- Você não precisa ficar com vergonha Ana. - disse rindo. - Depois que Roberta começou a frequentar a escola da alcateia, ela ficou muito mais distante dos seus irmãos, fazendo com que eles ficassem desconfortável na sua presença, como você viu hoje mais cedo. - sorriu triste. - Ainda bem que você conseguiu trazer o sorriso deles de volta.

- Isso não é verdade dona Sueli. Foi os seus netos que trouxerem o meu sorriso de volta. - suspirei desconfortável. - Eu não sabia que tinha uma escola na alcateia. - falei mudando de assunto.

- Podemos considerar a nossa alcateia como uma pequena cidade dentro da floresta. Assim, temos tudo o que precisamos. A escola ajuda o desenvolvimento dos jovens lobos no ensino e na transformação. - diz

- Então, vou ter que ir nessa escola? - perguntei desanimada. Nunca tive boas lembranças em relação à escola.

- Depende. - sorriu fraco. -Primeiro você deve ser aceita pelo o nosso alfa e entrar para a alcateia.

- Entendo. - eu dou um sorriso forçado. Eu me lembrei da Roberta falando que a gente pode ser expulsa se o alfa acreditar que eu seja um ômega. - Mas dona Sueli, se você faz parte da alcateia, por quê você mora tão afastada? - perguntei curiosa e ela riu.

- Eu faço parte da alcateia, mas eu queria ter um pouco mais de liberdade e não ficar em uma casa que a sua vizinha do lado ficasse te perturbando ao todo momento. - falou com humor. - Talvez foi até um pouco difícil convencer aquele alfa rabugento no começo, mas como eu era uma grande amiga da esposa dele, ele teve que ceder. - sorriu travessa. Mas o seu olhar mostrava que ainda faltava mais alguma coisa que ela não queira me falar. Quando eu ia perguntar algo ela acaba me interrompendo. - Chegamos...

Olhei na direção que ela olhava e acabei surpreendendo com o lugar. O local parecia com uma grande vila. Tinha várias pessoas que caminhavam em todo o lugar, alguns adultos, crianças e até mesmo lobos. Parecia que hoje era dia de feira, porque tinham várias barracas diferentes no local.

A dona Sueli me chamou para conhecer mais o lugar e eu só estava com os olhos brilhando por admiração. As casas eram todas iguais e a maioria parecia ser feito de madeira, o que diferenciavam eram as cores e a decoração. Mais em frente havia crianças brincando com uma bola e outras dançando e pulando.

Fiquei só olhando e sorrindo, com a vontade de chegar mais perto, mas a dona Sueli me puxou pelo braço e foi em direção de uma casa maior que as outras. Havia dois guardas na porta e dois lobos cinzas na frente deles. Eu pensei que eles iriam nos parar, mas só olharam para o rosto da dona Sueli e liberaram a passagem. Entramos dentro daquela casa e acabamos encontrando uma empregada que disse que iria avisar o tal alfa que estávamos ali.

- Dona Sueli, por quê os lobos daqui pareciam ser quase iguais? - perguntei quando a empregada já tinha sumido das nossas vista.

- É porque a pelagem e a cor dos olhos demonstram o poder do lobo que carrega. - explicou.

- Mas... Por quê aqui não tem nenhum lobo de olhos brancos ou de pelos avermelhados? - perguntei levemente e desviei o meu olhar para a sala que a gente estava. No entanto, não recebi uma resposta imediata, então acabei olhando de volta para dona Sueli que me olhava com espanto.

- Porque isso é impossível Ana! - disse incrédula. Então por que eu sou assim? Pensei mentalmente. Eu queria poder fazer essa pergunta para ela, mas eu sabia que ainda não era uma boa hora. Por outro lado, eu também estava com medo. Eu não queria ser considerada diferente dos outros novamente.

Acabamos nos distraindo quando a empregada veio em nossa direção, avisando que o alfa estava no escritório e esperando por nós. A dona Sueli me olhou antes de começar a subir as escadas, eu respiro fundo antes de segui-la. Depois de subir as escadas, havia um grande corredor cheias de portas. A empregada seguiu em frente, até que parou em frente da última porta e bateu três vezes.

Minha LobaWhere stories live. Discover now