Especial 3.

69 9 0
                                    

Quando Alois chegou na mansão Trancy não sabia o terror que o esperava.

Ele, um órfão sem pai ou mão, foi sequestrado pelo nobre Trancy. O velho abusava das crianças que sequestrava e os dava trabalhos de mordomos como forma de os prender na mansão.

Alois pensava freneticamente como fugir. Ele guardava desesperadamente o dinheiro que ganhava para poder ir um dia. Na mansão tinha uma lei invisível pregada pelo velho. Quem mais o agradasse teria o salário aumentado. Infelizmente ou felizmente, Alois foi agradável aos seus olhos.

Era um terror todos os dias. Apenas estar no mesmo local que aquele homem o dava enjôos. O único consolo que ele tinha era uma garota.

Os cabelos ondulados negros, os olhos dos claros castanhos e a pele mais como a estação do outono. Selena Trancy, a filha do velho.

Ao menos era o que o velho queria que as pessoas soubesse. Os empregados da mansão, assim como Alois, sabiam a verdadeira situação de Selena. O quanto ela era deplorável e miserável.

Mesmo assim, ela era o conforto de Alois.

Selena: Esse velhote moribundo! Espero que tenha uma parada cardíaca e faleça! Que ele seja assaltado na estrada e assassinado! Bem que podiam envenenar o chá dele com Beladona! Acho que vou dar a ele de presente. Quanto será que é ...?

Aqueles xingamentos eram os que estava presos na garganta de Alois. Essas eram as mesmas palavras que ele gostaria de dizer. Selena era sua porta-voz. Como se conhecesse o seu coração.

Sempre que podia, Alois gostava de passar perto da porta de Selena e ouvir aquelas palavras que tanto o confortam.

Selena: Velho maldito! Espero que tropece na rua, caia e bata a cabeça! Azarada a sua mãe quando você nasceu! Bem que podia pegar uma doença desconhecida sem cura e bater as botas! Espero que caia da escada e quebre o pescoço!

Aos poucos, Alois prestava mais atenção a Selena. Sem perceber adquiria informações sobre ela. Que hora elas costumava dormir e acordar. Quantas vezes comia ao dia. Que tipos de vestidos gostava mais de usar. Suas flores favoritas. Seu chá favorito. Sua sobremesa favorita. Cada vez mais queria saber sobre ela.

Entretanto não parou por aí. Sem nem saber quando aconteceu, ele se imaginava em cenários com ela. Ela acariciando seu cabelo. De mãos dadas. Conversando. Se beijando e até mesmo... Coisas que ele não deveria imaginar.

Nem se lembrava mais do seu objetivo de sair da mansão. Agora seu objeto era outro.

Fez o possível para agradar o velho e ter um desejo concedido e esse pedido foi:

Alois: Me deixe ser o mordomo pessoal da senhorita.

Agora, eles estariam mais próximos.

***
O jovem carteiro suava e seus cabelos longos prendiam em sua testa e pescoço. Ele entregou uma carta para Alois e logo foi embora.

Alois se dirigiu ao quarto dos empregados. Ou melhor, ao seu quarto pessoal de servente.

De Ciel Phantohive para Selena Trancy.

Alois olhou para aquela carta com os olhos frios e a guardou na gaveta de sua escrivaninha, onde teve seu lugar junto de muitas outras cartas.

Saindo de seu quarto em passos monótonos, se dirigiu a um quarto. Aquele quarto continha seu perfume favorito. Tão iluminado e brilhante. Completam diferente do seu quarto velho e sem cor.

Selena: Tem alguma carta para mim, Alois?

Alois: Nenhuma senhorita.

Selena: Por que será que o Ciel está me ignorando?

Me tornei a empregada pessoal de Alois Trancy.Where stories live. Discover now