Capítulo XXXIV - Círculo de fogo

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Gilbert estava sentado em uma cadeira de madeira com os braços apoiados na mesa entre as duas escadas da biblioteca, cômodo este que fora após degustar várias porções de feijoada. Ele observava atentamente Clóvis fazendo ajustes em uma máquina que funcionava a vapor, com a ajuda de Lawrence, que lhe entregava as ferramentas, enquanto segurava outras com seu rabo.

"Preciso encontrar uma forma de voltar. Não posso ficar aqui para sempre nem pretendo. Mas, como farei isso?" Gilbert virou seu rosto para o lado oposto, batucando seu dedo indicador na mesa, enquanto com a outra mão apoiava seu rosto. Ele fechou os olhos e forçou-se a pensar em algo, mas por mais que tentasse não conseguia chegar a uma solução. "Vamos, Gilbert. Pense, pense, pense!" O ondulado começou a bagunçar seu próprio cabelo por não conseguir pensar em nada, e descontente, se jogou de bruços sobre a mesa.

- O que ele está fazendo? - Sussurrou Clóvis para o gnomo.

- Eu lhe disse que ele é estranho. Ainda dá tempo de nos livramos dele. Que tal o jogarmos no poço? - Lawrence respondeu com cara de tédio.

Gilbert olhou para a parede próxima, que estava cheia de papéis colocados aleatoriamente com desenhos de invenções, anotações das peças utilizadas e de como eram montadas. Seus olhos se arregalaram levemente ao ver em meios os papéis desenhos dos monstros descritos por Drákos.

- Clóvis, há alguma outra forma de atravessar sem ser pelo triângulo das bermudas? - Indagou Gilbert ainda olhando para os desenhos.

- Hã? Por que essa pergunta de repente? - Clóvis disse com os olhos levemente arregalados, surpreso com a pergunta repentina.

- Não é nada. Esqueça. - Gilbert disse e logo em seguida suspirou.

- Bom, há outras maneiras sim. - Clóvis respondeu após alguns segundos de silêncio a qual observou o ondulado pensativo. - Ao menos conta-se que há mais de uma forma. Dizem haver portais espalhados por aí, só precisamos encontrá-los. Talvez possa descobrir mais quando partir para matar os sete príncipes ou até mesmo possa encontrar outros portais.

- É... - Gilbert murmurou.

- Trouxe a sobremesa! Espero que ainda estejam com fome, pois tem bastante Manju! - Miles exclamou entrando no cômodo com uma bandeja com Manju em mãos.

- É! - Exclamou Gilbert e se levantou do banco de supetão, surpreendendo os outros.

"Eu não preciso ficar preso aqui para sempre. Tenho de aprender mais sobre esse lugar e sobre os sete príncipes para conseguir achar um dos portais ou descobrir alguma outra forma de voltar."

- Por acaso aqui tem algum livro que me ajude a aprender mais sobre esta dimensão? - Gilbert indagou se virando na direção dos outros.

- Mas, é claro! - Miles respondeu animado por Gilbert estar interessado. - Por que não mostram a ele os livros que temos? - Ele disse para o inventor e o gnomo.

- Lawrence. - Clóvis disse olhando para o pequeno gnomo.

- Tudo bem. - Lawrence disse subindo em cima de uma máquina enquanto balançava seu rabo. - Siga-me, garoto. - Gilbert se levantou e seguiu o gnomo que saltava habilmente sobre invenções e prateleiras. - Insetos... Dinossauros... Espíritos... Fadas... Sete príncipes... - O gnomo disse olhando as lombadas dos livros rapidamente e os jogando para que Gilbert os segurasse. - Bem, acredito serem todos. - Ele virou-se com as mãos na cintura e surpreende-se ao ver o garoto segurando um livro com a boca e quase derrubando os outros que segurava.

Gilbert colocou os livros sobre a mesa mesmo com dificuldade e com expectativa, abriu um deles, mas ao virar as páginas percebeu que todo o conteúdo estava escrito em Thálassa.

Triângulo Das Bermudas - Para onde vai a água do Mar Onde as histórias ganham vida. Descobre agora