The Dark Side of Red - JJK;

The Before.

— Você não consegue ver? — Disse o loiro, já impaciente. — Tá tudo dando errado, Domic. O país inteiro está atrás de você, cara.

O moreno suspirou, passando as mãos em seus cabelos. Domic sabia que estava ferrado, tinham ferrado com ele, e não importava se ele era inocente ou não, não tinha como provar. Além do mais, todas as provas do crime apontavam para si. O país inteiro sabia seu nome e o estavam caçando. Mas isso já era de esperar, já que o homem fora acusado de matar o presidente dos Estados Unidos.

O homem não sabia como sua vida tinha virado de cabeça para baixo de uma hora para outra, também não sabia o que ele havia feito para que alguém tentasse o incriminar de algo assim. Era nítido seu desespero, principalmente porque ele odiava sentir que não tinha controle sobre sua própria vida.

Domic González podia não ser perfeito e podia ter feito muitas coisas ruins ao longo de sua vida, mas quem não? Domic se conhecia e sabia que ele nunca seria capaz de matar alguém, se não houvesse um motivo plausível para isso.

— Eu não consigo entender, Park. Quem faria isso? Quem mataria o presidente dos Estados Unidos e tentaria me incriminar? Por que eu?

Havia muitas dúvidas e muitas hipóteses também, até porque, embora não fosse uma pessoa ruim, Domic havia de ter muitos inimigos pelo tempo em que serviu ao exército americano, no Afeganistão. Mas já havia se passado tantos anos desde que deixou o exército, após ser baleado em uma das operações que ele comandava. Domic foi afastado de seu cargo e desde então, por ter sido um dos melhores combatentes do Exército americano durante quase uma década, foi designado a ser o segurança particular do presidente dos Estados Unidos.

Muitas dúvidas passavam pela cabeça do moreno, muitos nomes também de possíveis pessoas que o tentariam incriminar de algo assim, mas por algum motivo, não havia alguém específico.

O rapaz, de 36 anos, não tinha amigos, não era casado, não tinha filhos, não tinha nada além de seu emprego, o Park — que era também como um irmão para si —  e sua irmã caçula.

Seus pais morreram quando o homem tinha 19 anos em um trágico acidente de carro, desde então, ele cuidou de sua irmã que na época do acidente tinha apenas 1 ano de idade.

Leah González era o amor da vida de Domic, ele a criou com todo o amor que pôde. Lhe ensinou sobre tudo que ele próprio sabia, tudo que seus pais o ensinou quando vivos.
Domic ensinou a sua irmã sobre honra, caráter, sobre manter perto aqueles que são verdadeiramente bons e a ensinou que na vida nem tudo é sobre o que a gente quer. O homem deu tudo de si para que Leah se tornasse uma mulher forte, guerreira e de princípios.

Sempre fora muito super protetor com a menina, principalmente no início da adolescência dela. Domic botava todos os garotos pra correr só de chegarem perto. As vezes Leah ficava brava, mas ela nunca foi dessas adolescentes de sair com garotos ou ficar. Leah era na dela, gostava de ficar sozinha na maioria das vezes.

Seu irmão sempre trabalhou muito e pela vida agitada, os dois já se mudaram várias vezes, o que acabou resultando em uma adolescência relativamente difícil pois Leah não tinha amigos e também não podia ir a escola. Mas, de qualquer forma, até que a garota não se importava tanto quanto a isso pois aprendeu — com seu irmão inclusive — que ficar sozinho não é algo tão ruim. Além do mais, Leah sempre fora muito inteligente e tudo que poderia aprender na escola, ela aprendeu em casa com seu irmão.

Domic nunca contou a ela, mas ele achava ótimo que ela não fosse a escola pois desta maneira poderia a proteger. Domic também nunca contou sobre o que passou no Afeganistão, sobre as coisas que fez, as pessoas que irritou, sequer deixou que Leah chegasse perto do quarto de armas. Ele nunca quis que a irmã tivesse uma vida como a dele. Seu maior desejo era que Leah crescesse bem, como uma garota normal, que fizesse faculdade, que conhecesse alguém legal, casasse. Mas, no fundo, ele sabia que não seria possível. Sua irmã sempre viveria em perigo, pois tinha um alvo no peito só por ser irmã de quem era.