-Você também sabia?

A mãe de Jennie aproveitou a situação e saiu dali, pronto mais um problema pra mim resolver.

-Como.. como vocês ocultaram isso de mim?

Jennie se afastou de Rosé, entrei dentro de casa e a olhei.

-Foi para o seu bem, sabíamos que você se culparia por esse acidente.

-Não.. isso não justifica nada, era o meu bebê em jogo, vocês deveriam ter me contado, foi culpa da escada, não foi?

Ela esbarrou na mesa de canto e acabou derrubando o vaso de flor, ela acabou se assustando e sentou no degrau da escada e abaixou a cabeça.

-O que tá rolando gente?

Meu irmão desceu as escadas e nos olhou, ele observou Jennie e levou a mão até o seu cabelo o alisando.

-Eu falo com ela, e vocês duas somem daqui.

Meu irmão disse e Rosé me forçou a sair da sala, eu estava me sentindo mal por não ter a contado, mas isso a poderia a abalar mais ainda.

P.O.V JENNIE

Continuei em silêncio e Bambam se sentou ao meu lado, encostei a cabeça no ombro dele, por minha culpa, pelo meu descuido eu perdi o meu bebê, ele não merecia aquilo.

-Você pode chorar o quanto quiser, se libertar da dor é necessário, quando eu e Lalisa éramos mais novos, eu sempre fui mais velho que ela sabe? Quando estávamos brincando e eu acabava tropeçando e caindo, ela sempre corria até mim e dizia "tá tudo bem, podemos cuidar disso." E corria pra buscar os primeiros socorros, acredite ela cuidava dos meus ferimentos e muito bem, mesmo eu resmungando ela fazia da melhor forma para amenizar a dor, e dava certo.

-Ela não deveria ter feito aquilo..

-Acredite, ela preferiu tomar a sua dor, o primeiro filho é sempre o que marca, ela fez isso por algum motivo, as pessoas não pensam nas consequências quando querem proteger alguém, é como nos livros, o garoto mal sempre vai se afastar da garota boazinha por a não querer prejudicar, mas não dá muito certo, você sabe algo vai os unir novamente, ela quis te poupar da dor e da culpa, não foi sua culpa ter caído da escada, não foi sua culpa perder aquele feto, tudo na vida tem um propósito.

Bambam parou de falar e segurou minha mão.

-Eu tive um sonho em que você me dava um sobrinho lindo, um bebê arco íris, ele tinha o sorriso gengival mais lindo, não era apenas você que estava feliz mas minha irmã transbordava de felicidade sempre que pegava aquele bebê no colo, não a culpe pelo o que ocorreu, se foi tirado de você foi por um motivo, já passou, foque no presente e eu sinto que não vai demorar muito pra aparecer um bebê arco íris aí.

-Eu..

-Me diz, o que você fez hoje a tarde toda, eu não te vi.

-Eu fui ao shopping com minha melhor amiga e depois fomos a uma sorveteria e provei um sabor novo.

-E qual seria?

-Iogurte com amora, era tão gostoso e o cheiro era uma delícia, me lembrava a aromas de bebês ômegas.

-Sério? Será que vem um novo bebê por aí?

Bambam brincou e aquilo me fez rir, e neguei com a cabeça.

-De forma alguma, acredito que não.

-Nada é impossível, desculpe minha irmã e Rosé pelo o que elas fizeram, foi para o seu bem e acredito que por impulso também, você não merece sofrer, Jennie.

Ele deixou um beijo na minha testa e olhou para o topo da escada.

-É melhor eu ir, antes que todo o fogo no rabo daquela ômega passe.

Assenti com a cabeça e o vi subir as escadas, fiquei um tempo sentada no degrau da escada pensando, Bambam estava certo em alguns pontos, talvez eu tivesse perdido o controle se eu soubesse, saber que Lalisa carregou a dor toda sozinha me deixava triste, não conseguia vê-la como vilã.

Arrumei minha roupa e andei até a cozinha.

-Jennie, foi tudo minha culpa.

-Não foi culpa de ninguém, Rosé, foi um descuido meu, pode me deixar a sós com a Lisa?

Rosé assentiu com a cabeça e andei até Lalisa e tirei a taça de suas mãos e a abracei.

-Me desculpe por não dividir essa dor com você..

Encostei minha cabeça em seu ombro e senti seu corpo relaxar, ela me abraçou de volta e a escutei soluçar, Lalisa era forte na maior parte de tempo, mas ela tinha sua parte sensível, ela estava sempre ali por mim e o mínimo que eu faça é estar ali por ela também.

As mãos dela me mantinham perto, eu podia senti suas lágrimas molharem meu vestido, mas não me importei.

-Está tudo bem, podemos reverter essa situação.

-Reverter como?

Lalisa perguntou e me olhou, limpei seu rosto e sorri.

-Fazendo outro, claro que não vai substituí-lo, mas já é um começo.

-Você faria isso?

-Claro que eu faria isso por você.

Toquei o rosto de Lalisa e sem muita demora Lalisa juntou nossos lábios em um beijo que continha sentimentos, suas mãos ainda estavam na minha cintura me mantendo perto dela, correspondi ao beijo dela nunca querendo me separar, se eu pudesse eu arrancaria toda a dor dela através daquele beijo se aquilo fosse possível.

Quando a falta de ar se fez presente continuei a manter meu olhar nela.

-Não beba essas porcaria, faz mal, vá tomar um banho enquanto preparam o jantar, vou estar te esperando aqui, e.. obrigada por me defender mais cedo.

-Eu faria isso várias vezes se for preciso.

Ela deixou um beijo na minha mão e saiu da cozinha.

{...}

Continua..

X - Jenlisa ABO. Where stories live. Discover now