CAPITULO 18 - POBRES AFORTUNADOS

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**Aviso!! Esse capítulo pode conter gatilhos quanto a perda de entes queridos**

Como um furacão Temari entrou na sala enuveada da Corvinal. Respondeu quase como um xingamento o enigma da porta que se abriu prontamente. Neji estava sentado em frente a lareira de costas pra ela, escorando os braços nos joelhos e encarava o chão. Ela o levantou pela camisa, e ele se virou assustado, ela bateu as duas mãos em seu peito o empurrando para trás. 

— Que merda você fez??

A pergunta curta e afiada disparou um filme em sua mente.

**

Antes de Tenten cair, Neji viu. Seus olhos ficaram mais brancos que o normal, em transe, seu poder ativou, o poder ancestral que corria em suas veias, percorria sua íris e chegava em seu cristalino, CLARIVIDÊNCIA! Ele vislumbrou o futuro. Flashes dele, possibilidades. De todas as infinitas realidades, não havia uma sequer em que ele a deixaria cair. Não importava se isso custaria sua fama de homem nobre, frio e distante, não importava se os seus sentimentos seriam expostos ao olhar cuidadoso do pai. Somente ela importava.

Era nisso que ele pensava antes de entrar no escritório do Ministro da Magia, uma sala improvisada do lado do estádio conjurada às pressas para a reunião que o patriarca convocara com o filho, certamente para lembrá-lo de quem era e de como deveria agir, ciente das consequências de suas ações, do que aquilo iria lhe custar. Mas ainda assim, faria tudo de novo.

Ele ficou ali dentro poucos segundos, mas fora o suficiente para que algo dentro dele saísse do lugar, algo que com muito custo e ajuda de Tenten ele tinha conseguido ajustar.

 Ele tinha acreditado, tinha acreditado de verdade que conseguiria, mas não. Com todas as letras o líder do clã o fez lembrar que isso NUNCA aconteceria, talvez quando fosse a vez dele de assumir a família… Mas já seria tarde demais, e ele não podia pedir a ela para esperar tanto. Não era justo. 

 Ele precisava tomar uma decisão, não podia continuar com aquilo, já tinha se envolvido demais, um Hyuga seria capaz de amar? A conversa com o pai o fazia questionar seriamente. Tenten merecia mais. 

E assim que terminou o último pensamento, uma mão o puxou para dentro de um armário de vassouras.

Clássico.

— Seu pai ficou muito bravo com a derrota? 

Ela via a preocupação em seus olhos. Os olhos dele sempre foram impenetráveis, como a neblina no topo das árvores mais altas da floresta negra. Mas com o tempo, elas se tornaram transparentes como as águas cristalinas de um lago parado, como um convite, ela agora poderia mergulhar naqueles olhos, como se ele a deixasse entrar.

—  Você está bem?! Se machucou quando eu a peguei???

Ele segurava seus braços e seus olhos procuravam qualquer sinal de ferimento.

— Heyyy, estou muito bem!! É preciso mais que um balaço para derrubar sua lufana – ela ria, mas ele não. 

— Eu achei que te perderia. Eu não queria, não queria mesmo te perder, Ten.

Ele a abraçou. Com todas as forças que tinha, como se pudesse segurar o mundo em suas mãos, mas ele escorria entre seus dedos.

—  Mas eu tô bem aqui.

Ela acariciava seu cabelo. Como ela gostava daquilo. Ele precisava, precisava sentir esse toque só por mais alguns segundos, precisava se lembrar como era, pra quando não pudesse mais sentir.

Ele se afastou.

E as nuvens voltaram. Os olhos enevoados...

— Me desculpa. Mas eu não posso. Não posso te dar esperanças de algo que não posso te dar. Não posso mudar quem sou. Eu achei que podia. Mas não posso. Simplesmente não dá. Não serei mal, mas tenho que ser o que minha família espera de mim. Esse é meu destino. 

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