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Harriet suspirou, carregando uma bandeja cheia de canecas topadas de cerveja borbulhante. Como sempre, a taverna estava cheia de pessoas que riam e conversavam alto; uma música tocava ao fundo, praticamente encoberta pelas vozes dos ali presentes. Todos estavam animados: era início de primavera e, com ela a temporada de acasalamento; no dia seguinte, seria o início do Festival da Primavera, que se encerrava com a Corrida de Acasalamento. Mais uma vez, Harriet suspirou, triste porque sabia que, mais uma vez, não conseguiria achar um parceiro.

A Corrida de Acasalamento era importante em sua vila, era a época ideal para arrumar um parceiro e receber uma marca. Todos os ômegas esperavam ansiosos pelo Festival, todos os anos, isso a incluía. A partir dos dezesseis anos, os ômegas e alfas que quisessem participar se inscreviam para a Corrida e, se tivessem sorte, sairiam de lá com um parceiro para a vida. Desde seus dezesseis anos, a ômega tentava encontrar um parceiro, mas sempre que entrava naquela floresta, saía completamente sozinha. Ela tinha vinte anos, agora, e nenhuma esperança de conseguir um parceiro.

Os alfas, e até mesmo betas, de sua vila não queriam nada consigo, eles não queriam estar com uma humana qualquer, principalmente uma humana que não tinha o peso que eles consideravam ideal, mesmo que Harriet só estivesse poucos quilos acima do peso 'ideal' para um ômega. Ela nunca os contradizia, porque se não eram capazes de gostar de si sem conhecê-la, ela não se humilharia para conseguir um pouco de afeto. Ninguém ali precisava saber que, na verdade, a ômega tinha puxado a sua mãe e era uma bruxa, descendente direta da Deusa da Magia.

Harriet balançou a cabeça, espantando aqueles pensamentos. Ela pôs um sorriso em seu rosto novamente, servindo as canecas de cerveja para os clientes da taverna. Era uma mesa com alguns alfas e betas

Eles não eram da cidade, pararam ali apenas para descansar, antes de seguir viagem. Assim que chegaram, todos aqueles homens chamaram a atenção, com suas armaduras prateadas e brilhantes, pedindo por quartos no albergue que era vinculado à taverna.

A ômega gostou deles, porque apesar de suas posturas duras e seus rostos severos, eles eram todos terrivelmente educados e gentis, nunca falando palavras maldosas para a mais nova, como os outros clientes faziam.

"Você está linda hoje, borboleta." A voz rouca chamou sua atenção e o sorriso de Harriet aumentou.

Ela olhou para o alfa que tinha falado, sentindo seu corpo inteiro iluminar e seu perfume de lavanda ficar mais forte. O Capitão Tomlinson era o líder daquela pequena divisão, ele era um alfa bonito e grande. Não apenas alto e grande, ele tinha muitos músculos bem desenvolvidos. O Capitão tinha a pele bronzeada pelo tempo que passava sob o sol assim como todos os seus homens, seus olhos eram azuis profundos e seu cabelo longo estava preso perto de sua nuca, deixando a cicatriz que tinha no lado esquerdo da testa visível, assim como a cicatriz que tinha no nariz. Para a maioria das pessoas da vila, Louis era assustador, por causa de seu rosto sério e seu tamanho; para Harriet, ele era a representação física de todos os seus desejos.

Inconscientemente, a ômega estufou o peito, momentaneamente atraindo a atenção dos olhos azulados para seus seios, passando uma mão pela saia de seu vestido rosa claro. Os olhos de Louis não saíam de si e seu corpo tremia em reação, porque  aquele alfa sempre a olhava com tanto desejo nos olhos, como se pudesse devorá-la a qualquer momento; os lábios finos dele esticados em um sorriso de lado, deixando-a quente por dentro. Sempre que estava na presença do Capitão, Harriet apertava as coxas, tentando se conter para não começar a lubrificar. Não dava certo, na maioria das vezes.

"Obrigada, Capitão." Ela enfim respondeu, sentindo suas bochechas queimarem. Ela adorava o apelido que o mais velho tinha dado a ela. "É sempre tão gentil comigo."

"Me chame de Louis, borboleta." O sorriso do alfa aumentou. Os seus olhos percorreram a taverna calmamente, antes de voltarem para Harriet, analisando seu corpo com aquela fome que a fazia se tocar, em seu ninho, quando ia dormir. "O que está acontecendo? Todos parecem mais animados que o comum."

Corrida de acasalamento - ABO!Where stories live. Discover now