13 RESULTADO

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A medida que vão se aproximando das árvores no chão o mago abraça a Luiza para protegê-la do impacto. Tão apertado que ela consegue ouvir o coração dele palpitar.

Então o som dos galhos e folhas enchem o ambiente, eles aliviam o impacto contra o chão, mas não deixa de ser violento.

Luiza se vê totalmente encolhida no colo do mago. Envergonhada ela afasta o rosto do pescoço dele, bem lentamente.

Os olhos permanecem desviados para não encará-lo, mas quando toma coragem vê a tinta vermelha escorrendo pelos cabelos dele ao lado da sobrancelha.

Em um salto ela se levanta chamando-o. Contudo ele não acorda e olhando em volta só vê a floresta escura, não há nada nem ninguém por perto.

~ ~ ~

Lucas acorda vendo o céu azul entre as folhas da árvore. Uma brisa leve balança a sombra que o cobre. Lembrando-se da batalha da noite anterior recorda que caiu na floresta e correndo os olhos ao redor vê Luiza encostada na árvore com o rosto entre os joelhos.

Imaginado que ela estava ferida ele corre o braço pela grama tentando se levantar. Ao ouvir o som da grama Luiza levanta o rosto como uma loba alerta e procura em todos os lados se algum animal selvagem está se aproximando até que encontra os olhos de Lucas.

O mago nota as olheiras e olhos inchados de quem chorou a noite inteira. Ao vê-lo acordado ela contorce o rosto prendendo o choro e em seguida salta abraçando-o.

– Fiquei com tanto medo... Snif... – ela sussurra próximo de seu ouvido ainda no abraço.

– Você está bem? – falando com carinho Lucas retribui o abraço.

– Claro que estou e você? Sua cabeça dói? –pergunta Luiza e seguindo as mãos dela, Lucas sentiu os tecidos enfaixando sua cabeça.

O mago conjurou uma magia de cura que a deixou deslumbrada, no fim sorriu vendo a reação dela e apertou a mão de Luiza que ainda estava sobre as bandagens – Sabe... Você também pode usar essa magia. O que fez antes com o cetro é... – ele interrompeu a fala vendo-a corada olhando os lábios dele.

Com o silêncio ela volta a olhá-lo nos olhos. Lucas respirou fundo e aproximou seus lábios para beijá-la.

Mas ela se assustou e recuou tirando as mãos de perto dele. Os ombros do mago caíram sentindo a rejeição.

Franzindo o cenho ele se levantou irritado consigo mesmo – Melhor irmos andando. –. Luiza não entendeu, pensando que ele estava bravo com ela seguiu-o quieta.

~ ~ ~

Eles caminharam tanto que as sombras das árvores estão bem menores indicando a proximidade do meio dia. O mago desvia seu caminho um pouco a levando até uma pereira, retira uma das frutas e entrega para Luiza – Vamos descansar um pouco. – ele fala sério. Vendo-o colher peras ela arrisca perguntar para onde eles estão indo.

– Verá quando chegarmos. – Uma expressão de medo toma conta da face dela e Lucas se ofende pensando que ela não confia nele. Dando as costas ele se senta atrás da árvore – Coma e descanse um pouco ainda temos que andar muito. –

Timidamente ela se senta do lado oposto da árvore – Lucas... – diz baixinho.

– Hum? – soa o mago mordendo a pera que colheu.

– Naquela hora... O que ia falar sobre o cetro?... – relembra Luiza.

Ele hesitou um pouco – Você tem potencial mágico... Talvez seja por isso que cai em tantas ciladas. Um imã para problemas... – concluiu. Depois que ouviu isso, ela não falou mais e o mago também manteve o silêncio.

Quase meia hora depois o mago se levantou – Vamos. – chamou, mas ela continuou sentada com a cabeça baixa.

– Então tudo isso que aconteceu, foi culpa minha? –

– Não... Eu só... Escute se os vampiros tivessem percebido seu potencial você não seria apenas uma daquelas empregadas... Mas de alguma forma todos que possuem esse sangue se envolvem com monstros... Não fique assim... Venha vou levá-la para sua vila. Se nunca aconteceu nada com você antes de sair de lá, então aquele é o local onde deve ficar mais segura. –

– Eu não quero voltar... – resmungou escondendo o rosto nos joelhos.

– Eu sei por isso não queria te contar. – disse Lucas arrependido.

– Se eu atraio problemas então meus pais... A vila... Todos podem ser atacados por minha culpa... Talvez a maldição na floresta, ou o Fernando... Tudo pode ter sido minha culpa. –

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Era Um MagoWhere stories live. Discover now