CAPÍTULO 9

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Pov SN

Depois que me retirei do dormitório, caminho pela escola normalmente, ainda estava cedo, presumo que seja 15:00 horas talvez, apenas continuo caminhando sem rumo pelo internato. Encontro Jeff no quadrado, ele estava sentado no canto na pequena escada, vou até ele.

— Oi — comprimento-o, ele rapidamente olha enfim percebendo minha presença.

— Oi — fala meio desanimado.

— O que foi? — pergunto a ele que me olha brevemente, um silêncio se instala até que Jefferson começa a falar.

— Eu convidei a Bianca pra sair, ela recusou — ele confessa.

— É sério que você tá sofrendo por mulher? — pergunto a ele que me olha.

— Você pode sofrer por mulher, eu não? — indaga.

— Eu não sofro por mulher — digo olhando o chão do quadrado, ele levanta uma sombrancelha desacreditado.

— Ah eh, você não sofre por mulher, mas sim mulheres, duas mulheres com personalidades completamente diferentes — ele fala, eu rapidamente o olho.

— E-eu não sofro por ninguém — gaguejo no começo, ele ri fraco.

— Gaguejo por que? — pergunta.

— O assunto aqui não é esse, o principal aqui é que... Mulher não devia se humilhar por homem, e nem vice versa — falo.

— Meio heterofóbico isso aí — ele diz franzindo o cenho.

— Coisas da vida né — falo dando de ombros.

— Então você admite que se humilha por mulher — ele fala sorrindo malisioso.

— Eu não tenho o que comentar sobre isso — falo olhando pra frente rindo.

— Eu tô achando que o Peter quer o Ajax — fala Jeff mudando de assunto.

— Eu também tô achando isso, assim eu fiquei um pouco surpresa por ser o Ajax, mas aí eu entendi, ele adora um maconheiro — falo sorrindo.

— Não é atoa que seus apelidos são chapados — fala Jeff rindo.

— Será que ele tem narguilé? — pergunto rindo Jeff se junta a mim rindo.

— Pergunta pra ele — fala sorrindo.

— Fuma um bargas né — falo retribuindo seu sorriso.

— Mas agora é sério, o que eu faço pra conquistar ela? — pergunta pra mim.

— Como que eu vou saber, pergunte ao Xavier, ele deve saber — falo dando de ombros.

— Eu não! Aquele riquinho, nem fudendo, sério, o que ela viu nele? — fala indignado.

— Cabelo — falo pra ele que abaixa a cabeça rindo.

— Eu já vou, a gente se vê na janta? — fala se levantando, eu me levanto junto.

— Não sei, eu provavelmente vou estar caçando — falo colocando as minhas no bolso.

— Não vai voltar pro seu dormitório hoje? — pergunta franzindo o cenho.

— Não, vou deixar a Wednesday e Enid resolvendo seus assuntos pendentes — falo dando de ombros.

— Tá, então acho que a gente se vê amanhã — fala se afastando de mim acenando ao longe.

Retribuo seu aceno e caminho pela escola, os corredores não estavam tão cheios, alguns deviam estar em seus dormitórios. Vou até a biblioteca, caminho pelas estantes procurando um livro, até que um me chama atenção.

— A vida de Conde Drácula — digo o título do livro e o pego em minhas mãos.

Levo o livro até uma das mesas da biblioteca e me sento, coloco o livro na mesa e o abro começando a lê-lo.

"Em 1598 nasce um bebê, um menino, não qualquer menino, filho de Vlad, o homem que foi decretado um monstro, não era um homem comum, ele tinha presas, seus olhos avermelhavam a medida que ele sentia sede, uma sede de sangue, uma criatura horrível que matava pra viver e continuar sua matança, um ser sem coração. Quando filho de Vlad nasceu, sua mulher morreu em seu parto, dando vida a outro monstro, Vlad deu o nome de Conde ao seu filho, pela sua mágoa do falecimento de sua esposa no parto, ele tratava seu filho friamente, assim o criando em um ambiente brutal, sem amor".

"E assim Conde Drácula viveu sua vida, sem amor, sem compaixão, até conhecer uma mulher, uma humana, e nela ele viu uma beleza, a beleza que ele precisava pra continuar sua geração, não se importava com os sentimentos da mulher, ele apenas a usou para continuar sua linhagem de assassinos brutais, e assim foi feito, com mais de 200 anos de vida finalmente nasceu sua filha, filha de um vampiro e de uma humana, fruto do mal, tanto mal que sua mãe faleceu em seu parto, não de dor, mas sim de desgosto por outro monstro ter vindo ao mundo, não só um monstro, como também uma aberração. Como Conde não tinha consideração a ninguém, ele queimou um vilarejo inteiro por um ódio sem motivo".

Fecho o livro com ódio, aquilo estava errado, tudo estava errado, essa não é a história, tudo nesse livro está distorcido, como se pode existir um livro com tamanhas mentiras, o autor ou autora desse livro deveria estar louco quando o escreveu, não é possível.

Me levanto da mesa que estava sentada a poucos segundos com o livro em mãos, saio da biblioteca caminhando rapidamente furiosa, caminho em direção a sala da diretora, assim que chego bato na porta, mas ninguém abre, entro na sala sem permissão me deparando com a sala vazia, a diretora não estava ali.

— Posso ajudar em algo? — pergunta uma voz feminina atrás de mim, viro-me vendo uma das professoras.

— Onde se encontra a diretora? — pergunto a ela.

— Ela foi até o prédio Ofélia, dormitório de Wednesday Addams, Enid Sinclair e SN Drácula — avisa a mulher.

— Obrigada — falo me retirando da sala da diretora.

Caminho em direção ao prédio Ofélia, chego em frente ao dormitório, adentro o mesmo em passos rápidos, Wednesday, Enid e Diretora Weens estavam aqui, caminho em direção a Weens.

— Que merda de livro é esse? — pergunto irritada para a mulher que me olha confusa.

— Que linguajar é esse senhorita Drácula? — indaga surpresa.

— Foda-se meu linguajar, por que mantém esse livro na biblioteca? — pergunto irritada.

— Eu não estou entendendo do que você está falando — diz ficando ainda mais confusa, Enid e Wednesday não estavam diferentes, porém Wednesday não demonstrava muita expressão.

— Esse livro, sobre a vida de Conde Drácula, é uma mentira, ele fala que nossa família é o fruto do mal, os piores assassinos que existem, diz que sou uma aberração, a pior da espécie, que meu pai era um homem sem coração —falo indignada, a mulher encara o livro em minha mão.

— Eu não sabia desse livro — ela confessa.

— Nos retratam como o pior tipo de criatura — falo apertando o livro em minha mão, ela continua em silêncio sem saber o que fazer.

— Por que são assim? Todos, humanos, metamorfos, sereias, lobos, vampiros, todos retratam nossa família assim, quando se fala do nome Drácula todos se escondem por medo, por causa de livros como esses que distorcem totalmente minha história e a história da minha família. Se realmente soubessem pelo que já passamos teriam vergonha de escrever algo desse tipo — falo a olhando séria, ela continuou calada, assim como as outras meninas.

— Sabe por que não diz nada? Porque sabe que eu estou certa, e também sabe que foi seu avô que escreveu esse livro — falo dando o livro pra ela.

Ela prontamente o pega, ela olha o autor do livro, Edward Weens.






A love for tree ( Wenclair and SN G!P )Where stories live. Discover now