- Está com raiva de mim? - ele perguntou com um olhar vazio.

- Eu não sei. Acho que estou mais confusa do motivo para você esconder que era o soberano alpha. - respondi com sinceridade. Parei de dançar para poder olhar melhor o seu rosto e entender o que ele escondia por trás daquela máscara.

- Me desculpa por não ter contado antes. Eu não sabia como ter dizer isso, eu estava um pouco inseguro sobre qual reação que você teria. - falou pegando uma mecha do meu cabelo que caiu e o colocando atrás da minha orelha.

- Eu sei que esses assuntos são importantes e você teve os seus motivos para esconder. Mas não quero mentir para você. No fundo eu desejava que você conseguisse confiar mais em mim. - falei um pouco frustrada.

- Eu apenas não queria que você se afaste de mim, Ana. Eu não queria você me olhasse com medo ou de um jeito estranho. Eu não saberia o que fazer no caso disso acontecesse. - disse um pouco tenso e respirando fundo.

- Seu idiota!! Mesmo eu soubesse sobre esse negócio de "soberano", eu nunca te olharia diferente! - exclamei já um pouco mais irritada e ele me olhou surpreso por causa da minha pequena explosão. - Deste o momento que eu te vi naquela cachoeira, eu sempre soube que tipo de homem você era. As suas palavras me ajudaram muito, mais do que você pode imaginar. E também, você foi o único que me fazia rir de verdade. Droga o que eu estou dizendo? - perguntei no final para mim mesma, muito constrangida e com as bochechas queimando.

Eu ouvi a sua risada, mas eu não tive a coragem suficiente para olhar para ele. Entretanto, acabei ficando surpreendida quando os seus braços me rodearam me puxando para um abraço.

- Me perdoa Ana, eu fui estúpido em acreditar nos meus pensamentos confusos e fugir de uma pessoa adorável como você. Na verdade, você se tornou a pessoa que eu mais a... - ele parou de falar quando eu me afastei do seu abraço após eu sentir algo gelado escorrer nas minhas costas.

- Ah! Me desculpa, foi sem querer... - quando ouço aquela voz cínica, respiro fundo umas mil vezes, tentando me controlar para não pular naquela idiota da Catarina. Foi ela que derrubou alguma bebida nas minhas costas.

- O que você fez? - perguntei indignada e tive que dar uma pausa para liberar a minha vontade de matá-la. Esse vestido não pertencia a mim e agora estava estragado por causa dela.

- Me desculpe Aninha, foi sem querer... Eu juro! - disse fazendo beiço de uma tromba de elefante e fingindo estar se sentindo culpada. Mas ninguém acreditaria naquela coisa.

- Ah é? - perguntei indo na sua direção pronta para espancá-la. Mas infelizmente foi impedida pelo Hector que me segurou por trás.

- Não vale a pena.- falou em um sussurro bem perto da minha orelha, me arrepiando toda.

- Pelo jeito o Hector já conseguiu domar esta vira-lata, não é mesmo? - perguntou sarcástica. Hoje que eu mato aquela vagabunda!

Com o ódio subindo pelas as minhas veias, consegui me soltar facilmente dos braços de Hector e golpeando aquela miserável no rosto. Ela acabou caindo no chão, mas mesmo assim eu continuo bater nela. Eu queria fazer aquilo deste o dia que ela tinha me cercado naquele banheiro e me ferrado com o alfa. Eu bati tanto nela, se não fosse o Hector me forçando a separar com a ajuda do alfa Jorge e me colocando em cima dos seus ombros, eu acabaria a matando. Ele me levava para fora da escola e eu me debatia como uma louca. Porém, acabei desistindo e cruzei os meus braços emburrada. Ele caminhou mais um pouco até que parou em algum lugar mais isolado e me colocou no chão. Ele me encarava com um olhar raivoso, mas eu não me importava nenhum um pouco e virei meu rosto emburrada. Olhei para o céu a lua cheia parecia brilhava bastante, o que acabou me deixando mais calma.

- Você sabe o que você fez lá, Ana?? - pelo o jeito que ele falava parecia que estava realmente bravo.

- Eu não fiz nada de mais. - falei permanecendo com os braços cruzando o enfrentando. Mas no fundo eu sabia que estava agindo como uma adolescente inconsequente.

- Como assim você não fez nada demais? Essa briga pode piorar a sua expulsão e era isso que aquela garota queria! - perguntou frustrado e deu um peteleco na minha testa.

- Eu não poderia ficar ali parada após ela me xingar igual uma idiota. - falei resmungando ainda irritada e esfregando a minha testa por causa do seu golpe.

- Mesmo assim, não foi certo espancar a sobrinha do alfa na frente de todo mundo. - falou sério.

- Você está defendendo ela? - perguntei o provocando e fechando um pouco as minhas pálpebras para dar um expressão de desconfiança.

- Claro que não Ana! Só estou dizendo o que o alfa Jorge com certeza esta furioso com você. O melhor seria bater naquela garota estúpida quando vocês estivessem em um lugar mais isolado. - disse suspirando ainda bravo.

- Isso tudo foi culpa sua! - eu o acusei e ele me olhou suspreso.

- O que? - perguntou confuso e sem acreditar.

- Se você pelo menos me ajudasse e falasse algo no momento que aquela víbora jogou aquela bebida em mim, nada disso teria acontecido. Ah quer saber... eu vou embora! - me virei de costa para ele e comecei a andar no caminho de volta que me levaria para cabana. O que eu falei para ele não era a verdade, mas não sei o motivo para eu querer implicar com ele. Talvez seria a vigança pelo peteleco.

- Ana!! - gritou ele atrás de mim, mas o ignorei. - Ana!!

- Me deixa em paz! - gritei de volta e continuei andando.

- Ana!! - me chamou novamente e ficou mais perto.

- Me deixe em paz Hector!! - falei quando ele segurou o meu braço e me forçando a parar.

- Você entendeu tudo errado, Ana! Não fique brava, tudo bem? - falou parecendo estar emburrado. Fofo...

- Desgruda!! - insisti no problema e tentava retirar as suas mãos sobre mim.

Quando eu sai do seu aperto, virei de costas e fiquei pronta para me afastar de novo. No entanto, logo fui agarrada por ele novamente. Hector segurava os meus dois braços me obrigando a olhar para ele. No automático, comecei a dar tapas no seu peito para que ele me soltasse. Só parei quando ele encosta a sua testa na minha com delicadeza e carinho. Isso acabou me deixando sem reação. Mas logo comecei a ficar nervosa e com vergonha por estamos tão perto. Eu me afastei um pouco para olhar nos seus olhos. Ficamos nessa guerra de olhares por algum tempo, até que ele começa a se aproximar novamente e foi quando os seus lábios tocaram no meus.

Minha LobaWhere stories live. Discover now