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Juliette e Leonor chegaram a Monte Verde e gostaram muito do local.

O hotel estava situado numa àrea bastante arborizada e linda.

Por ser já bastante tarde, apenas desfrutaram de um belo jantar e recolheram ao quarto.

Leonor depressa pegou no sono.  Juliette por seu lado tinha o pensamento na noite anterior.

Ponderou o quanto as coisas andaram depressa.
Abriu o telemóvel e tinha uma mensagem de Rodolffo.

- Espero que tenhas chegado bem.  Saudades.   Beijo.

-  Chegámos bem sim.  A Nônô já dorme.  Eu não consigo.  Pensei muito em ontem.  Será que não fomos precipitados?
Beijo.

Logo chega um pedido de chamada de vídeo.
Fui para o banheiro para acordar a minha filha e atendi.

- Oi.  Vim atender no banheiro.

- Queria tanto estar aí.  Volta logo.  E não fomos precipitados.  Ambos queríamos.

- Oxi, ainda hoje cheguei!  Vi-te esta manhã.

- Mas já estou com saudades.

- Vem.

- Não posso.   O trabalho não deixa.

- Uma semana passa rápido.  Logo estou de volta.

- Pra mim?

- Para os meus pacientes.

- Eu estou dódoi.   Preciso da doutora.

- Abusado ele.  Vou tentar dormir.  Amanhã vou fazer trilha com a filhota.

- Tenham cuidado.  Dorme bem. Beijo.

- Tu também.  Beijo.

A semana passou rápido.  Juliette e Leonor aproveitaram bem os dias.

Conheceram lugares incríveis.
Fizeram trilhas, conheceram cachoeiras, fizeram compras, aproveitaram a piscina e ainda deram um pulinho a Campos de Jordão.

Hoje era dia de regressar e estavam as duas animadas.  

Tomaram o café e puseram-se à estrada.  Chegariam por volta da hora do almoço e Rodolffo já tinha avisado que iriam almoçar lá em casa.

Mal estacionaram o carro, Rodolffo e Miguel vieram imediatamente ter  com elas.

- Poxa Nônô,  nunca mais vinhas, disse Miguel com beicinho.

- Já estou aqui.   Trouxe um presente pra tu.

- Para ti, corrigiu a mãe.

Os dois deram a mão e foram logo para dentro  ver o presente que Nônô trazia na mochila.

Rodolffo aproveitou para dar um selinho em Juliette.

- Há quanto tempo, disse fazendo  beicinho igual ao filho.

Juliette deu-lhe um tapa no braço.

- Também trouxe um presente pra tu.

- É.  Depois corrige a filha.

- Mas eu sei o que é correcto e ela ainda está a aprender.

- Vem vamos almoçar que eu preciso regressar ao escritório.

- Pensei que tinhas saudades minhas!

- E tenho.  Muitas.  Mas preciso ir.

Almoçámos em amena cavaqueira.  Contámos tudo o que fizemos e os perrengues que passámos.

- Ju, desculpa mas tenho mesmo que ir.  Podes ficar aqui até eu voltar.

- Não.  Vou para minha casa, tomar um banho e descansar.   Levo o Miguel.   Depois vais lá buscá-lo.

- Isso é um convite?

- Claro.  Esperamos por ti.

Saíram todos e cada um foi para o seu destino.

Rodolffo estava com um problema.  No tempo de aulas, deixava o Miguel no colégio de manhã e buscava à tarde, mas, e nas férias?

Esta semana levou-o com ele para o escritório e ficava a brincar no gabinete do pai.
Não era o ideal mas o que tinha.

Comentou o assunto com Juliette e ela pediu para ele o deixar com a Nônô.   Como tinham bábá, as crianças ficavam bem.

- Não quero incomodar.

- Não incomoda nada.  E eles dão-se tão bem.  Melhor que irmãos.

- Isso é verdade.  Nunca  vi nada assim.

- Está decidido.  Ele pode dormir aqui também.

- Isso já é demais.  Eu trago-o de manhã e busco à tarde.
Talvez contrate alguém para ficar com ele.  Vejo depois.

- Já  vamos.  Miguel,  Beijo nas meninas.

- Tchau Miguel.  Amanhã voltas.

- Tchau Nônô,  tchau mãe da Nônô.

Saiu com Nônô em direcção ao carro e Ju aproveitou.

- Dá-me um abraço.  Tenho saudade do teu abraço.

- Só?

- Por enquanto contento-me com isso.

Rodolffo apertou-a contra si e roubou-lhe um selinho.

- Olha as crianças.

- Não viram. 
E se virem?  Um dia vão saber.

- Até amanhã.  Traz uma muda de roupa para o Miguel que ele pode sujar-se e depois temos que mudar.

- Está bem.  Vou trazer para mim também. Kkkkk

- Pra quê?  Muito melhor sem.

- Depravada.

- Quem, nós?

- Fica bem.

Ficou a vê-los partir e desejou que não o fizessem.  As coisas iam depressa mas não tão depressa como ela ansiava.

Queria muito estar com ele e ao mesmo tempo tinha medo de dar o passo seguinte.

Juliette era muito perfeccionista.
Analisava o que estava sentindo com o que sentiu nos outros dois relacionamentos que teve.

Era totalmente diferente.  Desta vez ela queria, ela desejava, ela contava as horas.  Com os outros deixava rolar.

Dá-me um abraçoWhere stories live. Discover now