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Com as mãos unidas e firmes encima das de seu pai, Vera olhou pacientemente para o rosto de seu velho, que a cada dia apresentava fraqueza. Dominique não dizia mais uma palavra, mesmo que pudesse, porque queria. Mantinha-se distante e a mercê do oxigênio e sono.

Ramón surgiu na porta, e a abrindo com uma das mãos, a empurrou para o lado.

- Vera...

- Ramón.

Ele se locomoveu de onde estava, parando ao lado de sua irmã mais velha.

- Você ficou bastante tempo aqui, não acha?

- Posso até ter estado... mas quando eu estou ao lado do nosso pai, o tempo passo tão lentamente de uma forma que não chega a me incomodar.

- Te entendo perfeitamente, minha irmã - Ramón cruzou os braços em frente ao peito - Você ama muito à ele, não é?

- Como não amar quem me trouxe ao mundo? Mesmo ele tido feito tantas coisas más, Ramón. Eu não consigo odiá-lo, ele é nosso pai. Mamãe pediu para cuidarmos dele, e eu quero poder fazer isso o máximo que eu puder!

- Eu também, irmã. - Ramón lançou suas mãos para os ombros de Vera, a erguendo da poltrona sem ser impedido por ela - Mas vamos sair um pouco daqui, vamos? - ele tinha uma real preocupação em relação à mente de sua irmã, e tudo o que ela menos queria era perder mais uma.

- Vamos... - sussurrou como resposta.

Lentamente, os dois foram para fora. Juntos foram para a sala montada no centro do corredor, onde era o palco para refúgio antes de ir dormir. Ele se sentou ao lado de Vera.

- Vera, eu não sei se é Deus ou se é o nosso pai. Mas eu ainda não sei como ele vem tendo tanta força para lutar.

- Eu também, não Ramón... mas no fundo eu sinto que ele ainda quer fazer algo, ele ainda quer dizer.

- Vera, será que...

-... que?

- Será que isso não é pela Maria, a nossa irmã?

- Eu já pensei nisso algumas vezes mas, não sei se possa ser possível. Ele disse tantas barbaridades, se apresentou de forma tão má perante ela que... - as palavras de Vera vieram como um clarão para a consciência de Ramón.

- Mas Vera, isso pode ser sim o motivo! - insistiu, a interrompendo - Vai ver o nosso pai quer vê-la, quer pedir perdão por tudo!

- Pedir perdão?

- Sim! Pedir perdão por não ter permitido ela estar ao lado do Eduardo.

- Eduardo...

- É, este... talvez o nosso pai queira pedir perdão por isso!

- Sim. Pode ser sim - suspirou.

- E o que você acha de, trazermos a nossa irmã para cá? Dela pelo menos reencontrar o nosso pai?

- Trazer Maria para cá? Não mesmo! Ela ainda está naquele estado.

- Mas você me disse que ela teve uma reação ao ver Adam!.- a relembrou.

- Ela está tendo com a maioria das pessoas que gosta ou...

- Então, Vera! - distanciou-se - Trazê-la para ver o papai será tão bom quanto para ele!

- Você não terminou de me escutar, Ramón. Todas as reações que ela teve não apresentou algo totalmente bom. Com Adam, ela apresentou uma ansiedade eufórica, um desejo de estar ao lado dele e não deixar ele partir. Eu cheguei a pensar que isso seria bom, mas a auxiliar entrou no meio e disse tantas coisas. Ela apresentou tanta preocupação que eu cheguei a conclusão que a presença dele não provocou algo que eu pensei!

Simplesmente, Você | Livro I Onde as histórias ganham vida. Descobre agora